A prevenção de psicose com neurolépticos/antipsicóticos é análoga a retirar os seios antes de ter câncer por ter feito testes genéticos já que o tratamento com neurolépticos encolhe o cérebro e aumenta a probabilidade de invalidez.
Se está se discutindo bastante que o tratamento com neurolépticos faz mais mal do que bem a pessoas diagnosticadas, a prevenção de psicose com remédios é simplesmente a extensão do raciocínio para pessoas que demonstram problemas leves de ajustamento e portanto o custo-benefício é pior ainda.
Quem afirma que neurolépticos são neuroprotetores provavelmente nunca leu nada que não fosse propaganda de remédios ou pesquisas financiadas pela indústria farmacêutica. Ou talvez nem leia artigos científicos em geral.
No livro São e Salvo o autor afirma que a prevenção justifica qualquer coisa.
Há uma vontade muito grande de introduzir clientes no tratamento psiquiátrico e uma resistência muito grande a parar o tratamento psiquiátrico. A sociedade acredita ingenuamente que isso acontece de forma inocente. O sanitarista Carlos Gentile de Melo já demonstrava que quando há ganho para fazer um diagnóstico específico, a quantidade desse diagnóstico aumenta bastante.
Aquilo que favorece a indústria ganha muita visibilidade e apoio, apesar da fundamentação científica fraca e ruim. Aquilo que está correto cientificamente mas não favorece a indústria muitas vezes tem dificuldade em obter influência social. Por esse tipo de coisa que já não me esforço muito com o blogue pois o trabalho necessário é desproporcional: o profissional ruim obtém muito ganho por um trabalho medíocre enquanto que o trabalho em psiquiatria crítica e alternativa é muitas vezes desacreditado. De qualquer forma, não cabe a mim fazer esse trabalho.
Ler mais:
Crítica a hipótese de neuroproteção dos neurolépticos
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/03/critica-hipotese-de-neuroprotecao-dos.html
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