O modelo caritativo percebe a pessoa com deficiência como vítima merecedora de
caridade e de ajuda. A pessoa com deficiência é vista como tendo uma vida trágica e sofrida.
Os cuidadores são os únicos responsáveis pelos serviços prestados, tendo plenos poderes no
tipo de atendimento que a pessoa com deficiência receberá. Como a pessoa com deficiência é
considerada diferente da normalidade, uma variedade de ações são tomadas. Ou seja, é
fornecido à pessoa com deficiência transporte especial, prédios especiais, oficinas protegidas
de emprego, instalações de convivência e escolas especiais. Ainda que sejam com bons
intuitos, geralmente instituições especializadas oferecem serviços menos desafiadores
intelectualmente, o que dificulta o ingresso da pessoa com deficiência no meio social,
acadêmico ou no mercado de trabalho. Como a criação destes locais e serviços demandam
recursos financeiros, o que é de responsabilidade governamental, as pessoas com deficiência
acabam prejudicadas em detrimento de outras demandas para a maioria da população.
O modelo caritativo da deficiência reforça a autopercepção da pessoa como necessitada, o
que as pessoas sem deficiência enxergam na deficiência passa a fazer parte da sua
autopercepção, fenômeno conhecido como “mirror effect” (HARRIS, 2003).
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