Distinguindo dos teóricos do “stress” 
entendo que o “burnout”, depressão mais recorrente no trabalho docente 
não se constitui numa reação crônica de “stress”, pois essa síndrome 
insere-se no conceito de depressão reativa por situações aprendidas de 
desamparo diante dos acontecimentos. De acordo Seligman (1977), é 
desmedida a confusão existente na bibliografia médica sobre a depressão;
 no entanto, a maneira melhor e mais útil de verificar as tipologias de 
depressão é classificá-las em depressões endógenas e depressões 
reativas.
Para o autor, as depressões endógenas se
 constituem em resposta a um processo interno ou endógeno desconhecido. 
Essas depressões não são desencadeadas por algum processo externo, 
simplesmente tomam conta do sujeito, são cíclicas e se repetem 
regularmente. Elas respondem a tratamentos com drogas, e suas causas são
 de natureza orgânica, como a hormonal, podendo também, ser predispostas
 geneticamente. As depressões reativas, por sua vez, são as mais comuns e
 são causadas por acontecimentos externos aos sujeitos, não apresentam 
ciclos regulares, não respondem a tratamentos com drogas, não têm 
caráter genético e seus sintomas são mais leves do que o das depressões 
endógenas.
O dia-a-dia do professor – ensinando a amparar e apreendendo o desamparo
Na obra “Desamparo: sobre depressão, desenvolvimento e morte”
 (1977), Seligman desenvolve a intrigante tese de que as depressões 
reativas podem ser explicadas a partir do desamparo aprendido. Segundo o
 autor, o desamparo aprendido se caracteriza pela lentidão do indivíduo 
em dar início a respostas voluntárias, acreditando-se impotente e 
desesperançado, situação que se inicia como uma reação à perda de 
controle sobre gratificações e sobre a minoração do sofrimento. Não é um
 pessimismo generalizado; é antes um pessimismo dirigido para as suas 
próprias ações. O indivíduo aprende que responder é independente de 
reforço; assim, o modelo sugere que a causa da depressão decorre da 
constatação de que toda a ação é inútil.
Sendo assim, não é a perda de 
reforçadores gratificantes que causa depressão nos indivíduos, mas a 
perda do controle sobre os reforçadores. Essa perda é um fenômeno que 
decorre de fatores externos ao sujeito; desse modo, quando este é 
submetido a situações constantes de estímulos incontroláveis, aprende 
que responder se torna inútil, desencadeando-se a sensação de desamparo.
http://www.ambientelegal.com.br/a-loucura-no-trabalho-docente/
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