Lá, pois, onde Kraepelin (1907) recomenda aos estudantes de psiquiatria, “que não deixem lugar para a fala do paciente” é justamente, nessa fala e em seu conteúdo, onde encontraremos, por vezes, as raízes do que, à primeira vista, parecia patológico.
Então, Dr. Kraepelin – ou Dr. quem quer que seja neo-kraepliniano -, não se pode descartar a pessoa que vivencia a experiência psicótica nem seus conteúdos, tão pouco, seus afetos. Só que, por outro lado, não se trata de fetichizar seu discurso e compreender essas pessoas como figuras de linguagem. Porque a pessoa que delira é uma complexa, multideterminada totalidade e seus delírios, seus sintomas, sua linguagem são apenas partes dessa nossa totalidade humana.
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