Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Capitalismo e loucura

Basaglia, autores da reforma psiquiátrica e da antipsiquiatria fizeram leituras sobre o papel do capitalismo na experiência social de loucura. Os psiquiatras tradicionais defendem que a habilidade para a produção e renda é sinal de aptidão ou saúde biológica. Livros de história da economia descrevem como as práticas do capitalismo tiveram que ser inculcadas no ambiente social e no repertório das pessoas e o custo social que foi retirar o apoio que os camponeses tinham durante o período feudal. Sociólogos descrevem como a cultura brasileira teve certa dificuldade de adotar as práticas de produção capitalista e como isso faz com que o desenvolvimento econômico seja reduzido. A industrialização e a urbanização aumentam as exigências sobre os comportamentos esperados e aumentam a necessidade de conquistar autonomia financeira (reduzem o apoio comunitário). Alguns modos de vida estão mais alinhados com as práticas de produção e consumo capitalistas enquanto outros modos de vida tangenciam a produção e consumo. Modos de vida que consistem em ambiente sociais, práticas e culturas. O preparo para os modos de vida mais compatíveis com a produção e consumo consiste numa aprendizagem progressiva de comportamentos os quais não são nada simples e quanto mais produtivo se deseja ser menos simples são essas aprendizagens. Por outro lado, observação social indica que existem atalhos para se inserir no modo de produção e consumo capitalista enquanto também existem modos mais difíceis de inserção nas práticas capitalistas. Um aspecto da avaliação psiquiátrica ou psicológica envolve o quanto a pessoa se comporta de acordo com certos padrões de adequação às práticas capitalistas os quais são entendidos como sinais de grau de aptidão/inaptidão e grau de saúde/doença. Além disso, o modo de pensar psiquiátrico presente em toda a sociedade sugere que automaticamente uma pessoa que recebe uma nomeação diagnóstica para seus comportamentos se torna incapaz. As condições sociais e institucionais que são construídas e mantidas em torno da noção de doença mental incapacitante também contribuem para o grau de dificuldade das pessoas nomeadas com um rótulo diagnóstico se inserirem na produção capitalista. O modo de pensar psiquiátrico assume que a incapacidade para o trabalho é uma característica intrínseca do organismo e que o espaço/tempo das circunstâncias sociais e suas consequências nas trajetórias de vida são irrelevantes. Essas problematizações anteriores indicam que a aptidão para o trabalho não deve ser reduzidas ao suposto aspecto orgânico (mesmo as caracterizações orgânicas específicas são discutíveis). Barreiras sociais atitudinais às pessoas diferentes do padrão normocêntrico indicam que a sociedade contribui na produção da experiência de deficiência (de dificuldade) e na privação de direitos sociais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário