Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/
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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Ingredientes em cosméticos e aditivos alimentares (App)

O aplicativo Ingred lê o rótulo de cosméticos e alimentos, identifica ingredientes prejudiciais e descreve os efeitos. Um dos tipos de ingredientes são os químicos disruptores endócrinos que a autora de Coquetel Tóxico (Toxic cocktail, ed. Oxford) descreve em seu livro. Segundo a autora esses compostos químicos prejudicam o Quociente intelectual desde o útero até crianças com idades maiores, assim como prejudicam o sistema endócrino e a tireóide de adultos.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Tornar-se gênio (Bertrand Russel)

Bertrand Russel

COMO SE TORNAR UM HOMEM DE GÊNIO



Se houver entre meus leitores algum rapaz ou moça que aspire a se tornar líderes de pensamento em sua geração, espero que evitem certos erros nos quais caí na juventude por falta de bons conselhos. Quando desejava formar uma opinião sobre um assunto, costumava estudá-lo, pesar os argumentos de diferentes lados e tentar chegar a uma conclusão equilibrada. Desde então, descobri que essa não é a maneira de fazer as coisas. Um homem de gênio sabe tudo sem a necessidade de estudo; suas opiniões são pontifícias e dependem, para serem persuasivas, do estilo literário, e não do argumento. É preciso ser unilateral, pois isso facilita a veemência que é considerada uma prova de força. É essencial apelar para preconceitos e paixões de que os homens começaram a se envergonhar e fazer isso em nome de alguma nova ética inefável. É bom criticar as mentes lentas e mesquinhas que exigem evidências para chegar a conclusões. Acima de tudo, o que há de mais antigo deve ser apresentado como o que há de mais moderno.

Não há novidade nesta receita de genialidade; foi praticado por Carlyle no tempo de nossos avós, e por Nietzsche no tempo de nossos pais, e foi praticado em nosso próprio tempo por DH Lawrence. Lawrence é considerado por seus discípulos como tendo enunciado todo tipo de nova sabedoria sobre as relações entre homens e mulheres; na verdade, ele voltou a defender a dominação do homem que se associa aos habitantes das cavernas. A mulher existe, em sua filosofia, apenas como algo macio e gordo para descansar o herói quando ele retorna de seus trabalhos. As sociedades civilizadas aprenderam a ver algo mais do que isso nas mulheres; Lawrence não terá nada de civilização. Ele vasculha o mundo em busca do que é antigo e sombrio e ama os vestígios da crueldade asteca no México. Rapazes, que estavam aprendendo a se comportar, naturalmente o lêem com prazer e saem praticando coisas de homem das cavernas tanto quanto os costumes da sociedade educada permitem.

Um dos elementos mais importantes para o sucesso em se tornar um homem de gênio é aprender a arte da denúncia. Você deve sempre denunciar de forma que seu leitor pense que é o outro sujeito que está sendo denunciado e não ele mesmo; nesse caso, ele ficará impressionado com seu nobre desprezo, ao passo que, se pensar que é ele mesmo que você está denunciando, considerará que você é culpado de mau humor. Carlyle observou: "A população da Inglaterra é de vinte milhões, a maioria tolos." Todos que leram isso se consideraram uma das exceções e, portanto, gostaram da observação. Você não deve denunciar classes bem definidas, como pessoas com mais de uma certa renda, habitantes de uma determinada área ou crentes em algum credo definido; pois se você fizer isso, alguns leitores saberão que sua invectiva é dirigida contra eles. Você deve denunciar pessoas cujas emoções estão atrofiadas, pessoas a quem apenas um estudo árduo pode revelar a verdade, pois todos sabemos que são outras pessoas e, portanto, veremos com simpatia seu poderoso diagnóstico dos males da época.

Ignore o fato e a razão, viva inteiramente no mundo de suas próprias paixões fantásticas e produtoras de mitos; faça isso de todo o coração e com convicção, e você se tornará um dos profetas de sua época.

28 de dezembro de 1932

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

STARTS (Esquizofrenia e EMT)

Ensaio clínico STARTS na Unifesp em parceria com universidades de elite investigou efeito de estimulação magnética transcraniana no que a psiquiatria chama de sintomas positivos e negativos de esquizofrenia e nas funções cognitivas executivas. Obteve resultado nos sintomas negativos (características de apatia) e não obteve resultado de melhoramento cognitivo.

Eu refleti um pouco. A excitabilidade deve ser mais fácil modificar do que processos cognitivos. Mesmo assim não se sabe se com o seguimento dos participantes no tempo (follow-up) os resultados se mantiveram. Sintomas negativos são avaliados com questionários que podem ser respondidos com base em expectativas ou sutilmente treinados. A avaliação cognitiva é feita com mensurações diretas de desempenho. Por isso a avaliação dos sintomas negativos tem mais chance de viés do que a avaliação cognitiva.

Alterar comportamentos intelectuais modificando apenas o corpo me parece uma maneira indireta de alterar comportamentos e por isso pouco eficiente. Na área de teoria das molduras relacionais (uma derivação da análise do comportamento simbólico) já se conseguiu aumentar o coeficiente intelectual ensinando conceitos relacionados a formas de raciocínio como semelhante/diferente, maior que/menor que, etc (https://www.raiseyouriq.com/). O resultado é melhor porque estabelece novos controles de estímulos (ou comportamentos operantes) (aprender a agir em função de algumas características do ambiente) e apenas alterar o corpo não faz isso.

Já os sintomas negativos poderiam ser alterados com um ambiente mais interessante, enriquecido, acolhedor (para os usuários) e redução de dose. O foco no cérebro não vê isso. Quem já conviveu com usuários num bom Centro de Atenção Psicossocial já viu como um ambiente como esse ou uma redução de dose pode melhorar a apatia.

Instalação de comportamentos pré-requisitos para o desempenho educacional e profissional seriam outra forma mais direta de estabelecer uma recuperação funcional. As funções cognitivas executivas são variáveis mediadoras e indiretas. Se o desempenho for diretamente alterado a utilidade no ambiente permite estabelecer conexões neurais mais fortes. Os comportamentos instalados se mantém pelo efeito no sucesso. Comportamentos operantes bem estabelecidos podem ser sofisticados, rápidos se controle de estímulos for forte (e desenvolvidos com intervenções de ensino) apesar de prejuízos nas funções cognitivas executivas.

Observação: A ideia é trabalhar pre-julgamentos ou pressupostos que antecedem as pesquisas.

[Adicionado posteriormente em 7 de fevereiro: Duas concepções de inteligência diferentes subjazem as duas perspectivas. Uma considera a inteligência resultado automático de estruturas cerebrais intactas ou saudáveis. Outra considera que inteligência é um adjetivo para comportamentos operantes sofisticados e de qualidade. O ponto é que é possível ter estruturas cerebrais intactas e não ter desenvolvidos comportamentos operantes sofisticados e de qualidade. Também é possível não ter estruturas cerebrais intactas e ter desenvolvido comportamentos operantes sofisticados e de qualidade. Nesse caso, o dano na função cerebral/cognitiva terá menos relevância na inteligência e na capacidade ocupacional pois os comportamentos operantes aprendidos já estão estabelecidos e se há pré-requisitos para desenvolvê-los mais ainda a estrutura cerebral danificada terá pouca relevância salvo em casos de dano extremado. Além disso, é possível que seja mais importante a capacidade de apresentar comportamentos novos (uma das definições de inteligência) resultante de processos comportamentais do que ter estruturas cerebrais intactas e não ser capaz de apresentar comportamentos novos resultante do lado inverso dos processos comportamentais].

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Mensuração mental, racismo e seleção de pessoas

 Traços

Capítulo 13 em Ciência e comportamento humano, "Função versus aspecto," pode oferecer uma saída contra as implicações racistas da mensuração mental. Seleção das pessoas certas se torna menos importante quando começamos a olhar para o controle. É o problema encontrar melhores estudantes - ou prover melhor ensino? Encontrar trabalhadores mais energéticos - ou arranjar melhores sistemas de incentivo? Se nós pudéssemos parar de olhar para a pessoa e olhar ao invés disso para histórias antecedentes, genética ou individual, nós poderíamos começar a agir mais efetivamente.

Notebooks, Skinner (1980)


quinta-feira, 10 de maio de 2018

The Myth of Intelligence

The Myth of Intelligence
Henry D. Schlinger, California State University, Northridge and University of California, Los Angeles

Document Type

Article

Abstract

Since the beginning of the 20th century, intelligence has been conceptualized as a qualitatively unique faculty (or faculties) with a relatively fixed quantity that individuals possess and that can be tested by conventional intelligence tests. Despite the logical errors of reification and circular reasoning involved in this essentialistic conceptualization, this view of intelligence has persisted until the present, with psychologists still debating how many and what types of intelligence there are. This paper argues that a concept of intelligence as anything more than a label for various behaviors in their contexts is a myth and that a truly scientific understanding of the behaviors said to reflect intelligence can come only from a functional analysis of those behaviors in the contexts in which they are observed. A functional approach can lead to more productive methods for measuring and teaching intelligent behavior.

Recommended Citation

Schlinger, Henry D. (2003) "The Myth of Intelligence," The Psychological Record: Vol. 53 : Iss. 1 , Article 2.
https://www.researchgate.net/publication/266418013_The_myth_of_intelligence