O discurso da psiquiatria biológica faz parecer que o tratamento farmacológico é um bem necessário e imprescindível sem o qual a pessoa vai viver em desgraça. Isso vale para outras áreas da medicina em que foi possível demonstrar causas biológicas de forma clara e conclusiva.
A partir da economia esse discurso tenta transformar o tratamento farmacológico na psiquiatria em um bem inelástico. Um bem inelástico é um bem insubstituível por outros bens e que as pessoas precisam pagar o preço que for pois não poderiam viver sem isso. Isso se traduz em muito dinheiro para o psiquiatra ou médico. Os psicólogos entram nessa onda do bem inelástico quando se associam com psiquiatras biológicos e corroboram o diagnóstico psiquiátrico.
O discurso da psiquiatria crítica, da saúde mental, da saúde pública trata de causas sistêmicas de sofrimento psicológico que podem ser resolvidas com recursos ambientais que não necessariamente passam por um tratamento.
Logo, o tratamento em saúde mental seria percebido como um bem elástico, isto é, um bem substituível por outros fatores de produção de saúde e que varia o consumo de acordo com o preço.
A psiquiatria crítica transforma a psiquiatria farmacológica em um bem elástico, isto é, substituível por outros fatores de produção de saúde.
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