Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Grandes eras foram instáveis




Grandes eras

Alfred North Whitehead


Devemos admitir que existe, de uma forma geral, um grau de instabilidade incoerente com a civilização. Mas, de um modo geral, as grandes eras foram eras instáveis.

Síndrome do déficit induzido por neurolépticos

https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=https%3A%2F%2Fen.wikipedia.org%2Fwiki%2FNeuroleptic-induced_deficit_syndrome

Síndrome do déficit induzido por neurolépticos

A síndrome do déficit induzido por neurolépticos ( NIDS ) é uma síndrome psicopatológica que se desenvolve em alguns pacientes que tomam altas doses de um antipsicótico por um período prolongado. [1] É freqüentemente causado por antipsicóticos típicos de alta potência, mas também pode ser causado por altas doses de muitos atípicos , especialmente aqueles mais próximos do perfil dos típicos (que têm maior afinidade pelo receptor de dopamina D 2 e 5-HT relativamente baixo Afinidade de ligação ao receptor da serotonina 2 ), como risperidona e amisulprida . [2]

Sintomas

A síndrome do déficit induzido pelos neurolépticos é caracterizada principalmente pelos mesmos sintomas que constituem os sintomas negativos da esquizofrenia : embotamento emocional , apatia , hipobulia , anedonia , indiferença, dificuldade de raciocínio, dificuldade ou incapacidade total de concentração, falta de iniciativa , déficit de atenção e dessocialização . [2] Isso pode facilmente levar a erros de diagnóstico e maus-tratos. Em vez de diminuir o antipsicótico, o médico pode aumentar sua dose para tentar "melhorar" o que eles percebem ser sintomas negativos da esquizofrenia, em vez de efeitos colaterais antipsicóticos. [ citação necessário ] O conceito de síndrome do déficit induzido por neurolépticos foi apresentado inicialmente para esquizofrenia e raramente foi associado a outros transtornos mentais. [2] Nos últimos anos, os neurolépticos atípicos estão sendo gerenciados com mais frequência em pacientes com transtorno bipolar ; portanto, alguns estudos sobre a síndrome do déficit induzido por neurolépticos estão disponíveis em pacientes com transtorno bipolar . [2]

Existem dificuldades significativas no diagnóstico diferencial de sintomas negativos primários e síndrome da deficiência neuroléptica (sintomas negativos secundários), além de depressão . [3]

Caso

Um homem japonês, que estava sendo tratado de esquizofrenia, exibia síndrome de déficit induzido por neurolépticos e sintomas obsessivo-compulsivos. [4] Seus sintomas foram notavelmente melhorados ao interromper um curso de antipsicóticos, seguido pela introdução do antidepressivo fluvoxamina . [4] Ele foi diagnosticado com esquizofrenia, o diagnóstico real era transtorno obsessivo-compulsivo . [4]

Referências

^ "Síndrome do déficit induzido neuroléptico". J Clin Psychiatry . 54 : 493–500. PMID 7903967 .
^ a b c Ueda S, Sakayori T, Omori A, Fukuta H, Kobayashi T, Ishizaka K, et al. (2016). "Síndrome do déficit induzido por neurolépticos no transtorno bipolar com psicose" .Neuropsychiatr Dis Treat . 12 : 265–268. doi : 10.2147 / NDT.S99577 . PMC 4745952 . PMID 26893564 .
^ Barnes TR, McPhillips miliampère (1995). "Como distinguir entre a síndrome do déficit induzido por neurolépticos, depressão e sintomas negativos relacionados à doença na esquizofrenia". Int Clin Psychopharmacol . 10 Supl 3: 115–121. doi : 10.1097 / 00004850-199509000-00015 . PMID8866773 .
^ a b c Machida N, Shiotsuka S, Semba J (2005). N 性 の と 抗 症候群 N 症候群 (NIDS) の 合併 例 に 抗 精神病 中止 と SSRI し 奏効 し 一例 [Caso de transtorno obsessivo-compulsivo associado à síndrome do déficit induzido por neurolépticos (NIDS): tratado com sucesso pela descontinuação de neurolépticos seguida pelo ISRS.]. Se 神 経 学 誌 [Seishin Shinkeigaku Zasshi] (em japonês) 107 (7): 667–673. PMID16146185 .

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

"a cada surto o cérebro se deteriora"

Se a gente tomar a palavra "surto" pelo o que realmente é, comportamento impertinente, deixa da fazer sentido a narrativa de que a cada "surto" o cérebro se deteriora. Isso só faz sentido dentro do modelo médico em saúde mental, que é bem quadradinho, e é formulado para manter os pacientes como clientes. É uma meritocracia invertida: quanto mais você desobedece o psiquiatra mais o discurso de que você deve ficar dependente dele cada vez mais.

É um modelo puramente conceitual que trabalha com o conceito de doença cerebral progressiva. Eu duvido ou desafio alguém me mostrar artigos que provam isso. Porque tenho artigos que contradizem isso. O psiquiatra não lê nada que não seja propaganda de indústria farmacêutica.

No livro A Medicina E A Realidade Brasileira de Carlos Gentile De Mello há dados que mostram que quanto há recompensa monetária por diagnosticar uma doença aumenta a quantidade de diagnósticos. Ou também que doenças crônicas são uma renda previsível para o médicos.

Engraçado como todo mundo pensa que os médicos são santos ou anjos que não estão sujeitos a nenhuma influência ou viés.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Indefesos contra o poder médico

A confiança no médico se mantém pela assimetria de poder e conhecimento. Se há conhecimento para não confiar cegamente no médico mesmo assim o poder social dos médicos ainda é muito grande. Pouca gente está disposta a conhecer um pouco medicina ou para deixar de idolatrar os médicos a partir desse conhecimento.

Ainda são taxados de loucos ou irresponsáveis quem enxerga que boa parte dos médicos é medíocre ou que a psiquiatria biológica é mal fundamentada. É papel do bom paciente e da pessoa normal confiar em médicos ruins. E os médicos ruins aproveitam para manter os pacientes como clientes para sempre.

A solução para toda essa dificuldade é ter o mínimo de conhecimento para escolher um médico com um perfil de formação melhor. Ter o conhecimento que falta aos psiquiatras biológicos não vai resolver nada se o médico por prepotente e orgulhoso.

O sistema de saúde mental tradicional quer prender você para sempre como usuário.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Ajudar a si próprio versus contar a verdade

"Quando você quer ajudar as pessoas, conte a verdade. Quando você quer ajudar a si próprio, conte o que elas querem ouvir.“  —  Thomas Sowell

Referência: https://citacoes.in/autores/thomas-sowell/

Eduque seu médico ou espere 17 anos

O tempo que leva para que as pesquisas impactem a prática médica é 17 anos em média. Você pode estudar o que os médicos não têm interesse nem tempo e educar seu médico ou esperar em média 17 anos.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

A década do cérebro (1990) não trouxe grandes avanços

Um professor de psiquiatria no curso Positive Psychiatry and Mental Health da Universidade de Sydney afirmou que a década do cérebro (anos 90) não entregou os grandes avanços que se esperava para o tratamentos dos problemas de saúde mental através da genética, neurociência, bioquímica.

Hoje em dia se tem mais consciência de que a saúde mental é uma área mais ampla do que isso e que envolve personalização de soluções para cada pessoa.

[Eu lembro que inclusive o Bill Clinton na época chamou o pessoal mais conceitual de homens das cavernas ou uma expressão parecida.]

"Benefícios" da intervenção precoce [ironia]

Os "benefícios" da intervenção precoce são danificar o cérebro, estragar a qualidade de vida e o futuro, ficar extremamente pessimista, começar a entender a própria vida como uma questão psiquiátrica, virar um zumbi, ser tratado como um lixo e se sentir mal com os remédios.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

CASA DE MÃE FILHOS SE VÃO

https://www.youtube.com/watch?v=iB51g9I_gAA

Programa Papo de Almoço com Fernanda Gentil- Rádio Globo, em 27/11/2018 Texto: Miryan Lucy Rezende - Educadora e Escritora- Uberlândia Mg Email miryanlu@hotmail.com

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Doença estética e raciocínio nazista

Afirmar que não se comportar esteticamente segundo padrões sociais é uma degeneração biológica é um raciocínio semelhante ao raciocínio nazista (somente nesse aspecto). É o raciocínio que a psiquiatria biológica faz ao considerar doentes mentais as pessoas que não se encaixam bem nos mecanismos de reprodução social.

Estética pressupõe valores e estes valores podem variar dentro de uma sociedade ou entre sociedades diferentes e períodos históricos.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Exploração econômica de pecadores sociais

Psiquiatria biológica da maneira como é praticada hoje em dia é exploração econômica de pessoas que não contribuem para a sociedade ou estão um pouco fora do esperado pela sociedade. Se não contribuem com trabalho ou fazendo o esperado pela sociedade pelo menos contribuem como consumidores de tratamentos psiquiátricos forçados. É quase como uma punição pelos próprios "pecados" sociais. Dificilmente alguém vai defender essas pessoas.

Prescrição Fatal (Netflix)


Em 1999, após perder o filho em um tiroteio em Nova Orleans e sem respostas da polícia, um farmacêutico de cidade pequena, Dan Schneider, embarca em uma jornada pessoal para levar o assassino à Justiça. Meses depois de completar sua missão com sucesso, um fato traz de volta o pesadelo do vício em drogas e da morte do filho: um número preocupante de jovens aparentemente saudáveis começa a visitar a farmácia de Dan com receitas médicas de altas doses do analgésico Oxycontin. Prevendo uma crise muito antes da epidemia de opioides ganhar atenção nacional, Dan assume mais uma missão: salvar a vida de outros jovens da comunidade e levar a luta para dentro da indústria farmacêutica.


Dirigido por Julia Willoughby Nason e Jenner Furst(Time: The Kalief Browder Story, Rest in Power: The Trayvon Martin Story), Prescrição Fatal mostra como a cruzada de um homem em luto provocou um acerto de contas com as figuras poderosas por trás da devastadora epidemia de opioides nos EUA.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Sem hemisfério cerebral esquerdo e funcional

https://super.abril.com.br/saude/jovem-nascida-sem-parte-do-cerebro-mostra-que-orgao-e-capaz-de-se-adaptar/amp/

Jovem nascida sem parte do cérebro mostra que órgão é capaz de se adaptar
  • Ela nasceu sem o hemisfério esquerdo, que é essencial para o desenvolvimento da linguagem. Mas conseguiu contornar o problema - e hoje está acima da média nessa habilidade.
Obs: Isso acontece porque a plasticidade cerebral de crianças é muito grande. Adultos não tem o mesmo grau de plasticidade.

Riscos da neurotecnologia

https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-02-13/por-que-e-preciso-proibir-que-manipulem-nosso-cerebro-antes-que-isso-seja-possivel.html

Por que é preciso proibir que manipulem nosso cérebro antes que isso seja possível. O cientista Rafael Yuste, que comanda projeto de pesquisa do cérebro, pede que os governos criem novas leis contra os riscos da neurotecnologia

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Cálculos de riscos errados e frequências naturais

A grande maioria dos médicos erra no cálculo de riscos por não ter um bom domínio do raciocínio bayesiano. A proporção do erro é grande: de 90% a 9% ou 2%. O risco correto seria muito menor. O que pode levar a danos por intervenções desnecessárias. A proposta das frequências naturais torna esse cálculo mais intuitivo. Até crianças de 10 anos acertam.

What are natural frequencies? (BMJ)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Esquizofrenia e desobediência

"A esquizofrenia é causada pelo fato de que os jovens não obedecem mais aos seus pais."

Journal of Mental Science (1904, p. 272)

Livro: Psiquiatria e antipsiquiatria
Autor: David Cooper

[comentário: uma relação óbvia para qualquer observador mas que é obscurecida pelo modelo médico em saúde mental que defende que os eventos sociais e familiares são secundários em relação a uma doença abstraída de contexto.]

Transtornos mentais deveriam ser transitórios

Quando há capacidade de tratar os problemas, que não são necessariamente problemas médicos, os transtornos mentais se tornam temporários ou transitórios e duram alguns anos apenas.

Interferência dos outros

Em nossa época, somos totalmente condicionados à interferência dos outros, carecemos gravemente das condições para o pleno desenvolvimento da capacidade de ser sozinho. Para a maioria de nós, a podridão da interferência começa no berço e não termina antes da sepultura. Exige-se considerável artifício a fim de escapar deste processo, mesmo momentaneamente. E, não obstante, creio que é unicamente na base de uma capacidade adequada de ser sozinho que podemos achar um caminho verdadeiro de ser com outros. Precisamos redescobrir o significado perdido do princípio taoísta do wu wei, o princípio da não-ação, porém uma não-ação positiva que requeira um esforço de autocontenção, um esforço para cessar a interferência, para "dispensar" os outros e lhes dar e a si próprio uma oportunidade.

(p. 99)

Livro: Psiquiatria e antipsiquiatria
Autor: David Cooper

Médicos de segunda ordem

A instituição (establishment) médica tende a encarar a Psiquiatria com atitude condescendente. Isto somente em parte não tem justificação. A justificação reside no fato de que muitos psiquiatras se perderam totalmente nas complicações da medicina orgânica, submeteram-se a exames de Medicina superior, aprenderam como inspecionar o fundo do olho e como determinar a proporção exatamente correta das substâncias nos nossos vários excreta. Gradual e esmeradamente, adquiriram uma indispensável ignorância com relação à outra pessoa (paciente) com quem se defrontam ou, mais comumente, com quem se recusam a defrontar. Na verdade, numerosos psiquiatras são médicos de segunda ordem - gente que não seria capaz de "fazer" medicina geral, mas este fato não limita as possibilidades de pretensão. A pretensão se retrai, todavia, em certos casos - casos em que o psiquiatra tentou realmente compreender seu paciente na base de uma compreensão que tentou alcançar de si próprio -, talvez através de prolongado e custoso treinamento psicanalítico. Este constitui, talvez, um caminho penoso e imperfeito, com relação ao qual, porém, a instituição (establishment) médica e os seus comitês de seleção facciosamente designados (para empregos psiquiátricos) mostram pouca evidência de compreensão. Por esta razão, elementos humana, técnica e profissionalmente mal equipados são empurrados para posições de poderio sócio-médico, como consultores, superintendentes e até, algumas vezes, como professores de Psiquiatria.

(p. 42)

Livro: Psiquiatria e antipsiquiatria
Autor: David Cooper

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Domínio da cultura e saúde mental

Ser considerado são depende de ter domínio cultural o suficiente para ser valorizado e ter credibilidade para assumir papéis sociais. Ou ter domínio cultural o suficiente para conseguir burlar desqualificações sociais. Quando a pessoa age de modo inusual provavelmente o que falta é repertório para ser legitimado e seguir regras discursivas ou cânones epistêmicos.

Por outro lado, há atitudes sociais invalidantes que têm a intenção de excluir a pessoa sem domínio cultural de papéis sociais que substituem o papel de doente mental.

Resistência à insulina e piora da cognição

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302008000700003

Déficit cognitivo: mais uma complicação do diabetes melito?

Resistência à insulina e depressão

Associação entre resistência à insulina e depressão em jovens obesos
https://ganepeducacao.com.br/associacao-entre-resistencia-a-insulina-e-depressao-em-jovens-obesos/

Depressão: como enfrentar o fracasso da Psiquiatria

https://outraspalavras.net/descolonizacoes/depressao-como-enfrentar-o-fracasso-da-psiquiatria/

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Filhos (Khalil Gibran)

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

Crítica ao Janeiro Branco

O Janeiro Branco, ou a campanha para incentivar a cuidar da saúde mental, é basicamente papo de vendedor. Há riscos em se pedir ajuda para o sistema de saúde mental ou falar para os pais que não está feliz. Há muitos profissionais com a capacidade de reflexão que beira ao ridículo. Que vão indicar psiquiatra porque não sabem o que fazer. Então você vai estar preso o resto da vida no sistema de saúde mental ou pelo menos algumas décadas. Você vai ser considerado doente mental (depreciado) e culpado de todos os seus problemas por toda a sociedade. Você vai ser considerado incapaz ou menos produtivo e vai ser incentivado a se aposentar por ter a suposta doença incapacitante. Você pode passar uma década ou mais sem melhorar por contratar profissionais medíocres e nem ser capaz de perceber isso.

Cuidado com o sistema de saúde mental. Quem pede ajuda pode rapidamente se decepcionar ou pode virar um zumbi com os coquetéis.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

empurrar o filho para fora do ninho

“É preciso empurrar o filho para fora do ninho” – Por Rubem Alves

https://www.portalraizes.com/filhorubemalves/?fbclid=IwAR27YS7br6RE9gt5thK0ZcFabAoEoPHKL_38a-gXdxNhGTAyh_08zEpbGEg

a criação do desviante (Goffman)

É notável que aqueles que se ocupam das ciências sociais tenham-se
habituado com tanta facilidade ao uso do termo "desviante", como se
aqueles a quem o termo é aplicado tivessem em comum tantas coisas
significativas que eles poderiam ser considerados como um todo. Assim
como há distúrbios iatrogênicos causados pelo trabalho que realizam os
médicos (o que, então, lhes dá mais trabalho), há também categorias de
pessoas que são criadas pelos estudiosos da sociedade e, então, por eles
estudadas.

Livro: Estigma
Autor: Goffman

se fazer de louco (Goffman)

Em geral, também, ela é prevenida contra o fato de
aceitar completamente como suas as atitudes negativas que
outros têm para com ela. É provável que ela seja prevenida
contra a "desmenestrelização", por meio da qual a pessoa
estigmatizada deseja conquistar as graças dos normais
exibindo o repertório completo de qualidades negativas
imputadas a seus iguais, consolidando, assim, uma situação
vital dentro de um papel ridículo:
“Aprendi também que o aleijado deve ter cuidado em não
agir de maneira diferente da expectativa das pessoas. Acima
de tudo, eles esperam que o aleijado seja aleijado; seja
incapacitado e indefeso: inferior a eles e, assim, têm
desconfiança e sentem-se inseguros se os aleijados não
correspondem a essas expectativas. É bastante estranho, mas o
aleijado tem de desempenhar o papel de aleijado, assim como
as mulheres têm que ser o que os homens esperam delas, ou
seja, simplesmente mulheres; e os negros freqüentemente têm
que agir como palhaços frente a raça branca "superior", de
tal modo que o homem branco não fique amedrontado por seu
irmão negro.
Certa vez conheci uma anã que era uma exemplo patético
do que estou dizendo. Era muito pequena, tinha cerca de um
metro de altura e extremamente bem educada. Na frente de
outras pessoas, entretanto, tinha muito cuidado em não ser
94outra coisa que não "a anã", e desempenhava o papel de boba
com o mesmo riso de mofa e os mesmos movimentos rápidos e
engraçados que caracterizaram os bufões desde as cortes da
Idade Média. Quando estava com amigos, ela podia tirar o
gorro, os sinos e atrever-se a ser a mulher que realmente
era: inteligente, triste e muito solitária."

Autor: Goffman
Livro: Estigma

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Situações complicadas

A pessoa que tem um defeito secreto deve estar atenta para a situação social, esquadrinhando possibilidades e, assim, provavelmente se sentirá alienada do mundo mais simples em que aparentemente vivem as pessoas à sua volta.

Livro: Estigma

Autor: Goffman

a psicanálise e a psiquiatria biológica

A psicanálise tem uma vantagem muito grande em relação à psiquiatria biológica. Embora não seja tradicionalmente científica, ela acredita que há algo a ser compreendido. A psiquiatria biológica não.

"drogas ilegais causam transtornos crônicos"

As drogas ilegais tem efeitos transitórios. O que realmente é crônico é que depois que o diagnóstico é feito por um psiquiatra biológico vai ser mantido para sempre por oportunismo mercadológico (como causa social) ou falta de conhecimento.

Não existe o conceito na psiquiatria biológica de alguém se libertar do diagnóstico ou da droga psiquiátrica depois de começar. Esse tipo de conhecimento é inclusive combatido por contrariar interesses de mercado dos psiquiatras biológicos e da indústria farmacêutica.

É uma oferta tentadora para alguém que gosta de se drogar e de não ser produtivo a proposta de se aposentar por transtorno mental crônico.

É a mesma estória do acordo social implícito da loucura.

Revisão sistemática Antidepressivos e placebo

Uma revisão sistemática sobre antidepressivos e placebo não pode ser lida isoladamente de forma ingênua. Não é porque esse tipo de estudo está no topo da hierarquia de evidências que o resultado é totalmente confiável e que fecha a questão. Há toda uma indústria querendo defender lucros associados com esses resultados. Os pesquisadores que apresentam resultados negativos são marginalizados no mercado de trabalho. Ou pode também haver pouco interesse em publicar resultados negativos. Então se você junta várias pesquisas é claro que o resultado vai dar positivo. Até idoneidade da Cochrane está sendo questionada atualmente. Como ter certeza de que se deve confiar nessa pesquisa?

Eu tendo a confiar mais em quem está disposto a aceitar resultados negativos e não tem ligações ou interesses com a indústria.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

O acordo social implícito da loucura

A experiência de loucura envolve um acordo social implícito (não necessariamente consciente) entre:

- Estado que aposenta os pacientes
- A indústria farmacêutica que incapacita com fármacos e tem um pretexto para continuar vendendo drogas e leitos em hospitais psiquiátricos financiados pelo Estado.
- o psiquiatra biológico que tem suas consultas garantidas
- o paciente que não precisa adotar responsabilidades e pode se aposentar. Também pode adotar um modo de vida alternativo e não produtivo. A loucura é um modo de vida com consequências atraentes para o paciente.
- a família que pode querer companhia do paciente na velhice, controlar e submeter o paciente aos próprios interesses entre outros ganhos secundários.

Esse acordo que faz a psiquiatria crítica, a psiquiatria alternativa, a reforma psiquiátrica e a antipsiquiatria pouco popular como promoção de saúde.

O tratamento de "saúde" para resolver isso envolveria encontrar um acordo social superior a esse: o acordo do ajuste social. Para isso é necessário habilidades dos profissionais.

A reforma  psiquiátrica para ser bem-sucedida precisa oferecer um acordo social superior. Por isso, faz muito sentido as atividades e vida social dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) pois encaram a loucura como um modo de vida social e oferecem um acordo social diferente da psiquiatria biológica.

Ampliação da percepção e refutação desequilíbrio químico

A explicação pelo desequilíbrio químico substitui várias outras explicações e compreensões mais intuitivas que seriam mais acessíveis ao paciente fazer sozinho.

Refutar a explicação do desequilíbrio químico abre um espectro grande de possibilidades de compreensões psicossociais e culturais.

Ler mais:
Poesias antipsiquiátricas (R$ 4,32 na Amazon / livro autoral)
http://bit.ly/poesiasantipsiquiatricas

Exagero de exigências e loucura

“Nada pode dar errado, quando não há nenhuma imagem do certo.”

Nem todas as pessoas experimentam o mesmo nível de exigência de socialização na família e círculo social o qual pertencem. A loucura e o diagnóstico podem estar atrelados a expectativas exageradas de moldar o paciente.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

CPF nas farmácias e discriminação laboral

Para o professor de comunicação da ECA-USP e autor da pesquisa “Datacracia: a vida na interface”, Luli Radfahrer, a possibilidade da criação de perfis dos consumidores está entre as consequências mais graves. “Uma pessoa pode não ser contratada pelos dados de saúde dela, mesmo que esses dados sejam coisas efêmeras ou que não as afetem de fato”, comentou.


Ele aponta que o uso indiscriminado de dados sensíveis e médicos podem aprofundar discriminações de forma um tanto quanto distópica. Pode ir desde o aprofundamento do Score de Crédito até a negação de vagas específicas de emprego a pessoas com determinadas condições médicas.

https://www.vice.com/pt_br/article/9kzbx5/por-que-farmacias-insistem-para-ter-seu-cpf

CPF na farmácia

https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/cpf-em-troca-de-desconto-mp-investiga-venda-de-dados-de-clientes-por-farmacias.ghtml