Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

sábado, 10 de julho de 2021

Análise funcional sistemática e análise do comportamento

Eu comecei esse blogue para investigar o substrato biológico dos problemas de saúde mental e os fundamentos da psiquiatria biológica e reforma psiquiátrica. Tive essa ideia porque aprendi numa aula de reforma psiquiátrica e atenção psicossocial que essa era uma disputa da reforma psiquiátrica. Também aprendi durante o curso de psicologia (texto de Ullman e Krasner) que o modelo médico se opõe ao modelo psicológico. O modelo médico explica através de uma causa subjacente interna ao organismo e o modelo psicológico descreve o próprio comportamento em sua relação com o ambiente. Também aprendi que todo comportamento é funcional (tem uma função) e portante é sempre adaptativo. A partir disso, quis investigar se o discurso dos psiquiatras biológicos ou da reforma psiquiátrica tinha mais fundamento. Conclui que muito do que se diz na psiquiatria biológica está mais para ideologia e manipulação de pesquisas do que para boa ciência.

No que diz respeito à análise do comportamento, uma palestra sobre o conceito de função num evento de filosofia da biologia ajudou a pensar o assunto e a chegar a um esboço de resposta. O conceito sistêmico de função na biologia atribui função a tudo e pode ser aplicado a qualquer sistema, seja biológico ou não. Esse conceito tem dificuldades com a disfunção biológica (porque não trabalha origem? Não ficou claro). Acredito que esse seja o conceito usado na análise funcional da análise do comportamento. Não é necessário buscar a origem pois pode-se verificar o que está mantendo o comportamento atualmente. Mas na verdade faz sentido porque todo comportamento tem uma relação com o ambiente e a disfunção precisa ser investigada em outro nível de análise.

Por outro lado, sociedade e psiquiatria biológica são muito rápidos para atribuir disfuncionalidade e incompreensibilidade sem levar em conta os determinantes sociais e ambientais ou sem fazer uma análise funcional. É desejável expandir a capacidade de manejo dos comportamentos através de análises funcionais sistêmicas. É algo realmente poderoso se bem realizado e podem fazer dispensar as intervenções biomédicas. As intervenções biomédicas, por outro lado, são insuficientes e paliativas. A rapidez com que se atribui causas subjacentes disfuncionais aos comportamentos é tão grande quanto a discutibilidade (falta de fundamento) da origem patológica desses comportamentos ou dos diagnósticos psiquiátricos. Por outro lado, a disfunção biológica existe e deve ser melhor investigada. Mesmo assim, a prática psiquiátrica atual é psicológica (e não corporal como o resto da medicina) e se baseia nos efeitos dos fármacos e das intervenções biomédicas nos "sintomas" (comportamentos) e não na origem.

Quanto maior a disfunção biológica mais é exigido da capacidade da análise funcional sistêmica para otimizar a aprendizagem. É possível em casos graves recorrer às intervenções reducionistas/neurológicas. Mas isso depois de análises funcionais sistêmicas competentes se mostrarem insuficientes. A psicologia mentalista tem limitado poder de descrição e manipulação de determinantes do comportamento. Quine se refere às características da linguagem mentalista como sendo linguagem intensional que se refere a contextos opacos (amplos e concretamente pouco definidos). A linguagem mentalista projeta significados a partir de abstrações e é a linguagem comum do cotidiano. A linguagem não mentalista (da análise do comportamento) é extensional, isto é, se refere a eventos concretos definíveis operacionalmente. A psicologia mentalista recorre ao discurso de disfunção da psiquiatria biológica e às intervenções biomédicas como escudo para sua limitada capacidade de manipulação dos determinantes dos comportamentos ("sintomas").

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