Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
terça-feira, 28 de setembro de 2021
domingo, 26 de setembro de 2021
Coeficiente de parentesco e suposições genéticas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_parentesco
Suposições sobre genética de parentes nos transtornos mentais são feitas sem levar em conta a proporção de genes compartilhados. É bom dar uma olhada nessa tabela.
O papel da psiquiatria no holocausto alemão
Resumo do artigo de Breggin.
Link do artigo original:
http://breggin.com/wp-content/uploads/2008/01/psychiatrysrole.pbreggin.1993.pdf
A psiquiatria moderna teve o papel de antecipar o assassinato em massa na Alemanha. Em 1920 um psiquiatra alemão famoso defendeu a esterilização, castração e eutanásia para as pessoas consideradas crônicas e inaptas para o trabalho. Hitler leu esse livro na prisão e usou esse autor no livro dele. Hitler não foi um maluco em sua época. Ele e esse tipo de prática eram respeitados pela comunidade médica alemã, americana e a comunidade internacional de médicos. A associação americana de psiquiatria e a revista científica de psiquiatria americana apoiaram esse programa. Os Estados Unidos inspiraram os alemães.
As pessoas selecionadas pelos médicos para serem esterilizadas, castradas ou sofrerem eutanásia incluíam todas as pessoas internadas em hospitais psiquiátricos e alguns autores defendiam que isso não era suficiente e que era necessário eliminar os irmãos e a família inteira devido aos genes recessivos.
Os psiquiatras alemães começaram antes da 2a. guerra por conta própria o extermínio de pacientes mentais. Depois Hitler oficializou e quando houveram reclamações e Hitler retirou o status oficial do programa eugenista os psiquiatras alemães continuaram por conta própria. Os métodos criados pelos psiquiatras alemães foram transpostos pelos próprios como consultores para os campos de extermínio. A prática de extermínio dos psiquiatras alemães foi como um projeto piloto que testou a aceitação popular dos alemães para o extermínio de pessoas do próprio país.
Os psiquiatras Kraeplin (fundador da psiquiatria moderna) e Breuler (criador do termo esquizofrenia) eram eugenistas. Breuler chegou a elogiar o programa de Hitler na propaganda de um livro. O modo de pensar da psiquiatria moderna atual tem todos os pontos da psiquiatria alemã da época menos a eutanásia.
Na época ninguém levantou dúvidas sobre a ciência psiquiátrica, a antropologia e a ciência comportamental (psicológica). Isso foi considerado de maneira defensiva como as ações e pensamentos de alguns poucos indivíduos mas era amplamente aceito e discutido pelos médicos e cientistas sociais e outras áreas. A psiquiatria moderna enxerga o indivíduo como objeto, ou uma aberração bioquímica ou genética ou uma doença, fazendo com que este seja visto como sub-humano. Essa é a fonte do defeito moral da psiquiatria moderna segundo Breggin.
Por respeito à psiquiatria moderna historiadores não costumam comentar sobre a psiquiatria e seu papel no holocausto alemão. Os psiquiatras alemães não foram condenados no tribunal de Nuremberg porque o responsável era um psiquiatra eugenista americano.
O primeiro princípio é o tratamento involuntário. O segundo princípio o hospital psiquiátrico estatal. O terceiro princípio é a aplicação de diagnósticos médicos a problemas psicológicos, espirituais, sociais e políticos. Separando as pessoas consideradas inferiores e as consideradas superiores. O quarto princípio é o modelo médico ou biológico para as diferenças humanas ou transtornos psicológicos. O quinto princípio é o assalto físico ao corpo e ao cérebro com intervenções prejudiciais e incapacitantes. O sexto princípio é a eugenia involuntária. O sétimo princípio é a eutanásia. O oitavo princípio é a seleção médica das pessoas.
Os responsáveis pelo tribunal de Nuremberg chegaram à conclusão que o holocausto poderia não ter ocorrido se não fossem o programa de extermínio dos psiquiatras e que Hitler ter aplicado isso na Alemanha foi um acidente.
Violação de expectativas culturais e saúde
É importante fazer engenharia reversa do que se tornou "sintomas psiquiátricos" explicitando quais expectativas culturais foram violadas quando se atribui um diagnóstico psiquiátrico a alguém. Exemplos de expectativas culturais podem ser obediência aos superiores ou aos pais, respeito ao senso comum, compostura, comedimento, etc. A real origem do diagnóstico psiquiátrico é a violação dessas expectativas culturais e se comportar de forma a respeitar essas expectativas deveria ser considerado uma reversão do problema sem precisar de inventar uma estrutura dentro do organismo que possibilita isso (mentalismo orgânico).
sábado, 25 de setembro de 2021
Cunha comportamental
Cunha comportamental, ou behavioral cusps, é um termo cunhado por Rosales-Ruiz e Baer (1997) e traduzido por De Rose e Gil (2003, p. 375) como “um tipo de classe comportamental que expõe o indivíduo a novas contingências, as quais, por sua vez, abrem oportunidades para a aquisição de comportamentos novos e significantes que têm efeitos em longo prazo sobre o desenvolvimento comportamental”.
https://comportese.com/2011/11/11/o-brincar-e-a-analise-do-comportamento
sexta-feira, 24 de setembro de 2021
Eugenia
Geneticistas bem formados diriam que prática da eugenia não daria certo. Eugenia significa a seleção de genes superiores/saudáveis e a eliminação de doenças. Há um fenômeno chamado pleiotropia que significa que um traço influenciado geneticamente também está ligado a outros traços. Portanto, a tentativa de exacerbar alguns traços pode levar à piora de outros traços.
Outro motivo é que os genes de inteligência estão bem distribuídos na população comum.
Eu colocaria outro motivo: os estudos de gêmeos sobre genética de transtornos mentais estão equivocados. Há um trecho de um artigo no blogue sobre isso mas sem a demonstração completa.
A psiquiatria ao usar um modelo estatístico para diferenciar os superiores dos inferiores (ou os saudáveis e os doentes) através da curva normal estatística está usando o raciocínio eugenista criado por Galton (primo de Darwin). A psiquiatria biomédica acaba justificando práticas sociais nocivas a pessoas com situações sociais desfavorecidas. A sociedade também raciocina do mesmo jeito eugenista ao acreditar no modo de raciocinar da psiquiatria e há indícios claros disso no modo como as pessoas diagnosticadas são tratadas pela sociedade.
A análise do comportamento tem uma forma de raciocínio anti-eugenista porque consegue fazer até as pessoas mais deficientes aprenderem ou mostrar que alguém considerado doente na verdade é desfavorecido pelo ambiente. É possível fazer muito pela aptidão através do manejo preciso do ambiente.
A psiquiatria biomédica usa medidas estatísticas relativas chamadas vaganóticas que variam segundo a as características da população e portanto podem ser consideradas construções sociais pelo menos parcialmente. A estratégia de medida idemnótica da análise do comportamento compara o indivíduo com ele próprio.
O apêndice abaixo argumenta que medidas vaganóticas de aptidão (ou de saúde) irão variar segundo ideologias da época e que os parâmetros demandados socialmente implícito nas medidas também variarão com as épocas e sociedades. Portanto, quando a psiquiatria biomédica usa essas medidas comparativas está fazendo isso segundo ideologias sociais e não somente como uma medida de caráter natural ou biológica. Na verdade a psiquiatria biomédica estaria fazendo engenharia social ao estigmatizar e prejudicar os que considera inferiores.
Apêndice:
Estratégias vaganóticas e idemnóticas de medida:
Relacionada à Teoria da Mensuração de Stanley Smith Stevens (1906-1973), a distinção que Johnston e Pennypacker (1993a) propõem entre unidades de medida que eles denominam vaganotics e idemnotics, ou vaganóticas e idemnóticas, aportuguesando estas palavras inglesas 18 , apresentam interesse para este desenvolvimento.
Uma unidade de medida idemnótica é aquela cuja definição está atrelada, ou deriva de uma constante absoluta do mundo físico, como por exemplo, o metro, a unidade padrão de comprimento, que é definido como sendo igual ao espaço atravessado pela luz no vácuo durante o intervalo de 1/299 792 458 de um segundo, ou o joule, a unidade padrão de trabalho ou energia, definido como a aplicação da força de um newton pela distância de um metro (Bureau International des Poid et Mesures, 2009). Desta forma, e em potência, qualquer medida executada com uma unidade de medida idemnótica produzirá sempre o mesmo resultado (idem=igual). Uma unidade de medida vaganótica é definida como o desenvolvimento de um sistema de mensuração que “implica o desenvolvimento de escalas e unidades de medida baseadas na variabilidade de um conjunto de observações entre indivíduos” (Mace & Kratochwill, 1986, p. 156). Vale dizer que uma medida vaganótica é pelo menos em parte uma construção social (White, 2001). Um exemplo clássico de uma medida vaganótica é o dos testes em psicologia, nos quais a unidade de medida deriva de uma amostra x tomada num tempo t. Todavia, as unidades e escalas obtidas nesta situação seriam diferentes caso fossem derivadas de outra amostra, digamos amostra y, ou da mesma amostra x se tomadas num tempo t +/- Δt. Em outras palavras, estas unidades de medida flutuariam (vagare) em função de variáveis estranhas ao fenômeno em si mesmo e medidas obtidas com elas não produziriam sempre, necessariamente, o mesmo resultado. Além disso, conforme observa White (2001), os parâmetros que delimitam os pontos extremos destes resultados (e que definem, por via de conseqüência, todas as demais medidas do intervalo assim estabelecido) “vagam” também em função da composição da amostra de padronização e de variáveis sociais. Por exemplo, um teste desenvolvido para classificar o nível de “aptidão” escolar de crianças em 1930 dificilmente seria apropriado para medir o mesmo construto atualmente, pois inúmeras mudanças ocorreram neste intervalo, incluindo dentre elas as diferentes demandas sociais dos parâmetros deste construto: diferentes épocas implicam diferentes habilidades julgadas necessárias para o melhor desempenho do futuro cidadão naquela sociedade, diferentes ideologias implicam igualmente diferentes conceitos de “aptidão”.
ROOSEVELT RISTON STARLING
Prática controlada: medidas continuadas e produção de evidências empíricas em terapias analítico-comportamentais
Adicionado em 29/08/2024:
Mensurações vaganóticas relativas em termos de saúde e doença populacional como representado pela porcentagem de prevalência epidemiológica de transtornos mentais tratados como primordialmente genéticos significa que a expansão da medicalização é apenas uma consequência natural dessa forma de pensar já que a saúde é relativa e isso é semelhante a práticas eugenistas.
domingo, 19 de setembro de 2021
Anatomia de uma indústria (Whitaker)
Variação nas culturas e alteração na dopamina
sábado, 18 de setembro de 2021
Demência, esquizofrenia, comorbidades e antipsicóticos
sexta-feira, 17 de setembro de 2021
The marketing of the new bipolar disorder
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
Politica social de saúde (Dowbor)
Saúde, sem dúvida, custa. Mas é o produto que mais
desejamos. Ou seja, é um produto, e talvez o melhor de
todos. Não é uma atividade meio, é uma atividade fim.
No entanto, devemos distinguir o nível de saúde atingido
em termos de resultados e o processo que permite atingi-
-los. Como em qualquer processo produtivo, a setor deve
alcançar os melhores resultados com o mínimo de custos.
É o que se chama de produtividade da saúde. Nas últimas
décadas, o mundo ganhou uma sobrevida impressionante.
Antes, vivia-se tempo suficiente para criar os filhos. Hoje, as
pessoas vivem 80, 90 anos. O progresso é impressionante.
O Atlas Brasil 2013, na avaliação geral dos 5.565 muni-
cípios do país, mostra que, entre 1991 e 2010, o tempo
médio de expectativa de vida do brasileiro subiu nove anos,
passando de 65 para 74 anos. São resultados espetaculares. 13
As pessoas tendem a atribuir esses resultados aos pro-
dutos que vemos na publicidade, belos hospitais e novos
medicamentos. “Tomou Doril, a dor sumiu” e semelhantes.
Na realidade, o imenso avanço da humanidade em termos
de esperança de vida se deve essencialmente à vacina, ao sa-
bão, ao acesso à água tratada e ao saneamento básico. Mais
recentemente no Brasil, a redução da fome com os diversos
programas governamentais também operou milagres, o que
explica em grande parte os nove anos de vida que ganhamos.
Portanto, ainda que grande parte de mídia se preo-
cupe com o tratamento da doença, os grandes ganhos de
produtividade e de dias saudáveis se devem à saúde pre-
ventiva, ou seja, ao conjunto das medidas – muitas delas
fora do que consideramos normalmente setor de saúde –
que evitam que surjam as doenças. Prevenir é incompara-
velmente mais produtivo do que remediar.
A tensão gerada aqui, entre o conceito de serviços de
saúde e o conceito de indústria da doença, é evidente. O
sistema privado não tem interesse no sistema de prevenção
por duas razões: primeiro, porque são ações universalizadas
(como vacinas, água e saneamento etc.) que envolvem mui-
ta gente sem dinheiro para pagar e grandes esforços organi-
zacionais que resultam da capilaridade das ações universais.
A vacina tem de chegar a cada criança do país. Segundo,
porque, ao se reduzirem os problemas de saúde, reduz-se o
número de clientes. E o setor privado vive de clientes. Está
interessado em poucos que possam pagar bem. Necessida-
de e capacidade de pagamento são duas coisas diferentes.
A concentração dos recursos da saúde privada no sistema
curativo hospitalar e nas doenças degenerativas dos idosos é
um resultado direto dessa deformação.
No caso brasileiro, naturalmente, a característica bá-
sica é a desigualdade, o que faz com que se tenham gerado
dois universos de serviços de saúde: o público para a massa
de pobres e o privado para os ricos e a classe média. Na
medida em que o setor privado da saúde, com fins muito
lucrativos, tenta expandir o universo de cobertura paga, os
esforços de se generalizar o acesso a bons serviços públi-
cos e gratuitos de saúde passam a ser atacados. O fato de
a direita americana no congresso quase ter paralisado os
Estados Unidos na guerra contra a universalização desses
serviços dá uma ideia dos interesses envolvidos.
Na realidade, nos Estados Unidos a saúde representa
praticamente 20% do PIB, enquanto a indústria emprega
menos de 10% da mão de obra do país. O fato de esse se-
tor da saúde se agigantar, tornando-se o setor econômico
mais importante, ajuda a entender as articulações perver-
sas que são gerados. Os Estados Unidos gastam cerca de
US$ 7.500,00 por pessoa por ano em serviços de saúde,
e o Canadá quase exatamente a metade. No entanto, o
nível de saúde no Canadá, onde os serviços são públicos,
universais e gratuitos, é incomparavelmente superior. O
sistema americano, baseado no privado e no curativo, faz o
cidadão procurar os serviços quando o mal já aconteceu. E
os procura raramente, pois são caros. O resultado é muito
dinheiro e pouca saúde. Nas pesquisas de produtividade
dos gastos em saúde em países desenvolvidos, os Estados
Unidos aparecem em último lugar. 14
A base do raciocínio – usando de preferência o cérebro
e não o fígado, de onde os argumentos já vêm verdes e amar-
gos – é que saúde não é um produto como um chinelo, que
se produz em massa na China ou na Indonésia e se despacha
por contêiner. Uma sociedade saudável trabalha um con-
junto de frentes que incluem desde cuidados da primeira
infância até o ambiente escolar, as condições de habitação e
urbanismo, a qualidade de vida no trabalho, o controle de
agrotóxicos e semelhantes. A vida saudável resulta de um
conjunto complexo de fatores, todos densamente ligados
com a qualidade de vida em geral. Não é um produto pa-
dronizado que sai de uma máquina e resolve. Envolve, na
realidade, uma forma de organização social.
Quando pensamos em saúde, tendemos a pensar na
farmácia e no hospital, porque nos acostumamos a pensar
nela apenas quando a perdemos. E não há dúvida de que há
uma indústria da doença pronta para reforçar essa visão em
cada publicidade de um plano privado de saúde, de remé-
dios milagrosos e semelhantes. Mas, no básico, é importante
pensar que as políticas de saúde se agigantaram muito re-
centemente e constatar as diferentes formas de organização:
desde o out-of-pocket (saúde curativa paga no serviço pres-
tado) dos Estados Unidos até a medicina pública social e
universal da Inglaterra, do Canadá, dos países nórdicos e de
Cuba. No Brasil temos a convivência caótica do SUS com
os gigantes financeiros que controlam os seguros e planos de
saúde, passando por organizações sociais e sistemas coope-
rativos diversos.
É importante a visão de conjunto: temos um grande
acúmulo de experiência de gestão empresarial nos setores
produtivos tradicionais, como de automóveis, e também
na área de administração pública tradicional. Mas, no
desafio de assegurar um bom nível de saúde, que resulta
da convergência de numerosos atores, inclusive dos mo-
vimentos sociais, ainda estamos à procura de paradigmas
adequados de gestão. Os rumos mais significativos, o que
funciona efetivamente em diversos países que atingiram
excelência, apontam para sistemas dominantemente pre-
ventivos, com acesso universal e gratuito, baseados em
gestão pública mas fortemente descentralizados, com forte
capacidade de participação e controle por organizações da
sociedade civil.
Há uma dimensão ética aqui: a de que nenhum ser hu-
mano deve padecer e sofrer quando há formas simples de
resolver o problema. A indiferença é vergonhosa e injustifi-
cável. Em termos sociais e políticos, não há dúvida de que
uma das melhores formas de democratizar uma sociedade é
assegurar que todos tenham acesso à saúde, tanto preventi-
va como curativa, independentemente do nível de renda. É
uma forma essencial de redistribuição indireta de renda e de
se generalizar o bem-estar.
A falta de acesso a serviços básicos de qualidade, por
outro lado, gera um sistema quase de chantagem: as famílias
se sangram para pagar um plano privado de saúde, gastando
muito mais do que o custo dos serviços prestados, simples-
mente por insegurança, pela possível tragédia de um aciden-
te ou doença grave. Acabamos contratando um plano, e pa-
gando caro para ter um certo sentimento de tranquilidade, e
não pelos serviços de saúde efetivamente prestados. Quanto
mais inseguros, mais pagamos. A indústria da doença preci-
sa ser fortemente controlada, e um dos melhores caminhos
é a sistemática elevação da qualidade e acessibilidade dos
serviços públicos universais de saúde. 15
14. Avaliação de 2007 mostrou os Estados Unidos em último lugar entre países desenvolvidos
em eficiência de saúde: gastaram US$ 7.290,00 por pessoa. Em primeiro lugar ficou a Holanda,
apesar de gastar apenas US$ 3.837,00 (New Scientist, 26 jun.2010). Saúde privada, essencialmente
curativa e elitista, constitui um desperdício. O que não impede que os EUA sejam um destino
lógico para uma intervenção cirúrgica de ponta paga a preço de ouro.
Dowbor. O pão nosso de cada dia.
terça-feira, 7 de setembro de 2021
Voltar do inferno e felicidade (poesia bukowski)
domingo, 5 de setembro de 2021
Neurociência cognitiva e patologia psiquiátrica
Resumo da palestra:
Usa as variáveis dependentes (efeito) taxa de erro e tempo de reação relacionadas a atividades progressivamente mais complexas (por adição de componentes). A grande maioria dos experimentos não trata de causas ou etiologias e se baseia em explicações reducionistas e mecanicistas. As explicações são feitas com base nos componentes ou elementos constitutivos e análise de suas funções (reducionismo vs análise funcional). Usa protocolos comportamentais da psicologia cognitiva, isto é, parte da conceito de mente ou capacidades mentais. Os protocolos de imagem cerebral tratam de diferenças de atividade cerebral no mesmo indivíduo ou entre indivíduos. Há experimentos ascendentes (bottom-up) e descendentes (top-down) de acordo com a direção da intervenção para detecção e estes são experimentos interníveis e etiológicos. Experimentos ascendentes incluem interferência no cérebro e estimulação. Limitações dos experimentos ascendentes incluem: o cérebro pode compensar interferências e a interferência pode ser indireta. Experimentos ascendentes também inclui a ampliação de uma função do cérebro com tarefas. Uma limitação desse tipo de experimentos inclui as meras correlações e as contribuições tônicas (?). Pontos cegos dos experimentos são compensados por outros experimentos. Relevância constitutiva: mútua manipulabilidade: do todo para os elementos e dos elementos para o todo. O mecanicismo não é redutivo e também não é autonomista. Funcionalistas são fisicalistas. Não há distinção entre mental e neuronal.
A estrutura e função nunca estão separadas.
Neuronal é sempre cognitivo e cognitivo é sempre neuronal. Não há nível privilegiado.
Limitações da área: acusações de pouca validade ecológica.
Extrapolação para o raciocínio clínico psiquiátrico:
As dimensões extensão de tempo e distanciamento da resposta esperada são usadas para avaliar o quanto o cérebro de uma pessoa é disfuncional, isto é, quanto mais tempo uma pessoa faz algo fora do esperado e quanto mais fora do esperado é a atividade da pessoa mais disfuncional é considerado o cérebro dela. A complexidade da atividade exigida do ambiente também é considerada mas a psiquiatria parece considerar trivial tarefas do dia a dia como convivência social, estudar e obedecer os pais então isso é contabilizado como disfunção para realizar atividades triviais. Portanto, uma atividade mental considerada fora do esperado em certo grau por certo tempo é considerada patológica em certo grau.
Há mais um ponto: não é feita distinção entre cognição e estrutura cerebral. Portanto, se faz uma inferência de estrutura cerebral disfuncional a partir de cognição não adaptada.
Referência:
Filosofía de la Neurociencia Cognitiva
https://www.youtube.com/watch?v=Qg8wZAnvvu0
Filosofía de la Neurociencia Cognitiva
https://www.youtube.com/watch?v=Qg8wZAnvvu0
Filosofía de la Neurociencia Cognitiva Abel Wajnerman Universidad Alberto Hurtado, Santiago, Chile. 2 de septiembre 2021 Ciclo de Charlas Filosofía Contemporánea de la Biología 05
Excesso de dopamina e repertório inapropriado
Os psiquiatras fundamentam a hipótese farmacológica da esquizofrenia de excesso de dopamina na semelhança de comportamentos com o uso de anfetaminas. O problema é que com baixa dopamina a pessoa não expressa qualquer repertório, seja apropriado ou inapropriado (extinção generalizada de comportamentos) e com mais dopamina vai expressar mais o repertório já presente ou vai expressá-lo de outra maneira. Se comportando menos a pessoa interage menos com o ambiente e portanto aprende menos e por isso fica com déficit de repertório (produção de deficiência). É possível idealmente alterar o repertório inapropriado sem usar de farmacologia. A resistência mercadológica dos psiquiatras é grande.