Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Eugenia

Geneticistas bem formados diriam que prática da eugenia não daria certo. Eugenia significa a seleção de genes superiores/saudáveis e a eliminação de doenças. Há um fenômeno chamado pleiotropia que significa que um traço influenciado geneticamente também está ligado a outros traços. Portanto, a tentativa de exacerbar alguns traços pode levar à piora de outros traços.

Outro motivo é que os genes de inteligência estão bem distribuídos na população comum.

Eu colocaria outro motivo: os estudos de gêmeos sobre genética de transtornos mentais estão equivocados. Há um trecho de um artigo no blogue sobre isso mas sem a demonstração completa.

A psiquiatria ao usar um modelo estatístico para diferenciar os superiores dos inferiores (ou os saudáveis e os doentes) através da curva normal estatística está usando o raciocínio eugenista criado por Galton (primo de Darwin). A psiquiatria biomédica acaba justificando práticas sociais nocivas a pessoas com situações sociais desfavorecidas. A sociedade também raciocina do mesmo jeito eugenista ao acreditar no modo de raciocinar da psiquiatria e há indícios claros disso no modo como as pessoas diagnosticadas são tratadas pela sociedade.

A análise do comportamento tem uma forma de raciocínio anti-eugenista porque consegue fazer até as pessoas mais deficientes aprenderem ou mostrar que alguém considerado doente na verdade é desfavorecido pelo ambiente. É possível fazer muito pela aptidão através do manejo preciso do ambiente.

A psiquiatria biomédica usa medidas estatísticas relativas chamadas vaganóticas que variam segundo a as características da população e portanto podem ser consideradas construções sociais pelo menos parcialmente. A estratégia de medida idemnótica da análise do comportamento compara o indivíduo com ele próprio.

O apêndice abaixo argumenta que medidas vaganóticas de aptidão (ou de saúde) irão variar segundo ideologias da época e que os parâmetros demandados socialmente implícito nas medidas também variarão com as épocas e sociedades. Portanto, quando a psiquiatria biomédica usa essas medidas comparativas está fazendo isso segundo ideologias sociais e não somente como uma medida de caráter natural ou biológica. Na verdade a psiquiatria biomédica estaria fazendo engenharia social ao estigmatizar e prejudicar os que considera inferiores.

Apêndice:

Estratégias vaganóticas e idemnóticas de medida:

Relacionada à Teoria da Mensuração de Stanley Smith Stevens (1906-1973), a distinção que Johnston e Pennypacker (1993a) propõem entre unidades de medida que eles denominam vaganotics e idemnotics, ou vaganóticas e idemnóticas, aportuguesando estas palavras inglesas 18 , apresentam interesse para este desenvolvimento. 

Uma unidade de medida idemnótica é aquela cuja definição está atrelada, ou deriva de uma constante absoluta do mundo físico, como por exemplo, o metro, a unidade padrão de comprimento, que é definido como sendo igual ao espaço atravessado pela luz no vácuo durante o intervalo de 1/299 792 458 de um segundo, ou o joule, a unidade padrão de trabalho ou energia, definido como a aplicação da força de um newton pela distância de um metro (Bureau International des Poid et Mesures, 2009). Desta forma, e em potência, qualquer medida executada com uma unidade de medida idemnótica produzirá sempre o mesmo resultado (idem=igual). Uma unidade de medida vaganótica é definida como o desenvolvimento de um sistema de mensuração que “implica o desenvolvimento de escalas e unidades de medida baseadas na variabilidade de um conjunto de observações entre indivíduos” (Mace & Kratochwill, 1986, p. 156). Vale dizer que uma medida vaganótica é pelo menos em parte uma construção social (White, 2001). Um exemplo clássico de uma medida vaganótica é o dos testes em psicologia, nos quais a unidade de medida deriva de uma amostra x tomada num tempo t. Todavia, as unidades e escalas obtidas nesta situação seriam diferentes caso fossem derivadas de outra amostra, digamos amostra y, ou da mesma amostra x se tomadas num tempo t +/- Δt. Em outras palavras, estas unidades de medida flutuariam (vagare) em função de variáveis estranhas ao fenômeno em si mesmo e medidas obtidas com elas não produziriam sempre, necessariamente, o mesmo resultado. Além disso, conforme observa White (2001), os parâmetros que delimitam os pontos extremos destes resultados (e que definem, por via de conseqüência, todas as demais medidas do intervalo assim estabelecido) “vagam” também em função da composição da amostra de padronização e de variáveis sociais. Por exemplo, um teste desenvolvido para classificar o nível de “aptidão” escolar de crianças em 1930 dificilmente seria apropriado para medir o mesmo construto atualmente, pois inúmeras mudanças ocorreram neste intervalo, incluindo dentre elas as diferentes demandas sociais dos parâmetros deste construto: diferentes épocas implicam diferentes habilidades julgadas necessárias para o melhor desempenho do futuro cidadão naquela sociedade, diferentes ideologias implicam igualmente diferentes conceitos de “aptidão”.

ROOSEVELT RISTON STARLING

Prática controlada: medidas continuadas e produção de evidências empíricas em terapias analítico-comportamentais

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