Acessos em 12 meses por país ao blog ligado a esse grupo. O Google agora privilegia conteúdo pago. De 8 mil e 400 acessos apenas 661 foram no Brasil. Minha intenção era o Brasil. No total o Brasil está em segundo lugar atrás dos Estados Unidos. Minha motivação não está tão ligada ao número de acessos. Tem mais a ver com desenvolver o tema (o que eu conseguir) já que a maioria das pessoas não saem com boa formação em reforma psiquiátrica nas universidades. Quando iniciei a ideia era fortalecer um tema sub-representado não só apesar de não ter incentivo econômico para isso mas justamente por esse motivo. Os psiquiatras não se importam com argumentos científicos. Pelos menos dá para entender porque as coisas acontecem ou não funcionam em termos de sistema. Isso acaba ajudando a não pisar em falso e a encontrar possibilidades que seriam condicionalmente viáveis (que dependem de satisfazer condições).
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Aviso!
terça-feira, 26 de setembro de 2023
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
Modelo asilar - classe geral de comportamento
Classe geral tratar de modo asilar | ||
Contexto antecedente | Ação | Contexto consequente |
Tactos abstratos: aspecto orgânico sintomas psicose como doença determinações orgânicas indivíduo como doente pouco ou nenhum tacto da existência | hipertrofiar medicalizar hospitalizar medicar objetificar depositar interditar individualizar emudecer imobilizar adaptar remover estratificar hierarquizar fragmentar heterogerir disciplinar reproduzir | Defeitos do tratamento (cronificação asilar, benzodiazipinização) sofrimento removido a qualquer custo (danos de alta magnitude) mutismo imobilidade indivíduo passivo indivíduo fragmentado estratificação da atenção por níveis atenção especializada e hierarquizada outros saberes acessórios relações de poder e saber estratificadas entre trabalhadores e entre eles e a população relações verticais entre trabalhadores e entre eles e a população |
Fonte: quadro elaborado pela autora a partir do texto de Costa-Rosa, 2000.
domingo, 24 de setembro de 2023
Estimulantes para TDAH e comportamento
sábado, 23 de setembro de 2023
Incapac. e irrespons.: teoria manicomial e concretude
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
terça-feira, 19 de setembro de 2023
Os "terapeutas intactos" e o organicismo
Há um discurso social que é reflexo do pensamento organicista que se aplica a psicólogos que já consultaram com psiquiatras. Na mesma linha de pensamento de nascer com "dom" para uma atividade, é comum pensarem que os bons psicólogos são organicamente intactos. Se for para ser coerente com essa linha, se uma pessoa já consultou um psiquiatra não há mais o que fazer ou aprender pois "psicologia não altera doenças orgânicas" ou os tratamentos psicológicos e sociais "não são as intervenções cerebrais necessárias". Em linha semelhante, do dualismo mente e corpo, "a terapia pela fala" trata de abstrações não materiais e por isso não alteram o orgânico.
Então é compreensível que essa forma de pensamento sendo comum e até coerente, a psicologia não seja valorizada e que não seja percebido como possível substituir tratamento psiquiátrico com aprendizagem.
A crítica ao "controle" na reforma psiquiátrica
A crítica ao "controle" na reforma psiquiátrica parece ter o sentido de que apenas as pessoas que tem poder controlam. Logo, uma proposta científica que recorre ao valor baconiano (Francis Bacon, primeiro filósofo a defender a experimentação) atuaria em favor dos poderosos (da opressão). Um dos significados de controle é "coerção". Práticas que envolvem aversividade em geral, como punição, também são incluídas como "controle". É compreensível essa perspectiva ou percepção já que são mais evidentes as situações em que poderosos tem meios de "controle" de recursos ou comportamentos de pessoas. É até interessante pensar até que ponto as pessoas vulneráveis e sem poder (diferentes tipos de poder) tem meios de se defender contra o "controle" dos poderosos. Nessa perspectiva, o controle só existe quando há poder.
Mas isso é um entendimento incompleto e insuficiente da noção de controle em filosofia e ciência e que não precisa nem ser circunscrito à área de comportamentalismo. O controle em filosofia e em ciência significa representar as possibilidades materiais dos fenômenos e seus comportamentos; e adicionalmente a sua utilização social. A análise do comportamento investiga esse aspecto material da natureza e sociedade. Sem investigações desse tipo, as possibilidades ou limites do controle da natureza se tornam reduzidas. Um entendimento mais completo como no pensamento de Hugh Lacey, envolveria o estudo interdisciplinar do aspecto da experiência ordinária e humana (ciências humanas e sociais; e outras áreas) como é proposto pela reforma psiquiátrica. Mesmo assim, ainda seria possível utilizar a investigação sobre as possibilidades materiais dos fenômenos da natureza tendo em vista outras perspectivas de valores sociais, ou em termos de ciência, utilizar estratégias de seleção de perspectivas e restrição de dados aceitáveis em conformidade com os valores da reforma psiquiátrica.
Referência:
Atividade científica e valores 1. Hugh Lacey
domingo, 17 de setembro de 2023
Diferença e patologia (atualizado 2)
Há uma sutileza na relação entre diferença e patologia. Há duas relações simples possíveis:
1 - o patológico é diferente (equivalente a aberrante, anômalo)
ou
2 - o diferente é patológico (leitura sociocultural equivalente a crítica da medicalização e patologização)
O modelo biomédico recorre ao critério de anomalia estatística para definir o patológico. Já as ciências sociais buscam legitimar as diferenças enquanto elementos legítimos da sociedade e cultura.
Para tornar um pouco mais claro:
Em 1, a diferença é uma propriedade (característica) do patológico (o qual é o fenômeno de interesse).
Em 2, o patológico é propriedade (característica) atribuída socioculturalmente ao diferente (o qual é fenômeno de interesse das ciências humanas e sociais).
Desenvolvendo (especificando o aspecto natural e normativo):
1 - o patológico é diferente (equivalente a aberrante, anômalo), sendo a diferença propriedade natural (disfunção) e de natureza normativa (desvio da norma).
ou
2 - o diferente (ou a variabilidade biológica, comportamental e sociocultural dentro de sociedades ou entre sociedades) é patológico (leitura sociocultural equivalente a crítica da medicalização e patologização)
O desvio da norma em 1 é relativo às normas estipuladas contingencialmente e que variam em conteúdo de acordo com circunstâncias, sociedades, culturas, etc. Por outro lado, é possível que a patologia como fato natural em 1 não seja reconhecida culturalmente enquanto tal em certas circunstâncias.
Já a variabilidade de diferentes naturezas em 2 é fato básico da realidade natural e social. Logo, atribuição de patologia em 2 utilizaria valores de tipos diferentes e variáveis aplicados a fatos naturais e sociais. A atribuição de patologia à diferença ou variabilidade portanto teria um interesse normativo. Em linguagem explícita, o interesse normativo precisaria ter suas condições especificadas como: o que, qual, quando, onde, como, por quê, com que finalidade, para quem, etc.
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
Relação com a natureza circunscrita pelo social
As interações com a natureza podem ser circunscritas pelos seus vínculos com uma ordem social, ecológica ou cósmica, e por uma concepção particular do florescimento humano. Então, a forma do entendimento prático adotado refletirá o modo como a interação com a natureza contribui positiva ou negativamente para a ordem desejada e explorará as possibilidades da natureza em relação com aquelas interações que essa ordem admite. O entendimento prático será compelido a apreender as coisas como categorias relacionadas à ordem social, ecológica e cósmica, e a servir a uma concepção particular do florescimento humano. Onde tais concepções e práticas estão presentes, a postura distintivamente humana com respeito à natureza é bem representada por noções tais como harmonização, adaptação, participação e unidade dialética. O controle é subordinado a essas relações e limitado em seu escopo, sendo valorizado apenas na medida em que contribui para os fins circunscritos pela ordem social desejada e o ideal de florescimento humano. Explorar as possibilidade de controle além desses limites não possui nenhuma inteligibilidade moral (ou racional).
Entendimento científico e controle da natureza. No livro Atividade científica e valores 1. Hugh Lacey
domingo, 10 de setembro de 2023
Alternativa à definição negativa de diferença
Uma possível alternativa para a definição negativa de diferença (hierarquizante) é a definição extensional (por enumeração). O conjunto dos diferentes seriam enumerados como indivíduos (um por um). A relação com o diferente se daria por contato direto, olhar disciplinado e reflexão conceitual. Essa forma de lidar com a diferença leva à muitos deslocamentos de ideias pré-concebidas herdadas da cultura (estereótipos).
sexta-feira, 8 de setembro de 2023
Definição negativa de diferença
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
Comportamento manicomial (atualizado 2)
Provavelmente central nos comportamentos nomeados manicomiais seriam crenças rígidas todas associadas a riscos e por isso tornadas coerção dirigida a outras pessoas. Isso vai além de características de sistema de saúde e está no repertório das pessoas.
Com os processos comportamentais de regras verbais rígidas sobre como funciona o mundo com implicações do que deve ser feito e esquiva de riscos relacionada a essas regras rígidas, a aprendizagem se torna quase estagnada pois não haverá contato direto com o modo como funciona o mundo (contingências de reforçamento) devido à atuação dos dois processos. O comportamento ativo diretamente em relação aos eventos que poderiam testar as regras rígidas e a esquiva não ocorre. Por isso, modificar os comportamentos manicomiais individualmente e socialmente se torna mais desafiador. Um exemplo de alteração é quando políticas de reforma psiquiátrica antimanicomial mostram que pessoas antes consideradas irrecuperáveis, incapazes, irresponsáveis e perigosas se recuperam e vivem em sociedade de forma livre.
[Adicionar citação sobre alegações médicas de risco de ruína]
[Completar título: Comportamento manicomial em relação à risco e ruína]
sexta-feira, 1 de setembro de 2023
Aprendizagem estado-dependente (fisiologia)
Aprendizagem estado-dependente: aprendizagem que tem maior probabilidade de ser demonstrada quando o aprendiz está no mesmo contexto em que ocorreu a aprendizagem original. O termo geralmente é reservado para a aprendizagem sob condições fisiológicas específicas, tais como os estados induzidos por drogas (p. ex., o aprendiz que aprendeu um item, enquanto embriagado, terá maior probabilidade de se lembrar dele quando estiver novamente embriagado, do que quando sóbrio).
Aprendizagem - Catania [Glossário]