Na prática médica atual ainda são realizadas ações paternalistas, isto é, alguns profissionais, muitas vezes presionados pela família dos pacientes, tomam decisões sem consultar as preferencias individuais dos mesmos, assumindo o que supõe ser o melhor para eles. As diferentes citações a seguir ilustram diferentes posições e caracterizam as diversas formas de paternalismo que podem ser caracterizadas.
Paternalismo é a colocação de limites à autonomia individual, com o objetivo de beneficiar uma pessoa, cuja autonomia esteja limitada, ou prevenir um dano.
Quando se trata de pacientes incapazes ou sem vontade, o paternalismo médico sempre tem que justificar-se, e a responsabilidade da justificação sempre recairá no que pratica o paternalismo. A pergunta chave deve ser: "é algo que o paciente claramente consentiria se estivesse informado e fosse plenamente capaz ?" Inclusive neste caso o médico deve ter respeito pela autonomia do paciente.
Charlesworth M. La bioética en una sociedad liberal. Cambridge: Cambridge, 1996:148.
O
paternalismo médico é falho porque anula um elemento essencial na ética
deontológica (ética do dever profissional) central da medicina, o
respeito à pessoa. É necessário purificar a degeneração paternalista que
tomou conta da tradição hipocrática. O núcleo da relação com o paciente
é o bem.
Pellegrino ED, Thomasma D. For the patient's good: the restoration of beneficence in medical ethics. New York: OUP, 1988:68.
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