A isenção é o reverso da responsabilidade. Aqueles que tentam fazer alguma
coisa em relação ao comportamento humano — por um a razão
qualquer — participam do ambiente para o qual a responsabilidade é
transferida. Pela antiga maneira de ver, era o estudante que
fracassava, a criança que procedia errado, o cidadão que
transgredia a lei, e os pobres que eram pobres por serem indolentes;
mas, agora, é comum dizer que não existem estudantes fracos,
mas maus professores; que as crianças não são ruins, e sim os
pais; que não há delinqüência, exceto por parte dos meios de coerção
da lei, e que não existem homens indolentes,mas somente sistemas
falhos em incentivos. Todavia, em compensação, deveríamos
naturalmente perguntar por que os professores,os pais, os
governantes e os empresários são ruins. O erro, como veremos mais tarde,
é colocar a responsabilidade em algum lugar,supondo-se que a
seqüência causal se iniciou em algum lugar.
Do livro O mito da liberdade
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