A literatura de neurociência enfatiza bastante que lesões na estrutura do lobo frontal/córtex frontal aumenta a probabilidade (são fatores de risco) de agressões. Ainda não encontrei críticas a essa perspectiva. Mas um foco apenas estrutural não parece ajudar a prevenir agressões por não ser explicação completa. A literatura usa estatística que indicam probabilidades. Isso não significa que haja uma relação necessária e que ocorra sempre. Também existe a explicação funcional (relação entre ambiente e organismo) da agressão na análise do comportamento. O risco é desconsiderar a função e partir para prognósticos pessimistas sobre a estrutura cerebral lesionada.
https://www.jneurosci.org/content/38/29/6505
Artigo de 2018:
DECLARAÇÃO DE SIGNIFICAÇÃO Os comportamentos agressivos representam riscos significativos para a saúde pública. Compreender a etiologia da agressão é primordial para a redução da violência. As investigações da base neural da agressão têm apoiado amplamente interpretações correlacionais, em vez de causais, e os processos mediadores subjacentes à relação pré-frontal-agressão ainda precisam ser bem elucidados.
Apesar desses achados, pouco se sabe sobre o papel causal do córtex pré-frontal no comportamento agressivo. As conclusões das pesquisas existentes sobre os fundamentos neurais da agressão têm sido amplamente correlacionais. Três estudos conhecidos testaram o efeito da regulação positiva do córtex pré-frontal na agressão usando o Taylor Aggression Paradigm e a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS), uma técnica não invasiva que influencia a excitabilidade neural ao fornecer uma corrente elétrica direta, contínua e de baixa intensidade para áreas corticais entre eletrodos anodais e catódicos (Brunoni et al., 2012). No entanto, os resultados foram misturados. Um estudo documentou que a regulação positiva do CPFDL direito reduziu a agressão proativa em homens (Dambacher et al., 2015b), enquanto outro revelou que o aumento da atividade do CPFDL esquerdo resultou em comportamento mais agressivo quando os participantes estavam com raiva (Hortensius et al., 2012). Em contraste, a regulação positiva do córtex frontal inferior não teve um efeito significativo na agressão (Dambacher et al., 2015a).
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