Não existe uma função biológica literal de acessar ou representar a realidade (se tomarmos o representacionismo como teoria e não como fato). Mas isso pode ser decomposto. A sensorialidade e o comportamento verbal ou social tem mecanismos diferentes. Falar em "realidade" implica implicitamente em conceitos que já conquistaram legitimidade social e há uma dose de convencionalismo e conformismo nessa "capacidade". Em estados extremos como ingestão de anfetaminas (estimulantes / bastante dopamina = o modelo de esquizofrenia da psiquiatria biológica), o organismo excitado está com frequência alta de comportamentos e isso leva a tatear menos as características do ambiente. Já com ingestão de neurolépticos (pouca dopamina) é provável que agindo menos e ficando mais parado haja mais probabilidade de tatear as características do ambiente antes de agir (se não for apenas reduzir todos os comportamentos e com isso reduzir os inapropriados). Agir de acordo com as características das situações (discriminação e generalização) é um repertório aprendido com a experiência e um histórico. Quando se fala que alguém está dentro ou fora da realidade na verdade está se afirmando que essa pessoa está se comportando de maneira que a sociedade considera positiva ou negativa (reforçadora ou aversiva). O reforçador e o aversivo não tem relação unívoca e direta com a real e o irreal mas com o bem-vindo e o inoportuno. O "real" tende a se identificar com o que é reforçador ou pelo menos suportável para todas as pessoas (benefício próprio / evolucionismo). Aprender as características do ambiente (discriminar e generalizar) necessita bom conhecimento de princípios comportamentais operantes experimentais e conceituais se for para ser feito com maior qualidade e efetividade. Também é é possível que os comportamentos extremados ocorram pelo efeito cumulativo de aprendizagem com experiências ambientais (origem normal do comportamento patológico) ou outras formas de aprendizagem.
Limitações da psiquiatria biomédica Controvérsia entre psiquiatras farmacológicos e reforma psiquiátrica Psiquiatria não comercial e íntegra Suporte para desmame de drogas psiquiátricas Concepções psicossociais Gerenciamento de benefícios/riscos dos psicoativos Acessibilidade para Deficiência psicossocial Psiquiatria com senso crítico Temas em Saúde Mental Prevenção quaternária Consumo informado Decisão compartilhada Autonomia "Movimento" de ex-usuários Alta psiquiátrica Justiça epistêmica
Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)
Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação.
Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes.
Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica.
Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco.
Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica.
Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro
Aviso!
Aviso!
A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las.
Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias.
Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente.
Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente.
A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível.
https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/
quinta-feira, 6 de outubro de 2022
Capacidade biológica de realidade
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