Outra conseqüência direta desse condicionamento é no tratamento dos usuários.
Um tratamento que retire o indivíduo do seu meio, afastando-o da visão da droga ou injeção, etc (tipo internação em clínicas especializadas), não coloca em extinção os estímulos condicionados: eles só deixariam de ter controle sobre as respostas condicionadas, opostas às produzidas pela droga, se fossem apresentados repetidamente sem paramento com a droga (extinção operante). Assim, após um longo e penoso tratamento numa clínica para eliminar a síndrome de abstinência (ou seja, a dependência lísica), o indivíduo volta ao seu meio, onde possivelmente vai se defrontar com alguns daqueles estímulos condicionados (local e pessoas associadas ao uso da droga, etc). Estes eliciarão as respostas condicionadas uma vez que elas não foram submetidas à extinção. Como tais respostas são opostas às eliciadas pela droga, elas produzem os mesmos sintomas da síndrome de abstinência cujo término, a curto prazo, depende da administração da droga. Ou seja, essas respostas condicionadas aumentam, e muito, a probabilidade do indivíduo a recorrer novamente à droga (comportamento que será reforçado negativamente). Sabe-se hoje, graças a esses estudos, que o efeito de produzir síndrome de abstinência também pode ser esperado de fotos ou outdoors que mostrem seringas, ironicamente utilizados nas campanhas contra as drogas (Siegel, 1979)
Capítulo 32
O mundo dentro e fora do laboratório: duas faces de uma mesma realidade 1
Hunziker
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