Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

"O jovem hoje em dia é ele mesmo"

"As novas gerações não são tão conformadas. Antigamente, os jovens eram obedientes. Isso não era bom. Não é que os jovens sejam desobedientes. Atualmente o jovem é ele mesmo. E os pais e avós não sabem lidar com isso." [Comentário: Pode virar caso de psiquiatrização]

Desafios - Vestibular: Por que cai interesse em humanas? #DesafiosUSP

O senso comum do brasileiro é pobre

Desafios - Vestibular: Por que cai interesse em humanas? #DesafiosUSP

"O senso comum do brasileiro é pobre. O italiano médio é culto. A pessoa começa a ver que o mundo não é o mundo da cozinha. Tem que haver instituições culturais, grandes e abertas ao público. As instituições culturais são agências de enriquecimento do senso comum para nos libertar das limitações que temos nessa área." [Comentário: Fugir a esse senso comum pode ser psiquiatrizado]

Comentários sobre Indústria Farmacêutica

"Há muito lucro com medicamentos contínuos para doenças crônicas." [Comentário: A cronicidade de algumas doenças é um discurso da indústria farmacêutica associada com muito lucro. Existem alternativas para aumento de saúde.]

"Se a indústria não inovar com o tempo ela morre, pois fica só com o genéricos." [Comentário: Por isso os médicos empurram novas drogas. Justamente quando a patente expira entram novas drogas. Os estudos feitos são corruptos para fazer parecer que a droga nova é melhor (recentemente há muitas pesquisas sobre isso)]

"A indústria precisa do Estado para comprar medicamentos de alto custo, pois poucas pessoas tem dinheiro para pagar." [Comentário: A indústria farmacêutica trabalha a cabeça dos pacientes através de associações de pacientes. Nem sempre a droga de alto custo tem um custo-benefício (palavra técnica certa?) satisfatório e se tivesse seria aprovada pelo SUS. Artigo: Ligações perigosasindústria farmacêutica, associações de pacientes e as batalhas judiciais por acesso a medicamentoshttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-73312012000100017&lng=en&nrm=iso&tlng=pt]

"O grande consumidor de medicamentos é o idoso" [Comentário: Polifarmácia exagerada na velhice comentada por médicos de família.]

"Eles falam que o custo para desenvolver uma nova fórmula é 1 bilhão ou 1 bilhão e meio de dólares. Não é verdade. Custa um décimo (1/10) disso."]

Referência:

Desafios - Indústria Farmacêutica #DesafiosUSP

Explicação biológica para vontade de desmame

Querer parar com a droga psiquiátrica é explicável por processos psicológicos biológicos. As drogas psiquiátricas não trazem gratificação e são tomadas por fuga-esquiva de problemas pessoais ou de fuga-esquiva de problemas com a família e sociedade. Além disso as drogas são desagradáveis porque são neurotoxinas. Também há alguma experiência de restrição de alguma gratificação devido à droga psiquiátrica. Isso aumenta a motivação para querer parar e quando a pessoa não tem mais esses problemas a fuga-esquiva se extingue e a pessoa passa a querer retirar.  Aí os "sintomas" se exacerbam por conta da compensação do corpo aos efeitos a longo prazo das drogas (não por conta da doença). É possível que a busca de gratificação por repertório alternativo (contracultural) se exacerbe se a pessoa não desenvolveu repertório "normal" para substituir o repertório alternativo. Ou a fuga de demanda social de assumir responsabilidades e obrigações (atividades difíceis). Também a pessoa pode aumentar a frequência (insistência) de comportamentos contrários às expectativas sociais (agressividade) por conta de ser botada em extinção de gratificações. Se a pessoa não trabalhou seus comportamentos para serem aceitáveis socialmente e nem combinou a retirada com o médico e a família aí entra a pressão familiar e do psiquiatra biológico. Nisso há conflito e a fuga-esquiva se restabelece.

Há a tentativa dos psiquiatras e familiares de culpar a falta de racionalidade do paciente (a doença mental), supostos maus profissionais desmedicalizantes e a reforma psiquiátrica/antipsiquiátricos. Isso é apenas aniquilação simbólica, ou seja, a defesa do modelo biomédico em saúde mental em detrimento de outras perspectivas. Afinal, muita gente que nunca ouviu falar nesses assuntos quer tentar parar com as drogas psiquiátricas.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Como não ser mais internado (estabilizar)

A casa de sua família é como um hospital psiquiátrico em que os familiares tem controle sobre você. Você não tem liberdade de escolha nem voz. É isso que mantém a pessoa estável no hospital psiquiátrico. E é isso que mantém a pessoa "estabilizada" na família.

O livre pensar, a loucura e o conformismo

Muita gente para ser considerada normal evita o livre pensar e apenas repete o que é geralmente aceito e dito. Também restringe e direciona o discurso e apenas repete o discurso do grupo ao qual está em contato ou pertence. É assim que as pessoas são consideradas apropriadas e normais.

O louco ou inapropriado não tem esse cuidado. O livre pensar é mais difícil e a pessoa que faz isso pode se atrapalhar. Geralmente, as pessoas não aceitam, não gostam ou acham inapropriado ouvir argumentos contrários ou críticos. Aí entra o diagnóstico de loucura.

O paciente em último lugar e a situação atual

À frente do interesse do cliente/paciente tem o interesse do psiquiatra, da indústria farmacêutica, de hospitais psiquiátricos, de psicólogos ou outros profissionais ruins, da mídia e da família. Mesmo o paciente pode gostar de não ter que cumprir obrigações e responsabilidades de uma pessoa normal e querer se aposentar. Se o paciente quiser seguir a carreira de paciente mental publicamente em associações de pacientes ainda pode receber apoio financeiro da indústria farmacêutica.

Tudo isso leva à situação atual da grande maioria dos pacientes psiquiátricos.

Substitutos saudáveis para drogas psiquiátricas e desmame

O caminho para retirar drogas psiquiátricas é encontrar formas de substituir o suposto efeito positivo das drogas psiquiátricas, isto é, através de cuidados com a saúde ou ajuste de excessos ou déficits comportamentais. As drogas psiquiátricas são substituíveis por promoção ou aumento de saúde.

Ler mais:
Modelo de ação de drogas. (Modelo centrado na droga versus modelo centrado na doença). https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2018/09/modelos-de-acao-de-drogas.html

O Desacreditado (goffman)

O Desacreditado e o Desacreditável

Quando há uma discrepância entre a identidade social real de um indivíduo e sua identidade virtual, é possível que nós, normais, tenhamos conhecimento desse fato antes de entrarmos em contato com ele ou, então, que essa discrepância se torne evidente no momento em que ele nos é apresentado. Esse indivíduo é uma pessoa desacreditada e foi dele, fundamentalmente, que me ocupei até agora. Como foi sugerido, é provável que não reconheçamos logo aquilo que o torna desacreditado e enquanto se mantém essa atitude de cuidadosa indiferença a situação pode-se tornar tensa, incerta e ambígua para todos os participantes, sobretudo a pessoa estigmatizada.

Livro: Estigma

Autor: Goffman

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Kit contra Internação Involuntária (atualizado 3)

Preliminar:

Sobrecarga de dopamina e abstinência de neurolépticos

Ao tomar neurolépticos que reduzem a dopamina por um período de tempo a quantidade de receptores de dopamina no cérebro aumenta. Então quando o neuroléptico é retirado acontece uma sobrecarga de dopamina pois a droga não está mais reduzindo a quantidade de dopamina e a quantidade de receptores de dopamina se tornou maior. Assim como levou tempo para o cérebro se ajustar à introdução do neuroléptico (e quando surgem sintomas parkinsonianos), também é necessário tempo para o cérebro se ajustar à retirada de neurolépticos reduzindo a quantidade de receptores de dopamina.

(O texto sobre exacerbação de sintomas durante abstinência na área de farmacologia comportamental é complementar)

Adesão ao tratamento psiquiátrico

https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/07/adesao-ao-tratamento-psiquiatrico.html

Escreve-se artigos sobre adesão ao tratamento psiquiátrico como se isso fosse necessariamente bom. No mesmo artigo afirma-se a cronicidade do transtorno e que aproximadamente 10 dias de interrupção de tratamento leva a internação psiquiátrica. 

Características do discurso psiquiátrico tradicional que a psiquiatria crítica e a reforma psiquiátrica fazem críticas bem fundamentadas. Pelo o que entendo dessa área a cronicidade dos transtornos psiquiátricos é um mito criado a partir do modelo biomédico com fins comerciais. Isto é, saindo do modelo biomédico e oferecendo outros tipos de tratamento a cronicidade se mostra apenas uma crença limitante. 

Já a internação psiquiátrica após interrupção breve de tratamento farmacológico precisa levar em conta que no discurso psiquiátrico tradicional tudo o que pode ser feito em situação de crise (ou de confusão) e de não adesão ao tratamento é forçar o tratamento farmacológico involuntariamente através de internação psiquiátrica involuntária. O próprio ministério público já alegou em 2019 que a internação psiquiátrica involuntária foi banalizada no Brasil atualmente e que não há razões sanitárias nem legais para permitir essa banalização pois só se justificam essas intervenções em caso de risco de morte. Até onde entendo a internação psiquiátrica involuntária não é praticada como último recurso após tentar alternativas psicossociais para evitar a internação psiquiátrica. A internação psiquiátrica é incentivada pelo psiquiatra e este recebe comissão monetária por internação psiquiátrica que indica aos hospitais psiquiátricos privados.

É possível entender a não adesão ao tratamento psiquiátrico como sinal de uma intuição da pessoa de que o tratamento psiquiátrico não está sendo benéfico e que as pesquisas da psiquiatria crítica confirmam.

É preciso levar em conta que as drogas psiquiátricas causam abstinência e que o discurso da psiquiatria crítica é que a interrupção das drogas não exacerba o transtorno subjacente mas os sintomas de abstinência.

O artigo está na décima edição da série Comportamento em Foco da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental


Explicação biológica para vontade de desmame
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/explicacao-biologica-para-vontade-de.html

Querer parar com a droga psiquiátrica é explicável por processos psicológicos biológicos. As drogas psiquiátricas não trazem gratificação e são tomadas por fuga-esquiva de problemas pessoais ou de fuga-esquiva de problemas com a família e sociedade. Além disso as drogas são desagradáveis porque são neurotoxinas. Também há alguma experiência de restrição de alguma gratificação devido à droga psiquiátrica. Isso aumenta a motivação para querer parar e quando a pessoa não tem mais esses problemas a fuga-esquiva se extingue e a pessoa passa a querer retirar.  Aí os "sintomas" se exacerbam por conta da compensação do corpo aos efeitos a longo prazo das drogas (não por conta da doença). É possível que a busca de gratificação por repertório alternativo (contracultural) se exacerbe se a pessoa não desenvolveu repertório "normal" para substituir o repertório alternativo. Se a pessoa não trabalhou seus comportamentos para serem aceitáveis socialmente e nem combinou a retirada com o médico e a família aí entra a pressão familiar e do psiquiatra biológico. Nisso há conflito e a fuga-esquiva se restabelece.

Há a tentativa dos psiquiatras e familiares de culpar a falta de racionalidade do paciente (a doença mental), supostos maus profissionais desmedicalizantes e a reforma psiquiátrica/antipsiquiátricos. Isso é apenas aniquilação simbólica, ou seja, a defesa do modelo biomédico em saúde mental em detrimento de outras perspectivas. Afinal, muita gente que nunca ouviu falar nesses assuntos quer tentar parar com as drogas psiquiátricas.

Substitutos saudáveis para drogas psiquiátricas e desmame
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/substitutos-saudaveis-para-drogas.html

O caminho para retirar drogas psiquiátricas é encontrar formas de substituir o suposto efeito positivo das drogas psiquiátricas, isto é, através de cuidados com a saúde ou ajuste de excessos ou déficits comportamentais. As drogas psiquiátricas são substituíveis por promoção ou aumento de saúde.

Ler mais:
Modelo de ação de drogas. (Modelo centrado na droga versus modelo centrado na doença). https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2018/09/modelos-de-acao-de-drogas.html

O livre pensar, a loucura e o conformismo
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/o-livre-pensar-loucura-e-conformismo.html


Muita gente para ser considerada normal evita o livre pensar e apenas repete o que é geralmente aceito e dito. Também restringe e direciona o discurso e apenas repete o discurso do grupo ao qual está em contato ou pertence. É assim que as pessoas são consideradas apropriadas e normais.

O louco ou inapropriado não tem esse cuidado. O livre pensar é mais difícil e a pessoa que faz isso pode se atrapalhar. Geralmente, as pessoas não aceitam, não gostam ou acham inapropriado ouvir argumentos contrários ou críticos. Aí entra o diagnóstico de loucura.

O paciente em último lugar e a situação atual
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/o-paciente-em-ultimo-lugar-e-situacao.html

À frente do interesse do cliente/paciente tem o interesse do psiquiatra, da indústria farmacêutica, de hospitais psiquiátricos, de psicólogos ou outros profissionais ruins, da mídia e da família. Mesmo o paciente pode gostar de não ter que cumprir obrigações e responsabilidades de uma pessoa normal e querer se aposentar. Se o paciente quiser seguir a carreira de paciente mental publicamente em associações de pacientes ainda pode receber apoio financeiro da indústria farmacêutica.

Tudo isso leva à situação atual da grande maioria dos pacientes psiquiátricos.


Abstinência e explicação para exacerbação de sintomas
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2019/12/agitacao-na-sindrome-de-abstinencia.html


Quando se administra uma droga os estímulos do ambiente no qual a droga foi administrada e no qual foi sentido o efeito da droga se associam ou condicionam para produzir o efeito inverso (resposta condicionada ou compensação do efeito da droga pelo organismo). O processo da tolerância de drogas é que a intensidade do efeito da droga é neutralizado pelo efeito compensatório (ou inverso) do organismo. Quando a droga não é administrada o efeito compensatório (inverso ao da droga) se exacerba (dependência).

Isso vale para todas as drogas. Por exemplo, se a resposta incondicionada da glicose é hiperglicemia, a resposta condicionada compensatória durante administração ou abstinência é hipoglicemia. 

Outros exemplos são a morfina que produz redução da dor e o efeito compensatório de aumento da dor. A insulina que produz  redução da glicose e o efeito compensatório de hiperglicemia. Ou a nicotina tem o efeito de hiperglicemia e o efeito compensatório de hipoglicemia.

A resposta de tolerância ou de abstinência está associada ao ambiente no qual a droga é habitualmente administrada. O efeito de abstinência de alguém isolado para parar com a droga pode voltar quando a pessoa voltar para o ambiente habitual. Ou o efeito de abstinência pode não ocorrer quando a pessoa usava a droga em outro ambiente (no caso de soldados).

Siegel, S. (1979). The role of conditioning in drug tolerance and addiction. In J. D. Keehn (Ed.), Psychopathology in animals: Research and clinical implications (p. 143–168). Academic Press. 

Pihl & Altman (1971)


Comentário:

O fenômeno da dependência/tolerância de drogas explica os casos de agitação (aumento de atividade) durante síndrome  de abstinência de neurolépticos. A droga neuroléptica têm um efeito no organismo de diminuição de atividade (resposta incondicionada ou efeito próprio da droga). O efeito compensatório ou inverso é aumento da atividade. Quando a droga é administrada habitualmente os dois efeitos se neutralizam e se chega a um efeito reduzido médio. O efeito compensatório ou inverso  durante a abstinência repentina de neurolépticos é um aumento da atividade (agitação).

Note-se que esse grande aumento artificial de atividade é o organismo ter se alterado para compensar o efeito da droga e não a volta do transtorno psicótico ou da mania.

Sobre não querer tratamento psiquiátrico e crises
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2019/12/sobre-nao-querer-tratamento-psiquiatrico.html?fbclid=IwAR07jG9-KXMV19xenhxtOLCjJpoqvSZN1eA4BqIFXJ1-sKbjhCdBtfPg7nc

O maior problema de não querer se tratar não é a volta do "transtorno psiquiátrico". Mas é a situação de disputa sobre a limitação da liberdade do paciente para o seu alegado próprio bem (paternalismo). É uma barreira atitudinal na sociedade muito grande porque muitos profissionais e quase todos os leigos têm um entendimento psiquiatrizante da argumentação impertinente como sinal de uma causa orgânica subjacente (surto). É raro as pessoas leigas e profissionais que contextualizam a situação do paciente mental como algo inteligível e legítimo. O diagnóstico psiquiátrico funciona como uma maneira de fazer a pessoa aceitar tudo, não falar nada desagradável, obedecer e não argumentar. Essa situação de disputa aumenta a frequência desses comportamentos opostos numa situação de limitação de liberdade para impor o tratamento psiquiátrico involuntário.

Como não ser mais internado
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/como-nao-ser-mais-internado.html

A casa de sua família é como um hospital psiquiátrico em que os familiares tem controle sobre você. Você não tem liberdade de escolha nem voz. É isso que mantém a pessoa estável no hospital psiquiátrico. E é isso que mantém a pessoa "estabilizada" na família.

Crítica a hipótese de neuroproteção dos neurolépticos

Sobre a alegação falsa de que é preciso internação forçada porque os neurolépticos são neuroprotetores.

Direitos:

Você tem o direito a pegar um advogado, ir na defensoria pública ou reclamar no ministério público. 

A convenção da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência e a lei brasileira de inclusão afirmam que o tratamento forçado de pessoas com deficiência é contra a lei. A convenção da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência é uma lei hierarquicamente superior à lei brasileira de inclusão e influenciou a lei.

Doença mental e autonomia (artigo)

Um problema que não pode ser omitido e que, de certo modo, incomoda e constrange, é o fato de que, no final das contas, é o médico quem define se o paciente é competente ou não para decidir se o que ele faz deve ser considerado sensato, racional, ou não. A propósito, Abernethy (10) chama a atenção para a possibilidade de o paciente ser considerado incapaz de decidir simplesmente porque recusa o tratamento. Alerta para o fato de que o paciente pode ter uma atitude considerada inadequada em relação ao tratamento, não por ser incompetente para decidir, mas por mobilizar sentimentos de raiva e hostilidade em virtude de se sentir coagido a aceitar um tratamento com o qual não concorda. Tal situação pode, por sua vez, despertar hostilidade e contra-transferência do médico assistente, que podem influir negativamente na avaliação da competência do paciente.

https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2014/01/doenca-mental-e-autonomia.html

Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência

29. O Comitê recomenda que o Estado Parte tome medidas, incluindo a revogação das disposições legais pertinentes, para abolir a prática de internação ou hospitalização involuntária, proibir tratamento médico forçado, em particular tratamentos psiquiátricos com base na deficiência, e forneça alternativas adequadas baseadas na comunidade.


Lei Brasileira de inclusão

Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.

Ministério Público afirma que tratamento psiquiátrico involuntário só em caso de risco de morte

RELATÓRIO INSPEÇÕES HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS
Conselho Federal de Psicologia e Ministério Público

Dr. Peter Gøtzsche: Internação e Tratamento Forçado em Psiquiatria São Violações de Direitos Humanos Básicos e Devem Ser Abolidos

B.O. para internação involuntária indevida
https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2020/01/boletim-de-ocorrencia-para-internacao.html

Em casos de internação involuntária indevida (tudo que não seja risco de morte) a defensoria pública na união orienta que é possível fazer Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia para a sequestro, cárcere privado, formação de quadrilha e danos morais.

Enquanto não formarem as comissões de revisão de internação involuntária que o ministério público está exigindo reclamar no ministério público não resolve muita coisa e nem reclamar na ouvidoria do hospital psiquiátrico.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Determinantes ambientais e mudança do organismo

Pode não fazer sentido para muitas pessoas dizer que os determinantes de certos comportamentos são ambientais pois é algo fora do organismo (locus externo), mas o ambiente é determinante do comportamento no sentido de que modifica o organismo e sua interação com o ambiente em situações semelhantes no futuro.

Desequilíbrio químico na UOL

https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/01/25/por-que-a-teoria-de-desequilibrio-quimico-nao-explica-transtornos-mentais.htm

Radicalismo ou resultados empíricos?

É comum o discurso de que não acreditar que os diagnósticos psiquiátricos são uma entidade biológica deficiente é radicalismo. Isso porque a maioria defende esse tipo de posição. Mas não é questão de encontrar um meio-termo filosófico entre defesa do modelo excessiva e crítica excessiva nem de encontrar compatibilidade ou acordo entre diferentes áreas. É uma questão de resultados empíricos ou científicos negativos (empiria).

sábado, 25 de janeiro de 2020

todo desconforto tem solução pela técnica

Há um otimismo muito grande nos dias atuais que leva à medicalização e uso de drogas e outras soluções ou comportamentos paliativos: a ideia de que o todo desconforto tem solução pela técnica.

"o estado natural do homem é o conforto"

...Se eu estiver certa, o fato de um monte de gente tomar antidepressivo e o de um monte de gente se viciar em drogas pesadas (crack, heroína) devem estar conectados.
O médico e o drogado acham que o normal é todo mundo se sentir confortável sempre e não sofrer nunca.


Continuando: Na verdade, o uso rotineiro de drogas é consequência intuitiva de se achar que o conforto é o estado natural do homem.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

A psiquiatria reflete a mentalidade social

A psiquiatria tem sido o modo como a sociedade moderna interpreta e se relaciona com o sofrimento mental. Destes sofrimentos, a loucura é o mais chamativo. A psiquiatria é, principalmente, um instrumento da sociedade para lidar com a loucura. Logo, ela reflete a mentalidade desta sociedade. A psiquiatria não é uma ciência pura nem neutra: é governada pela visão de mundo, mentalidade e ideologia da sociedade que a pratica e patrocina.

O que é psiquiatria alternativa - Alan Serrano

[Comentário: Por isso, para combater a medicalização é preciso fazer a sociedade se implicar com o sofrimento mental]

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O direito de criticar a psiquiatria biológica (comentário)

O conteúdo que divulgo é da perspectiva da psiquiatria crítica ou críticas à psiquiatria biológica. Mesmo que exista bastante literatura científica criticando a psiquiatria biológica isso ficava somente entre especialistas e quem discordava do psiquiatra era rotulado como maluco. O canal do youtube está associado ao blogue crisedapsiquiatria.blogspot.com Não é somente os médicos que podem entender de um assunto. A confiança no médico não é válida se existem pesquisadores que discordam da autoridade tradicional do psiquiatra biológico. Esse tipo de conteúdo é apoiado pelo ministério da saúde através da Fiocruz pelo blogue madinbrasil.org e a reforma psiquiátrica (ABRASME). 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Meditação, estresse, inflamação e doenças

Morgan Freeman - Mysteries of the Subconscious (Stress) - PT
https://youtu.be/xaWEqxwrOFo

a ciência avança pelo reducionismo

Eu vi numa palestra do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) um professor afirmar que a ciência avança pela redução/reducionismo.

O reducionismo em si não está necessariamente errado. Mas na área de psiquiatria biológica é realizado com ciência ruim, corrupta e com intervenções desnecessariamente intrusivas.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Brasileiro têm péssima educação argumentativa

Para Carnielli, os brasileiros têm uma “péssima educação argumentativa”. Confundimos discussão com briga e não sabemos lidar bem com críticas. Mas há técnicas que podem ajudar na construção de bons argumentos - e também a evitar armadilhas comuns em uma discussão, como o uso de falácias.

Walter Carnielli  Nós, brasileiros, temos uma péssima educação argumentativa: confundimos discussão com briga, e vemos as críticas como inveja, falta de amizade, falta de amor etc. Pior ainda: quando começa uma discussão, muitas vezes vem o seguinte: ‘tenho o direito de ter minha opinião’, seja sobre o criacionismo, o governo, a política ou a pena de morte.

Claro que todos têm o direito de manter sua opinião, mas opinião não é argumento. A democracia também é feita de opiniões - ninguém precisa argumentar para votar no candidato que preferir, basta manifestar sua opinião nas urnas. Mas quando o candidato quer nos convencer, ou quando queremos convencer os outros sobre nossa posição política, nossa crenças não bastam.

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/12/27/Por-que-%E2%80%98opini%C3%A3o-n%C3%A3o-%C3%A9-argumento%E2%80%99-segundo-este-professor-de-l%C3%B3gica-da-Unicamp

[Comentário: E isso pode levar a diagnósticos psiquiátricos]

B.O. para internação involuntária indevida

Em casos de internação involuntária indevida (tudo que não seja risco de morte) a defensoria pública na união orienta que é possível fazer Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia para a sequestro, cárcere privado, formação de quadrilha e danos morais.

Enquanto não formarem as comissões de revisão de internação involuntária que o ministério público está exigindo reclamar no ministério público não resolve muita coisa e nem reclamar na ouvidoria do hospital psiquiátrico.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

o cérebro intacto e o saber fazer magicamente

A indução que se faz é que se a pessoa tem o cérebro intacto ela vai saber se sair bem em tudo naturalmente sem precisar adquirir comportamentos pré-requisitos.

Passa-se assim a explicações estruturais organicistas pulando-se a etapa da aprendizagem e educação. Como se o cérebro intacto através de mágica soubesse sempre o que fazer sem precisar aprender antes.


Raciocínio:

Se cérebro intacto então sair-se bem naturalmente.

Se não sair-se bem naturalmente então cérebro não intacto.

Não é possível sair-se bem naturalmente ou magicamente sem aprendizagem prévia considerada.

Portanto, é falso concluir que se não sair-se bem naturalmente ou magicamente então há um cérebro não intacto.

Qual seria o raciocínio correto? Acho que a verificação direta do dano cerebral seria preferível. A verificação indireta através de excessos ou déficits de comportamentos têm essa ambiguidade. As condições dificultadoras ou facilitadoras no ambiente ao longo do desenvolvimento de aprendizagens diferem entre pessoas. Algumas pessoas vão precisar de aprendizagens especiais ou específicas para a própria situação de vida.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Palavra sagrada do médico medíocre

O médico psiquiatra pode ser um baita medíocre mas ele diz o que o senso comum já acredita. Se outro médico melhor formado tentar explicar a ciência (ou a falta de fundamento) pode ser mais difícil ser acreditado do que se o médico fizesse medicina alternativa. Não é nem mais uma questão de disputa de profissões pois os médicos com a perspectiva diferente do senso comum tem dificuldade em convencer.

A palavra sagrada do médico medíocre leva ao menosprezo de outras profissões. Não é porque uma profissão traz muito dinheiro que ela é eficaz. Tem muita pesquisa mostrando a falta de fundamento nas intervenções da psiquiatria biológica.

É covardia o quanto mais uma profissão menosprezada precisa de competência extra para ser acreditada em comparação com um médico medíocre.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Ritalina para TDAH (cochrane)

Conclusão dos autores: 
Os resultados das metanálises sugerem que o metilfenidato pode melhorar os sintomas do TDAH e o comportamento avaliados pelos professores e a qualidade de vida avaliada pelos pais de crianças e adolescentes com a doença. Porém, a baixa qualidade das evidências encontradas significa que não se pode ter certeza sobre a magnitude dos efeitos. Dentro do período de acompanhamento curto dos estudos incluídos na revisão, há alguma evidência de que o uso do metilfenidato se associa com aumento do risco de eventos adversos não graves, como problemas do sono e diminuição do apetite, mas não há evidências de que aumente eventos adversos graves.
Estudos mais bem desenhados são necessários para se avaliar os benefícios do metilfenidato. Dada a frequência de eventos adversos não graves associados com a droga, a dificuldade de cegar os participantes e avaliadores aponta para a vantagem de se realizar estudos controlados grandes com um "comprimido nocebo", ou seja, uma substância semelhante ao placebo que cause eventos adversos no grupo controle semelhantes aos que ocorrem com os participantes que usam a droga real. Entretanto, por razões éticas, esses estudos deveriam primeiro ser conduzidos com adultos, que podem fornecer o consentimento informado.
Estudos futuros deveriam publicar os dados individualizados sem identificação para todos os desfechos, incluindo eventos adversos. Isso permitirá que os autores de revisões sistemáticas possam avaliar as diferenças entre os efeitos das intervenções conforme o sexo, idade, comorbidades, tipo de TDAH e dosagem. Finalmente, os resultados desta revisão sistemática apontam para a necessidade urgente de se realizarem ensaios clínicos randomizados grandes sobre tratamentos não farmacológicos para o TDAH.

Neurofeedback TDAH (Lancet)

Nossos resultados sugerem que o treinamento de neurofeedback não é superior a uma condição falsa ou psicoterapia de grupo. Todos os três tratamentos foram equivalentemente eficazes na redução dos sintomas de TDAH. Este primeiro estudo randomizado, controlado por simulação, não mostrou efeitos específicos do neurofeedback nos sintomas de TDAH em adultos.


https://www.thelancet.com/journals/lanpsy/article/PIIS2215-0366(17)30291-2/fulltext

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Estranhamento cultural e explicações cerebrais

Hoje em dia qualquer estranhamento cultural com comportamentos ou conceitos vai levar a uma explicação de viés cerebral. Se você tentar mostrar para pessoas que existem outras explicações possíveis elas não vão te ouvir. Ou talvez você não possa sequer mencionar que existem outras explicações possíveis. 

É uma guerra perdida em termo de escala. Há muito entusiasmo com estudos cerebrais e biomédicos porque é uma explicação mais intuitiva para o senso comum. Quem consegue sair do senso comum são quase todos profissionais.

A psiquiatria nunca fracassa

Dicilmente você vai ver um familiar ou paciente psiquiátrico desconfiar que o tratamento psiquiátrico é um fracasso. Mesmo quando a pessoa com diagnóstico de TDAH não passa de ano e a pessoa com diagnóstico de psicose continua "alterada" como se fala em termos de organismo deteriorado na linguagem da psiquiatria biológica. A responsabilidade pelo fracasso do tratamento psiquiátrico é colocada no organismo do paciente.

sábado, 4 de janeiro de 2020

judicialização, indústria farmacêutica, associações de pacientes

Ligações perigosas: indústria farmacêutica, associações de pacientes e as batalhas judiciais por acesso a medicamentos
 
RESUMO
O presente trabalho busca trazer novos elementos para o debate sobre a judicialização da saúde e sobre o acesso a medicamentos. Parte-se de um breve panorama do setor farmacêutico, seguido de um levantamento bibliográfico sobre demandas judiciais por medicamentos no Brasil, para fundamentar uma reflexão sobre as ligações entre a indústria farmacêutica e as associações de pacientes, que podem estar interferindo no processo. Tais ligações resultam das novas estratégias de expansão do mercado pelo setor farmacêutico, e podem agravar o panorama da saúde brasileira em relação ao uso crítico e responsável dos medicamentos. A necessidade de desmercantilização da saúde é incluída nesse debate.
Palavras-chave: indústria farmacêutica, ONGs, pacientes, uso de medicamentos, decisões judiciais.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312012000100017&nrm=iso

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Tratamentos psiquiátricos danificam o cérebro

O psiquiatra Breggin defende que os tratamentos psiquiátricos funcionam provocando dano cerebral, sejam os fármacos, eletrochoque ou psicocirurgia.

"Em relação aos neurolépticos, afirma:

Sugestão e autoritarismo são bastante comuns na prática médica, mas somente na psiquiatria o médico realmente danifica o cérebro para facilitar o controle sobre ele. Eu designei essa combinação única de sugestão autoritária e dano cerebral pelo termo desamparo iatrogênico. O desamparo iatrogênico é fundamental para entender como funcionam os principais tratamentos psiquiátricos. (BREGGIN, 1991, p. 37)"

No livro Uma Sala Tranquila. Da autora Sandra Caponi (p. 99)

domingo, 29 de dezembro de 2019

Medicalização da saúde

Medicalização da saúde

Via de regra, quando estamos diante de um tratamento, raramente questionamos sobre a sua necessidade. Se foi recomendado é porque precisamos executar. Mas, todo tratamento traz benefícios?

Muito dessa situação vem da baixa ou nenhuma participação dos pacientes na tomada de decisão. Esse modelo centralizador deixa pouca margem para que questionamentos sobre alternativas menos invasivas e custosas, atendendo às preferências do paciente.

Há outros fatores também envolvidos: o imaginário de que o novo é melhor, de que tratamentos trazem benefícios e são isentos de riscos, de que tudo deve ser feito em nome da saúde, além de perspectivas individuais e culturais.
Neste cenário, nos deparamos com sobretratamentos e sobrediagnósticos, que adicionam poucos ganhos em saúde aos pacientes, aumentam a ocorrência de iatrogenias (danos do tratamento) e os gastos em saúde.

Referência: Do curso Saúde baseada em evidências. Coursera. UNICAMP.

sábado, 28 de dezembro de 2019

Curso online de Saúde Baseada em Evidências

https://universoracionalista.org/curso-online-de-saude-baseada-em-evidencias-com-certificado-da-unicamp/

Como era antes dos neurolépticos

Com os doentes, antes da era dos neurolépticos, podia-se falar. Eu passei anos escutando os doentes. Um paciente vinha, aproximava um banco ao meu lado e começava a contar sua história. Eu a escutava. Agora temos gente que baba, que treme e treme. Eu penso que esses medicamentos psicotrópicos os deixam em um estado aterrador. O que eles experimentam com os psicotrópicos, o que se passa em suas cabeças é aterrador. Os doentes mudaram por causa desses medicamentos, eles não são mais os mesmos. Eu prefiro ver os doentes vivos, mesmo que delirem. Agora parecem robôs. (MISSA, 2006, p. 299)

Do livro Uma Sala Tranquila. Da autora Sandra Caponi (2019)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Repensando a esquizofrenia (Revista Nature)

Repensando a esquizofrenia (2010)
Revista Nature
Thomas R. Insel 1
 
Resumo 

Como veremos a esquizofrenia em 2030? A esquizofrenia hoje é um distúrbio mental crônico e freqüentemente incapacitante que afeta cerca de um por  cento da população do mundo. Depois de um século estudando a esquizofrenia, a causa do distúrbio permanece desconhecido. Os tratamentos, especialmente tratamentos farmacológicos, têm sido amplamente utilizados por quase meio século, mas ainda há pouca evidência de que esses tratamentos tenham melhorado substancialmente os resultados para a maioria das pessoas com esquizofrenia. Estes resultados insatisfatórios atuais podem mudar à medida que abordamos a esquizofrenia como um distúrbio do desenvolvimento neurológico com psicose como um estágio tardio e potencialmente evitável da doença. Esse "repensar" da esquizofrenia como um distúrbio do neurodesenvolvimento é profundamente diferente do modo como vimos essa doença no século passado e gera uma nova esperança para prevenção e cura nas próximas duas décadas.


[Comentário: O modelo médico até agora foi um fracasso mas faz uma proposta para salvar o modelo médico. O artigo todo aponta limitações do modelo médico atual de esquizofrenia]

Resumo do artigo

Há um século, tínhamos grandes instituições públicas para doenças mentais graves, tuberculose e hanseníase. Destes três, hoje apenas a doença mental, especialmente principalmente esquizofrenia, permanece inalterada em prevalência e incapacidade. 1

A recuperação sustentada ocorre em menos de 14% nos primeiros cinco anos após um episódio psicótico 2. Resultados a longo prazo podem ser marginalmente melhor: um grande estudo internacional de acompanhamento de 25 anos relatou 16% com recuperação na fase tardia 3. Em toda a Europa, menos de 20% das pessoas com esquizofrenia estão empregadas 4. Um grande estudo norte-americano descobriu quase 20% dos sem-teto em um ano de acompanhamento 5. E um relatório recente de um grupo de defesa de pacientes relatou que, nos EUA, aqueles com graves a doença tinha três vezes mais chances de ser encontrada no sistema de justiça criminal do que nos hospitais. (http://www.treatmentadvocacycenter.org)
Embora muitos tenham atribuído essa falta de progresso a sistemas de saúde com falha (http://www.mentalhealthcommission.gov/), ainda não temos um entendimento básico da fisiopatologia do distúrbio e, portanto, portanto, faltam as ferramentas para tratamento ou prevenção curativa necessárias para a maioria pessoas com esquizofrenia. 

Medicamentos neurolépticos precoces, exemplos de clorpromazina e haloperidol, têm sido cada vez mais substituído por antipsicóticos "atípicos" que possuem menos efeitos colaterais  extrapiramidais  (como tremor e rigidez), mas geralmente não parecem ser significativamente mais eficaz que os antagonistas de receptores dopamina D2 originais [antipsicóticos típicos de primeira geração]  10.

Embora antipsicóticos convencionais e atípicos reduzam confiavelmente delírios e alucinações, eles não melhoraram recuperação funcional (por exemplo, emprego) para pessoas com esquizofrenia. Uma explicação é que a deficiência de esquizofrenia é amplamente devido a déficits cognitivos, como problemas de atenção e trabalho memória, que essas drogas não melhoram.

Embora possa haver pouca discussão de que os medicamentos tenham transformado o tratamento da psicose, pesquisa focada nas drogas em vez da doença, até agora rendeu muito pouco progresso no fisiopatologia da esquizofrenia. Não está claro, por exemplo, que os receptores de dopamina D2 ou receptores interneurônios NMDA estão relacionados a causa deste distúrbio.

Contudo, a alta herdabilidade (aprox. 50%) não se traduziu em uma busca satisfatória por lesões genéticas. Embora estudos iniciais em todo o genoma ou em genes candidatos à procura de variantes comuns associadas à esquizofrenia foram decepcionantes, porque os resultados iniciais não foram replicados ou estudos em larga escala falharam em detectar significância em todo o genoma [...]

Os estudos em animais revelarão a trajetória do neurodesenvolvimento esquizofrenia? Ao contrário dos muitos distúrbios da medicina que podem ser modelados em camundongos ou moscas, um modelo animal de esquizofrenia parece improvável. De fato, aspectos da neuroanatomia pré-frontal e déficits da função executiva da esquizofrenia parecem ser distintamente humanos.

Nas últimas duas décadas, o trabalho pioneiro de McGorry e seu colegas 71,72 estabeleceu o pródromo da esquizofrenia como um válido segunda fase da doença antes da psicose. Se definido como ultra-alto risco ou pré-psicose, o pródromo é agora identificado com base em mudanças de pensamento (por exemplo, idéias bizarras que ficam aquém do psicótico ideação), isolamento social e funcionamento prejudicado (por exemplo, desempenho escolar  reduzido). Reconhecendo que esses recursos podem parecer endêmica da  adolescência, a Entrevista Estruturada para Prodromal Síndromes (SIPS) foi  desenvolvido para distinguir alto risco de psicose da angústia adolescente mais comum 73. 
 
Dada a alta taxa de comportamento angústia na adolescência e a probabilidade de muitos com problemas prodrômicos amadurecerem para curar os sintomas ou desenvolvem outros distúrbios, o desafio é aumentar a sensibilidade para detectar riscos ultra-altos enquanto não sacrificando a especificidade 78. A especificidade é um desafio: muitos daqueles que procurar ajuda para sintomas prodrômicos desenvolverá outras formas de patologia, não esquizofrenia.

Não está claro até que ponto a intervenção durante o pródromo previne ou impede a psicose. Resultados de ensaios de localização única de antipsicóticos 81, antidepressivos 82, lítio 83 e comportamento cognitivo terapia 84 tiveram, na melhor das hipóteses, efeitos modestos na redução dos sintomas ou impedindo a conversão para psicose. Um recente duplo-cego randomizado estudo de 12 semanas, controlado por placebo, de ômega-3 de cadeia longa poliinsaturada ácidos graxos relataram uma conversão de 12 meses em psicose em 2 de 41 (4,9%) indivíduos do grupo tratado versus 11 de 40 (27,5%) indivíduos do grupo tratado grupo placebo 85. Embora promissora, a taxa geral de conversão (13 de 81) é menor do que o observado na maioria das coortes prodrômicas [recortes de grupo com pessoas com risco de psicose]. Atual esforços para usar a correção cognitiva podem identificar uma abordagem de baixo risco que poderia ser usado mesmo se a  especificidade fosse baixa 86. Um esforço amplo e inovador em a saúde mental dos jovens na Austrália está lidando com questões de falsos positivos, baixa especificidade e potencial estigma do diagnóstico precoce, desenvolvendo intervenções baseadas na comunidade e na resiliência 66.

Embora o componente avolicional do distúrbio possa definir um subgrupo especial 88, há um novo consenso de que os sintomas negativos e aspectos cognitivos da patologia são as principais necessidades terapêuticas não atendidas. 89,90 [outros estudos apontam que a suposta deficiência cognitiva na verdade é  um quociente menor de inteligência que não pode ser atribuído à esquizofrenia. Outros estudos também apontam que os neurolepticos prejudicam as funções cognitivas, ao invés de prevenir]

Déficits cognitivos e sintomas negativos, precedentes ou emergentes com psicose parece, na melhor das hipóteses, apenas modestamente responsivo ao tratamento antipsicótico atual 91,92. A prioridade de pesquisa mais urgente a curto prazo será tratamentos eficazes para os déficits cognitivos, incluindo a falta de insight que muitas vezes inibe a adesão a medicamentos e tratamentos profissionais  psicossociais.

O estágio IV da esquizofrenia envolve incapacidade crônica. Em 1988, no altura da epidemia de AIDS, o editor da Nature observou que ‘‘ esquizofrênico é, sem dúvida, a pior doença que afeta a humanidade, mesmo a AIDS não exceto. "93 Nem todos os indivíduos progridem para este estágio avançado da doença, mas para quem faz a deficiência não é apenas psiquiátrico, mas médico. o déficits psiquiátricos freqüentemente citados levam ao desemprego, falta de moradia e encarceramento, como observado anteriormente. Um estudo de coorte finlandês recentemente relataram uma taxa de 7% de suicídio na esquizofrenia, representando 50% dos todas as mortes aos 39 anos (ref. 94). As complicações médicas das doenças crônicas esquizofrenia são menos conhecidos. Em 2010, tabagismo e obesidade são epidemia entre pessoas com esquizofrenia, com estimativas de nicotina dependência variando de 58 a 90% (ref. 95) e síndrome metabólica (obesidade, hiperlipidemia, hiperglicemia e hipertensão) presentes em 40% (ref. 96). A expectativa de vida para pessoas com doenças mentais graves aumentou estimado em 56 anos, aproximadamente 25 anos de mortalidade prematura resultante geralmente de doença cardiopulmonar ou de outra doença médica crônica condições 97. É importante ressaltar que muitas das complicações médicas da esquizofrenia pode ser evitada através da cessação do tabaco, controle da dieta e programas para gerenciar a saúde cardiovascular. [Problemas associados ao tratamento psicofarmacológico]

Esquizofrenia em 2030

Qual é o prognóstico da esquizofrenia para 2030? Vou arriscar alguns previsões baseadas na esperança mais do que conhecimento e reconhecendo que progresso na compreensão e tratamento da esquizofrenia pode vir de campos distantes da ciência que ainda não foram envolvidos nessa área (fig. 2).

Embora um medicamento "semelhante a estatina" seja um avanço inequívoco não devemos assumir que um medicamento será mais eficaz do que aproveitar a plasticidade intrínseca do cérebro em desenvolvimento para reverter a trajetória neural que leva do risco ao pródromo.

A incapacidade da esquizofrenia em 2010 resulta mais dos déficits cognitivos subreconhecidos e refratários ao tratamento do que sintomas positivos mais óbvios e frequentemente tratáveis 98

Integração de cuidados

Um dos aspectos mais flagrantes do tratamento da esquizofrenia em 2010 é fragmentação da assistência, com assistência médica separada da psiquiátrica cuidados e ambos isolados de intervenções psicossociais, como emprego apoiado e educação familiar, que têm uma forte base de evidências para eficácia.

Nossas expectativas sobre esses os cidadãos são baixas: devem ficar fora da cadeia, com seus medicamentos e não angustiarem suas famílias, amigos e concidadãos. Eles merecem melhor. Como para 2030, as pessoas que sofrem de qualquer estágio da esquizofrenia ser considerado educável, empregável e capaz de viver em intimidade relacionamentos com os outros.

Note, no entanto, que o tratamento da esquizofrenia envolve desafios não observados na maioria outras doenças crônicas. Negação de doença, paranóia, pensamentos irracionais, déficits na função executiva e comportamento perturbado podem fazer parte de síndrome da esquizofrenia não tratada, complicando o atendimento àqueles com esse distúrbio. Melhores tratamentos, não apenas melhores sistemas, serão necessário para melhores resultados.

A evidência clínica apoia a possibilidade de que o que chamamos de esquizofrenia para século passado pode vir de muitos distúrbios diferentes.  E o estigma associado ao diagnóstico e ao passado histórico de mal-entendidos e maus-tratos também indica que um mudança no termo pode ser aconselhável. Em 2002, os termos japoneses para a esquizofrenia "Seishin-Bunretsu-Byo" ("doença da mente dividida") foi substituída oficialmente por 'Togo-Shitcho-Sho' ('distúrbio de integração') 100. Algumas evidências indica que essa mudança de nome levou à redução do estigma, pois menos as pessoas associaram o novo nome à criminalidade 100.

Na próxima década, o desafio será integrar o impacto da genética, experiência e desenvolvimento identificar um plano completo da arquitetura de risco dessa síndrome. Isso deve levar a uma nova taxonomia, identificando os muitos distúrbios dentro da síndrome que agora chamamos de "esquizofrenia" e, esperamos, substituir este rótulo agregado com uma série de diagnósticos mais precisos com base em fisiopatologia.

Enquanto isso, podemos criar políticas de inclusão social, apoio à família e continuidade dos cuidados para garantir que aqueles em fases posteriores da síndrome tem a melhor chance de recuperação. Importante, se a recuperação definido como uma vida na comunidade é nosso principal objetivo hoje, para 2030 nossos objetivos devem incluir prevenção, preempção e cura.

Ler mais:

https://crisedapsiquiatria.blogspot.com/2019/06/esquizofrenia-perspectiva-critica-em.html

Extinção da crença reducionista em psicofarmacos

A tendência geral dos pacientes psiquiátricos é que a crença no reducionismo envolvido no tratamento com psicofarmacos diminui depois de 10 a 20 anos por não oferecer reforços positivos. A pessoa experiente (expert) como paciente psiquiátrico vai percebendo que os psicofarmacos não ajudam muito depois que passa o período de desespero.

bem-estar, comportamento e drogas psiquiátricas

Todas as drogas psiquiátricas são desagradáveis (com exceção das novas drogas de rua aprovadas). Por isso, não valem a pena para resolver o problema do mal-estar. Isso porque são substituíveis por cuidados com a saúde.

Em questão de comportamento também são substituíveis por bons comportamentos, isto é, pelo planejamento adquirido com psicoterapia (de preferência a comportamental).

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

atributo diferencial estigmatizado

Ao mesmo tempo, erros menores ou enganos incidentais podem, sente ele, ser interpretados como uma expressão direta de seu atributo diferencial estigmatizado. Ex-pacientes mentais, por exemplo; às vezes receiam uma discussão acalorada com a esposa ou o empregador por medo da interpretação errônea de suas emoções. Pessoas com deficiências mentais enfrentam situações semelhantes: "Ocorre também que se uma pessoa de baixa capacidade intelectual tem algum tipo de problema, a dificuldade é mais ou menos automaticamente atribuída a um "defeito mental", enquanto que se uma outra de "inteligência normal" tem dificuldade semelhante, esta não, é considerada como sintoma de qualquer coisa particular."

Estigma. Goffman

O significado real de perturbado

O significado real de pertubado não é ser perturbado mas estar perturbado por algo ou alguém. Algo óbvio mas que a psiquiatria biológica obscurece.

O apropriado para um louco

O apropriado para um louco é cumprir o papel de doente. Se o louco quiser ser saudável é algo mais malvisto do que se ele se acomodasse e buscasse aposentadoria pois envolve questionar o papel de doente e o conhecimento médico.

BMJ e a pesquisa independente

https://translate.google.com.br/translate?sl=en&tl=pt&u=https%3A%2F%2Fwww.bmj.com%2Fcontent%2F367%2Fbmj.l6576

Análise da influência comercial na saúde: da transparência à independência

Caminhos para a independência: no sentido de produzir e usar evidências confiáveis

BMJ 2019

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Entusiasmo com tecnologia nova

É comum psiquiatras biológicos se entusiasmarem com tecnologia nova como farmacos. Acreditam que mais saúde é consumir tecnologia cara e sofisticada. Fugir dessa lógica é difícil pois envolve raciocínios conceituais mais complexos.

Alguém que descontinua uma droga psiquiátrica pode adquirir mais saúde do que alguém que consome produtos sofisticados. Mas a lógica econômica favorece quase todo mundo a preferir consumir produtos de saúde e achar um absurdo que deixar de tomar drogas psiquiátricas possa ser mais saudável.

Diferentes concepções do apropriado e conflitos

Há uma parcela de conflitos que nascem das diferentes concepções do que é apropriado e disputas através de argumentos para decidir quem tem a verdade. Se as pessoas soubessem relativizar e reconhecer as diferenças  uma parcela dos conflitos se resolveriam. As próprias concepções do apropriado é algo que se tem dificuldade de negociar e colocar em diálogo.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Definições operacionais, Rorschach e psicanálise (Hempel)


"Em Psicologia tais critérios são comumente formulados em termos de testes (de inteligência, estabilidade emocional, habilidade matemática etc). Em linhas gerais, o procedimento operacional consiste em administrar o teste de acordo com especificações; o resultado são as respostas das pessoas submetidas ao teste, ou, em regra, uma avaliação qualitativa dessas respostas, obtida de movo mais ou menos objetivo e mais ou menos preciso. No teste de Rorschach, por exemplo, essa avaliação se apóia mais na competência para julgar, gradualmente adquirida pelo intérprete, e menos em critérios explícitos e precisos que a avaliação do teste de Stanford-Binet para a inteligência; o de Rorschach é, por isso, menos satisfatório que o de Stanford-Binet do ponto de vista operacionista. Algumas das principais objeções que foram levantadas contra a especulação psicanalítica são concernentes à falta de adequados critérios de aplicação para os termos psicanalíticos e às concomitantes dificuldades para tirar das hipóteses, em que figuram, alguma implicação verificável e inequívoca."

Do livro Filosofia da ciência natural (p. 116). Do filósofo Carl Hempel

Invega sustenna é semelhante a outros neurolépticos

https://www.cochrane.org/pt/CD008296/palmitato-de-paliperidona-para-esquizofrenia

(apesar de ser muito mais caro e além disso o ministério público afirmar que tratamento involuntário é irregular)

Palmitato de paliperidona para a esquizofrenia

O palmitato de paliperidona constitui uma formulação intramuscular de longa-ação da paliperidona, um metabolito ativo da risperidona que estava previamente disponível apenas numa formulação oral. Avaliámos a eficácia, efeitos adversos e segurança do palmitato de paliperidona no tratamento de pessoas com esquizofrenia e perturbações esquizofreniformes. Em estudos de curto-prazo, o palmitato de paliperidona é um antipsicótico mais eficaz do que o placebo. Os efeitos adversos do palmitato de paliperidona são similares àqueles da paliperidona oral, risperidona oral e risperidona injetável de longa-ação. Em dois estudos de curto-prazo, o palmitato de paliperidona doseado de maneira flexível é aproximadamente equivalente em eficácia e tolerabilidade à risperidona injetável de longa-ação doseada de maneira flexível.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Ricardo Manuel Delgado, Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, com o apoio da Cochrane Portugal.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Atitude contracultural e preconceitos/estereótipos

Adotar uma atitude contracultural por ter recebido um diagnóstico psiquiátrico reforça preconceitos e estereótipos.

A atitude contracultural pode parecer libertária mas é interpretada socialmente pelo modelo biomédico.

Deixar de seguir padrões epistêmicos e sociais também pode ser contraproducente para inserção social positiva pois há a exigência social ou a intolerância com quem não segue certos padrões.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Danos dos psicofármacos (texto clássico)

Iatrofarmacogenia
Carlos da Silva Lacaz 

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