Pacientes produtores ativos de saúde (prosumo)

Essa avalanche de informações e conhecimento relacionada à saúde e despejada todos os dias sobre os indivíduos sem a menor cerimônia varia muito em termos de objetividade e credibilidade. Porém, é preciso admitir que ela consegue atrair cada vez mais a atenção pública para assuntos de saúde - e muda o relacionamento tradicional entre médicos e pacientes, encorajando os últimos a exercer uma atitude mais participativa na relação. Ironicamente, enquanto os pacientes conquistam mais acesso às informações sobre saúde, os médicos têm cada vez menos tempo para estudar as últimas descobertas científicas ou para ler publicações da área - on-line ou não -, e mesmo para se comunicar adequadamente com especialistas de áreas relevantes e/ou com os próprios pacientes. Além disso, enquanto os médicos precisam dominar conhecimentos sobre as diferentes condições de saúde de um grande número de pacientes cujos rostos eles mal conseguem lembrar, um paciente instruído, com acesso à internet, pode, na verdade, ter lido uma pesquisa mais recente do que o médico sobre sua doença específica. Os pacientes chegam ao consultório com paginas impressas contendo o material que pesquisaram na internet, fotocópias de artigos da Physician's Desk Reference, ou recorte de outras revistas e anuários médicos. Eles fazem perguntas e não ficam mais reverenciando a figura do médico, com seu imaculado avental branco. Aqui as mudanças no relacionamento com os fundamentos profundos do tempo e conhecimento alteraram completamente a realidade médica. Livro: Riqueza Revolucionária - O significado da riqueza no futuro

Aviso!

Aviso! A maioria das drogas psiquiátricas pode causar reações de abstinência, incluindo reações emocionais e físicas com risco de vida. Portanto, não é apenas perigoso iniciar drogas psiquiátricas, também pode ser perigoso pará-las. Retirada de drogas psiquiátricas deve ser feita cuidadosamente sob supervisão clínica experiente. [Se possível] Os métodos para retirar-se com segurança das drogas psiquiátricas são discutidos no livro do Dr. Breggin: A abstinência de drogas psiquiátricas: um guia para prescritores, terapeutas, pacientes e suas famílias. Observação: Esse site pode aumentar bastante as chances do seu psiquiatra biológico piorar o seu prognóstico, sua família recorrer a internação psiquiátrica e serem prescritas injeções de depósito (duração maior). É mais indicado descontinuar drogas psicoativas com apoio da família e psiquiatra biológico ou pelo menos consentir a ingestão de cápsulas para não aumentar o custo do tratamento desnecessariamente. Observação 2: Esse blogue pode alimentar esperanças de que os familiares ou psiquiatras biológicos podem mudar e começar a ouvir os pacientes e se relacionarem de igual para igual e racionalmente. A mudança de familiares e psiquiatras biológicos é uma tarefa ingrata e provavelmente impossível. https://breggin.com/the-reform-work-of-peter-gotzsche-md/

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva

Psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva: sempre divulgando descrição de comportamentos como se fossem síndromes cerebrais. Uma concepção muito limitada.

Ensinam na universidade que o DSM não é etiológico. Mas não é isso que passam para o público. O DSM é baseado em Kraeplin e todo mundo recebe a mensagem de se tratam de problemas de causas necessariamente médicas.

Morte com olanpazina

 https://www.theguardian.com/uk-news/2020/oct/20/teenagers-death-after-being-given-antipsychotic-was-potentially-avoidable

terça-feira, 29 de junho de 2021

Mortes Clozapina

 https://www.theguardian.com/society/2018/dec/22/clozapine-antipsychotic-implicated-in-two-deaths

Psicoterapia baseada em evidências e neurociências

Olhando os livros indicados pelo Instituto de Psicoterapia Baseada em Evidências sobre psicoterapia e neurociências fica muito claro que na verdade a intenção dessa área é fazer terapia integrativa, isto é, validar os diversos modelos de psicoterapia de forma integrativa. O que me parece uma forma de ecletismo técnico.

Neurociência da mudança psicoterapêutica

O modelo LRNG especifica que muitos dos problemas para os quais os clientes procuram ajuda envolvem padrões de comportamento recorrentes que estão fora da consciência e que causam angústia ou disfunção. Esses padrões normalmente surgem devido a experiências anteriores na vida envolvendo emoções intoleráveis ​​que precisavam ser evitadas. Propusemos que os ingredientes essenciais da mudança duradoura consistem em (a) ativar as velhas memórias problemáticas e suas emoções associadas; (b) ter experiências emocionais corretivas que permitem que as velhas memórias sejam alteradas por meio da reconsolidação; e (c) converter essas experiências episódicas atualizadas em estruturas semânticas duradouras, praticando novas maneiras de se comportar e experimentar a si mesmo e aos outros em interação com o mundo. Introduzimos o modelo de memória integrada (IMM), afirmando que a memória episódica, a memória semântica e a emoção estão altamente inter-relacionadas - sempre que uma é ativada, as outras duas provavelmente também estão. Ao promulgar o IMM, esperávamos promover a visão de que diferentes modalidades de psicoterapia podem ser entendidas como funcionando pelo mesmo mecanismo básico, embora pareçam ter diferentes focos de interesse.

Referência:

Neuroscience of Enduring Change - Implications for Psychotherapy

Edited by RICHARD D. LANE / LYNN NADEL

domingo, 27 de junho de 2021

buscar saúde não deve ser procurar doenças


Nihilismo Médico (filosofia da medicina)

 http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/590864-seria-a-medicina-moderna-uma-ilusao


Novo livro sugere: em busca de lucros astronômicos, indústria farmacêutica multiplica drogas e exames, mas é incapaz de avançar no tratamento de doenças que afligem milhões – do Alzheimer a cardiopatias e depressão.

O artigo é de John Horgan, que dirige o Centro de Ensaios Médicos do Steven Institute of Technology, nos EUA. Entre seus livros, estão "The end of Science" ("O fim da ciência", sem tradução no Brasil) e "The end of War" ("O fim da guerra", sem tradução no Brasil), publicado por Outras Palavras, 15-07-2019. A tradução é de Inês Castilho.

Eis o artigo.

Há anos, tenho escrito sobre erros e insuficiências da Medicina, especialmente quando se trata de saúde mental e câncer. Mas minhas críticas são leves comparadas às de Jacob Stegenga, um filósofo da ciência da Universidade de Cambridge.

Medicina baseada em evidências x Paciente Expert

 "Medicina baseada em evidências x Paciente Expert" (filosofia da medicina) https://youtu.be/MYw9bHLAwuE?t=2206

sábado, 26 de junho de 2021

Basaglia, ciências naturais e análise do comportamento

Afirmação de Basaglia: A crítica à objetificação da loucura pela psiquiatria através da criação de categorias positivistas. A crítica às definições comportamentais de "doença mental". Pelo o que entendi isso significaria uma objetificação científica da loucura, ou a apropriação científica que se faz da loucura.

Análise do comportamento: A análise do comportamento raiz não faz uma definição comportamental da "doença mental" nos moldes da psiquiatria mas descreve aprendizagem de comportamentos e não patologias. Quando há menção a definições comportamentais de "doença mental" isso é feito no sentido de diálogo e não de adesão.

Já a crítica ao positivismo se for para salvar a crítica talvez tenha o sentido de ciência de má qualidade sem levar em consideração os conhecimentos sociais que Basaglia enfatiza. Concordo com isso.

Mas negar a validade ou importância das ciências naturais em relação à saúde mental é jogar fora ciência boa junto com ciência ruim. Se fosse para salvar as ciências naturais na saúde mental seria necessário levar em consideração os conhecimentos sociais sem uma hierarquização de áreas de conhecimentos mas um diálogo.

Essa negação das ciências naturais na saúde mental dá brecha para Basaglia ser criticado. Pois uma resposta das ciências naturais seria necessária também.

Britney Spears, remédios e as expectativas dos outros

Britney Spears dizendo que alegaram que ela não estava tomando os remédios porque não estava fazendo o que esperam dela. Isso é comum.

https://www.youtube.com/watch?v=iVrhKBhMrEI

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Perpetuação conceitual da realidade

Sem esperança não é a realidade, mas o saber que - no símbolo fantástico ou matemático - se apropria da realidade como esquema e assim a perpetua.

Horkheimer e Adorno, 

Dialética do Esclarecimento

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Neurocentralidade e outros reducionismos

https://www.youtube.com/watch?v=7VQBByG-mN4

Ideologia e ciência psiquiátrica

Mesmo quando antigamente tinha pouco a oferecer cientificamente a psiquiatria tinha poder por cumprir a função ideológica de defesa da norma social (eficiência e produtividade? / pessoas com poder social?).

A psiquiatria continua fraca em termos científicos mas hoje em dia ela tem um verniz de cientificidade maior. Com esse verniz de cientificidade, a mistificação técnica atual também cumpre uma função ideológica de defesa da norma social. Mesmo com ciência melhor a psiquiatria crítica não tem tanto poder social acredito que por não ter o mesmo apelo ideológico. Parece que desmistificar a psiquiatria como ideológica seria colocar a norma social em escrutínio e defender ao invés disso os anormais. O que parece absurdo para muita gente.

(Uma tentativa de reescrever e se apropriar de algumas ideias de Basaglia.)

terça-feira, 22 de junho de 2021

Ideologia psiquiátrica, bode expiatório e psicoterapia

Basaglia defendia que a psiquiatria e suas categorias positivistas são ideologias (falsa consciência) e uma das finalidades dessa ideologia é exorcizar as contradições sociais e limitações da sociedade. Com isso, a pessoa diagnosticada se torna um bode expiatório da sociedade.

As teorias psicológicas evadem os problemas sociais reais e individualizam os problemas. Muitos clientes poderiam testemunhar sobre o vazio que pode ser uma psicoterapia, principalmente no caso da baixa produtividade das terapias em grupo.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Invega Sustenna - Peso e transtornos do movimento

A incidência de distúrbios de movimento específicos associados a antipsicóticos foi de 23,9% no grupo INVEGA ([R]) SUSTENNA ([R]) e 18,8% no grupo de antipsicóticos orais. Um aumento> = 7% no peso afetou 32,4% dos indivíduos no grupo INVEGA ([R]) SUSTENNA ([R]) e 14,4% no grupo de antipsicóticos orais. Os EAs do estudo devem ser avaliados dentro do contexto do desenho do estudo e da população do estudo.

Incidence of specific movement disorders associated with antipsychotics was 23.9% in the INVEGA([R]) SUSTENNA([R]) group and 18.8% in the oral antipsychotic group. A >=7% increase in weight affected 32.4% of subjects in the INVEGA([R]) SUSTENNA([R]) group and 14.4% in the oral antipsychotic group. The study AEs should be evaluated within the context of the trial design and study population.

Landmark Study Shows Once-Monthly Long-Acting Therapy INVEGA[R] SUSTENNA[R] paliperidone palmitate Significantly Delayed Time to Relapse in Patients with Schizophrenia Compared to Daily Oral Antipsychotics. (2014, May 19). Clinical Trials Week, 432. https://link.gale.com/apps/doc/A370045678/AONE?u=capes&sid=bookmark-AONE&xid=11b48d25

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Basaglia (1)

Aspectos da obra de Basaglia que me chamaram a atenção até agora:

- a crítica à objetificação do sofrimento transformado em categorias positivistas, fazendo com que a resposta social ao sofrimento e as necessidades humanas seja ruim e violenta favorecendo a marginalização social, a exclusão e a segregação. O sofrimento humano e as necessidades humanas são transformados numa "doença" abstraída e simbólica pela psiquiatria clássica.

- a psiquiatria tradicional seria uma ideologia técnico-científica que serve aos interesses dos profissionais e não tem função terapêutica, tendo a função de defender os "sãos" e a sociedade dos "loucos".

- o tratamento antimanicomial seria voltar a considerar as circunstâncias concretas que foram transformados numa "doença" abstraída e simbólica pela psiquiatria clássica e também através da negação da lógica manicomial (que vai além disso) como resposta social ao sofrimento.

- as técnicas psicoterapêuticas podem ser uma forma de tornar mais amena a lógica manicomial e ser uma racionalização da marginalização social, limitando as possibilidades terapêuticas

- a lógica manicomial confirma e aprofunda a opressão, a exclusão e a marginalização social

Mas é difícil expressar a profundidade do texto original.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

O homem irrazoável e o progresso

O homem razoável se adapta ao mundo: o irrazoável persiste em tentar adaptar o mundo a si mesmo. Portanto todo o progresso depende do homem irrazoável.

George Bernard Shaw

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Institucionalização (definição)

 Institucionalização é o termo usado para descrever tanto o processo de, quanto os prejuízos causados a seres humanos pela aplicação opressiva ou corrupta de sistemas de controle sociais, médicos ou legais inflexíveis por instituições públicas, ou sem fins lucrativos criadas originalmente com fins e razões benéficas. Está normalmente associada às chamadas instituições totais.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Institucionaliza%C3%A7%C3%A3o

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Psicodélicos

 Allen Frances @AllenFrancesMD 

10 de mai 

A história psi está repleta de diagnósticos da moda e tratamentos exagerados. Por que todo esse hype (moda) psicodélico agora? 

1) Desejo desesperado por novos tratamentos 

2) Venda excessiva de estudos mal controlados 

3) Ignora o terrível risco de aumento do uso das ruas pelos mais vulneráveis ​​

4) Motivo de lucro

terça-feira, 8 de junho de 2021

Neuroquímica - panacéia

A explicação da neuroquímica é algo que o pessoal sempre consegue encaixar em qualquer coisa que aconteça. Nunca nada que acontece é percebido como uma refutação. Qualquer comportamento fora do esperado teria relação com uma alteração no regime de tratamento.

domingo, 6 de junho de 2021

Ketamina (Revisão) (inglês)

 https://drive.google.com/file/d/1bV-KttzY9Q97s7n_UtEGn5r-iAEF6lyv/view

Direitos dos pacientes

Infelizmente, por mais que exista uma legislação que proteja direitos dos pacientes psiquiátricos fazer os direitos valerem na prática é mais difícil. Na cabeça dos familiares quem é sustentado não tem direito a nada ou tem poucos direitos. Os psiquiatras também conseguem ter poder o suficiente para não respeitar a legislação até mesmo porque já é prática comum.

Definição de normie

Uma definição da expressão em inglês 'normie': pessoas que por não terem tido problemas com sistemas sociais são ingênuas sobre os problemas sociais.

Da página do facebook do Intercompass

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Cultura, genes e evolução

A cultura orienta a evolução humana mais do que a genética, segundo extensa pesquisa

https://universoracionalista.org/a-cultura-orienta-a-evolucao-humana-mais-do-que-a-genetica-segundo-extensa-pesquisa/


Em um novo estudo, pesquisadores da Universidade do Maine, nos Estados Unidos, descobriram que a cultura ajuda os humanos a se adaptarem ao ambiente e a superar os desafios de maneira melhor e mais rápida do que a genética.

Depois de realizar uma extensa revisão da literatura e evidências da evolução humana de longo prazo, os cientistas Tim Waring e Zach Wood concluíram que os humanos estão passando por uma “transição evolutiva especial” na qual a importância da cultura, como conhecimentos, práticas e habilidades aprendidas, está ultrapassando o valor dos genes como o principal motor da evolução humana.

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Esquizofrenia e controle de estímulos (dicas contextuais)

Um aspecto do comportamento nomeado como psicótico ou esquizofrênico segundo a análise do comportamento é o erro em responder a controle de estímulos (dicas contextuais) para o comportamento apropriado, esperado (ou reforço positivo). Isso não é uma operação mental mas depende de um ambiente que propicie discriminação e generalização de estímulos apropriada. Isso é feito respondendo diferencialmente a comportamentos apropriados e inapropriados através de reforço e extinção (reforçamento diferencial).

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Invega Sustenna não tem eficácia superior

Barbosa AM, Araújo WEC, Portela RG. Eficácia, segurança e efetividade comparada de Palmitato de Paliperidona e outros antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado para tratamento de esquizofrenia: revisão rápida de evidências. Rev Cient Esc Saúde Goiás. 2020;6(2):in press.

Trechos relevantes

Estágio de incorporação ao SUS

Um relatório de recomendação da CONITEC 5 , de Abril/2013, recomendou a não incorporação do medicamento Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) para o tratamento da Esquizofrenia. O motivo: falta de provas científicas de superioridade em eficácia e segurança, quando  comparado ao Decanoato de Haloperidol (drogas antiga e altamente tóxica versão injetável) ; alto custo; sem análise de custo-efetividade, custo-utilidade que demonstre vantagem na incorporação.

O Palmitato de Paliperidona é mais eficaz e seguro que os outros antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado, registrados na ANVISA, para o tratamento sintomático de esquizofrenia?

• Population (população): Pacientes adultos com esquizofrenia.

• Intervention (intervenção): Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna).

• Comparator (comparador): Decanoato de Haloperidol (padronizado no SUS) e outros antipsicóticos

IEP, com registro na ANVISA e não padronizados no SUS.

• Outcome (resultado): Eficácia (taxa de recaídas, falha terapêutica, mortalidade, melhora

sintomática em sintomas positivos e negativos) e segurança (EA de efeito extrapiramidal,

metabólico, hormonal, sexual, entre outros).

• Study (estudos): RS (revisão sistemática) de ECR (ensaio clínico controlado randomizado) e EOEMR estudos observacionais de efetividade mundo real


Estudo sistemático 1:

Palmitato de Paliperidona é similar aos outros antipsicóticos de primeira geração - injeção de efeito prolongado  e antipsicóticos de segunda geração - injeção de efeito prolongado, em termos de eficácia e segurança terapêutica. 

Conclusão

A maioria dos agentes antipsicóticos  (inclusive os de uso oral) mostrou eficácia intermediária na prevenção de recaídas e as diferenças entre eles foram pequenas


Estudo sistemático 2:

Conclusão

Palmitato de Paliperidona e Risperidona- injetáveis de efeito prologando são similares em eficácia e segurança no tratamento de esquizofrenia, exceto que Palmitato de Paliperidona tem menos eventos adversos de sintomas extrapiramidais


Estudo sistemático 3: 

Os resultados sugerem que não há diferença significativa na mortalidade por todas as causas ou devido ao suicídio entre AIEP, placebo ou antipsicóticos de uso oral.

Conclusão 

Palmitato de Paliperidona tem mortalidade similar aos outros AIEP. Por outro lado, houve uma tendência modesta de redução da mortalidade no grupo combinado de AIEP em comparação com o placebo em 13 semanas.

Estudo sistemático 4:

Conclusão 

Clozapina e antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado foram os tratamentos farmacológicos com as maiores taxas de prevenção de recaídas na esquizofrenia. Os AIEP reduzem o risco de falha de tratamento (hospitalização psiquiátrica, descontinuação ou mudança de antipsicótico, morte), mas não são diferentes entre si nas taxas de redução de risco.

Estudo sistemático 5:

Conclusão 

Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) não tem diferença, estatisticamente significativa, dos outros agentes antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado (exceto Enantato de Flufenazina), na redução da razão de risco ajustada de mortalidade.

Estudo sistemático 6:

Conclusão 

Clozapina e agentes antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado foram associados ao menor risco de hospitalização por todas as causas na coorte total e no grupo recém-diagnosticado. Clozapina e agentes antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado são os tratamentos mais eficazes na prevenção de internações psiquiátricas e  hospitalizações por todas as causas entre pacientes crônicos e com primeiro episódio com esquizofrenia. Não há diferenças nas razões de risco de internações psiquiátricas e hospitalizações por todas as causas entre os diversos agentes antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado.

Discussão

Em uma RS 9 de 2016, que incluiu estudos de 10.177 participantes em 56 ensaio clínico controlado randomizado (tipo de estudo individual com as evidências mais confiáveis que existem) com duração média de tratamento de 48 semanas (intervalo 4-156 semanas), foram realizadas várias comparações de Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) com outros antipsicóticos de primeira e segunda geração, orais e injetáveis de efeitos prolongado, através de meta-análise de rede. Nas análises pareadas, não houve diferenças estatisticamente significativas nas taxas (Odds-ratio ou razão de chances) de recaída (principal desfecho de eficácia) entre Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) e antipsicóticos orais (Aripiprazol, Clorpromazina, Haloperidol, Olanzapina, Paliperidona, Quetiapina, Risperidona e Ziprasidona),  injetáveis de efeito prolongado de primeira geração (Decanoato de Haloperidol, Enantato de Flufenazina, Decanoato de Zuclopentixol) e injetáveis de efeito prolongado de segunda geração  (Risperidona injetável). Igualmente, nas taxas de descontinuação por todos os motivos (desfecho de segurança), o Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) não era estatisticamente diferente dos antipsicóticos orais, injetáveis de efeito prolongado de primeira geração ou injetáveis de efeito prolongado de segunda geração. Em geral, os antipsicóticos injetáveis de efeitos prolongado tendiam a ser mais tolerados que os orais, mas as diferenças entre eles não eram estatisticamente significativas.

Ainda, na revisão sistemática 9 , não houve diferenças estatisticamente significativas nas chances de ganho de peso entre Palmitato de Paliperidona e antipsicóticos orais (Aripiprazol, Clorpromazina, Haloperidol, Olanzapina, Paliperidona, Quetiapina, Risperidona e Ziprasidona) ou injetável de efeito prolongado (Decanoato de Haloperidol e Risperidona-injetável de efeito prolongado).

As evidências disponíveis na revisão sistemática 9  sugerem que Palmitato de Paliperidona é similar aos outros  injetáveis de efeito prolongado de primeira geração ou injetáveis de efeito prolongado de segunda geração, em termos de eficácia e segurança terapêutica (grau B para a prática baseada em evidências)

Conforme as evidências sumarizadas na revisão sistemática 2, assume-se que Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) tem mortalidade similar aos outros antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado (grau A para a prática baseada em evidências).

Medicamentos antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado foram associados a um risco substancialmente menor de reinternação em comparação com formulações orais equivalentes. A clozapina e todos os medicamentos antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado foram associados às menores taxas de falha do tratamento (hospitalização psiquiátrica, descontinuação ou mudança de antipsicótico, morte) em comparação com o medicamento mais utilizado, a olanzapina oral. Os resultados de várias análises de sensibilidade foram consistentes com os das análises primárias. Clozapina e antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado foram os tratamentos farmacológicos com as maiores taxas de prevenção de recaídas na esquizofrenia. [...] Isto sugere que todos os antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado reduzem o risco de falha de tratamento (hospitalização psiquiátrica, descontinuação ou mudança de antipsicótico, morte), mas não são diferentes entre si nas taxas de redução de risco.

[...] Assim, Palmitato de Paliperidona não tem diferença, estatisticamente significativa, dos outros agentes antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado (exceto Enantato de Flufenazina), na redução da razão de risco ajustada de mortalidade.

Clozapina e antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado foram associados ao menor risco de hospitalização por todas as causas na coorte total e no grupo recém-diagnosticado. Clozapina e antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado são os tratamentos mais eficazes na prevenção de internações psiquiátricas e hospitalizações por todas as causas entre pacientes crônicos e com primeiro episódio com esquizofrenia. Aparentemente, os antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado não diferem entre si nesses desfechos.

CONCLUSÃO

Em resumo, as evidências de revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados (Grau A e

B (de evidências) para a prática baseada em evidências) demonstram que:

• Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna/mensal) é tão eficaz e seguro quanto a Risperidona-injetável efeito prolongado para o tratamento de esquizofrenia, exceto que provoca menor taxa de sintomas extrapiramidais (efeitos adversos);

• Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) é similar aos outros injetáveis de efeito prolongado de primeira e segunda geração nos vários desfechos de eficácia e segurança terapêutica;

• Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) tem mortalidade similar à de outros antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado;

• Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) e Decanoato de Haloperidol são similares nos desfechos de eficácia e segurança para o tratamento de esquizofrenia, inclusive no risco de eventos adversos de sintomas extrapiramidais do tipo discinesias tardias e parkinsonismo, exceto que Palmitato de Paliperidona tem menor incidência de acatisia. Os estudos observacionais de efetividade clínica no mundo real de países escandinavos e do Canadá (Grau B para a prática baseada em evidências) indicam que:

•Clozapina e antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado  foram os tratamentos medicamentosos com as maiores taxas de prevenção de recaídas na esquizofrenia;

• Os vários injetáveis de efeito prolongado de primeira e segunda geração reduzem o risco de falha de tratamento (hospitalização psiquiátrica, descontinuação ou mudança de antipsicótico, morte), mas não são diferentes entre si nas taxas de redução de risco;

• Os diversos injetáveis de efeito prolongado de primeira e segunda geração reduzem o risco de reinternação hospitalar psiquiátrica e hospitalização por qualquer causa, mas não diferem entre si nas taxas de redução de risco;

• Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) não tem diferença, estatisticamente significativa, dos outros agentes antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado, na redução do risco de mortalidade. Portanto, as evidências disponíveis sugerem que Palmitato de Paliperidona (Invega Sustenna) não é mais eficaz e seguro que os outros antipsicóticos injetáveis de efeito prolongado, registrados na ANVISA, para o tratamento sintomático de esquizofrenia. Assim, Palmitato de Paliperidona não é clinicamente mais vantajoso que Decanoato de Haloperidol (tecnologia disponível no SUS) ou outros injetáveis de efeito prolongado de primeira e segunda geração (ainda não incorporados).

sexta-feira, 28 de maio de 2021

A individualidade, a uniformidade e os interesses do coletivo

Por que algumas (ou a maioria) das pessoas parecem ter nojo e desprezo pela individualidade ou singularidade? A partir da ideia de ser propriedade do coletivo ou de um coletivo é possível inferir que a pessoa que não se tornou uniforme conforme o esperado pelo coletivo não está servindo a esses interesses e portanto é classificada como equivalente ao inimigo, lixo ou resto social. Como as pessoas são condicionadas a isso? Pela observação do julgamento social das pessoas diferentes. Esse julgamento social tem origem nos interesses dos coletivos e representa a sua dimensão negativa.

A sociedade tem mais dificuldade de absorver uma cultura diversa ou pessoas singulares também porque isso entra em conflito com outras individualidades. As pessoas que tem nojo da singularidade de certa forma equivalem a uniformidade com o prestígio social. O prestígio social tem origem em servir a algum interesse.

A psiquiatria portanto marca ou estigmatiza as pessoas diferentes como uma ameaça social à reprodução social.

Logo, há algo de cooptação na normalidade.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Sou totalmente contra a psiquiatria?

Não posso ser totalmente contra os tratamentos psiquiátricos por causa dos casos difíceis. Mas a psiquiatria crítica também não é. É apenas mais sóbria. Só agora juntei informações o suficiente para elaborar bem isso.

Minhas razões:

- Quando uma pessoa com sintomas psicóticos graves está muito alienada os antipsicóticos podem retirá-la desse estado.

- Há casos tão graves de transtorno obssessivo-compulsivo que a terapia comportamental não dá conta e que pode ser necessário a psicocirurgia.

- Pessoas com sintomas bipolares podem praticar atos muito irresponsáveis e ter impulso de se suicidar.

- Pessoas com depressão grave precisam de algum tratamento a curto prazo para não se suicidarem. A cetamina e a psilocibina podem ajudar nesses casos. Além de outros tratamentos biológicos e psiquiátricos.

- A ansiedade pode se tornar tão insuportável que a pessoa faz qualquer coisa para reduzi-la.


Por outro lado:

- As drogas psiquiátricas e tratamentos biológicos são usados devido à falta de acesso a tratamentos eficazes. As pessoas com sintomas geralmente estão dispostas a fazer qualquer coisa.

- Os tratamentos psiquiátricos não deveriam durar a vida toda.

- Todo tratamento psiquiátrico produz dano e é desejável usá-los o mínimo possível e não banalizar o uso como os entusiastas fazem. Mas a medicina recorre a tratamentos drásticos que geram bastante dano mas são úteis para um objetivo importante.

- Será que os psiquiatras tradicionais tem consciência de toda a sacanagem que existe por trás das pesquisas psiquiátricas? Eles nem acompanham o melhor das pesquisas. Muito menos conseguem ter senso crítico de toda uma indústria.

- Usar drogas psiquiátricas e tratamentos biológicos é menos desafiador para o senso comum de caráter reducionista biológico.

terça-feira, 25 de maio de 2021

Janela de overton e normalidade estatística nas áreas psi

O conceito de janela de overton afirma que a opinião pública sobre o que é inaceitável, neutro, aceitável ou desejável pode ser manipulada por engenharia social para defender interesses de grupos e que isso é feito deslocando o foco do mérito do assunto para outro aspecto. Ser considerado normal ou anormal depende muito do que já foi estabelecido em anos anteriores na cultura como inaceitável ou neutro e aceitável. A psiquiatria ou as áreas psi em geral ao usarem a curva normal (conceito da estatística) para definir o que é saudável ou não, acaba sendo conservadora porque só considera aceitável formas de comportamento já estabelecidas na sociedade para as pessoas mais quadradas. A distância da mentalidade das pessoas quadradas é um risco social. Ou pelo menos se não for iniciativa das área psi a demanda social por tratamento estará relacionada com a janela de overton.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Intolerância social com o desbunde

Hoje em dia há uma grande intolerância social com o desbunde de comportamento. Para algo ser considerado doente basta a cultura ser incapaz de assimilar como algo legítimo. Desbunde era a mudança repentina de comportamento das pessoas que se tornavam hippies. O pluralismo cultural é algo que se perde com a normatividade implícita nos conceitos de saúde mental.


sábado, 22 de maio de 2021

Bipolaridade

Eu nunca estudei a fundo o diagnóstico de bipolaridade. Mas me parece absurdo falar em alterações cíclicas e periódicas dos níveis de neurotransmissores por motivos endógenos. Isso na verdade é uma re-descrição de acordo com o reducionismo biológico do comportamento da pessoa considerada bipolar. O que parece uma explicação mas é um raciocínio circular do comportamento para a neuroquímica e da neuroquímica para o comportamento. A ativação cerebral ocorre em relação ao ambiente e precisa ser explicada também. Quando se está falando em neurotransmissores se está falando em metabolismo. Por que o metabolismo seria cíclico?

Cuidado com o sistema de saúde mental!

Muito cuidado ao entrar no sistema de saúde mental! 

As pessoas com pouca experiência no sistema de saúde mental não imaginam que podem ser prejudicadas pelos vários absurdos do modelo asilar ou manicomial de tratamento. Nesse modelo são enfatizados os defeitos orgânicos de praticamente qualquer pessoa que procure tratamento, o tratamento é prejudicial, os problemas são cronificados. Tanto os profissionais de saúde como a sociedade em geral acreditam no modelo asilar ou manicomial. Então se você entra no sistema de saúde mental você vai ser considerado um doente mental pelos profissionais e a sociedade em geral. Basta desejar ser mais feliz ou resolver alguns conflitos e você corre o risco de ser culpado pela sociedade e família, visto como alguém com uma doença incurável e  como alguém incapacitado. 

Vale a pena ler mais sobre o modelo asilar ou manicomial e o modelo psicossocial no link.

sábado, 15 de maio de 2021

Série sobre Rorschach denunciada

Alguém denunciou minha série sobre Rorschach e o blogger a excluiu para logo depois restaurar depois da revisão. Por mais que algumas pessoas achem absurdo o conteúdo desse blogue, está tudo documentado.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Phishing no blogger

Há um site com endereço parecido com o blogger que está se passando pelo site do blogger para pegar informação.

Esse é o site malicioso:

1.bp.blogspot.com


quarta-feira, 12 de maio de 2021

Discurso hippie em termos analítico-comportamentais

Uma tradução do discurso hippie em termos analítico-comportamentais


Working Class Hero - John Lennon

Herói da classe trabalhadora - John Lennon


As soon as you're born, they make you feel small

Tão cedo quanto você nasceu, eles fazem você se sentir pequeno

By giving you no time instead of it all

Ao te dar pouco tempo, ao invés disso tudo

[A sociedade educa membros novos através de ameaças com a finalidade de fazer se comportar como o sistema espera, o que toma todo o tempo, ao invés de fornecer repertório de empoderamento]

Till the pain is so big you feel nothing at all

Até a dor ficar tão grande que você não sente nada

[Até você sentir os efeitos colaterais das contingências aversivas]

A working class hero is something to be

Um herói da classe trabalhadora é algo para ser

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]

A working class hero is something to be

Um herói da classe trabalhadora é algo para ser


They hurt you at home and they hit you at school

Eles te machucaram em casa e eles te bateram na escola

[Eles usam contingências aversivas em casa e na escola]

They hate you if you're clever and they despise a fool

Eles te odeiam se você é esperto e eles desprezam um tolo

[Eles te punem se você é mais ou menos esperto que a média]

Till you're so fucking crazy you can't follow their rules

Até você ficar tão maluco que você não pode seguir as regras deles

[Até começar a reagir às contingências aversivas]

A working class hero is something to be

Um herói da classe trabalhadora é algo para ser

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]

A working class hero is something to be

Um herói da classe trabalhadora é algo para ser

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]


When they've tortured and scared you for twenty odd years

Quando eles te torturam e te amedrontaram por 20 anos estranhos

[Eles usaram contingências aversivas por toda a sua vida até agora]

Then they expect you to pick a career

Então eles esperam que você escolha uma carreira

When you can't really function, you're so full of fear

Quando você não está realmente funcional, você está cheio de medo

[Você escolhe uma carreira sob contingências aversivas, sofrendo os efeitos colaterais emocionais e déficit de repertório]

A working class hero is something to be

Um herói da classe trabalhadora é algo para ser

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]

A working class hero is something to be

Um herói da classe trabalhadora é algo para ser

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]


Keep you doped with religion and sex and TV

Mantendo você dopado com religião, sexo e televisão

[O aspecto agradável do reforço pode te alienar]

And you think you're so clever and classless and free

E você pensa que é tão esperto, sem classe e livre

[Você se sente livre pelo reforço positivo mas está seguindo estratégias de controle do sistema social e sente que isso é um comportamento inteligente]

[Numa sociedade sem classe a motivação para se destacar sendo mais produtivo economicamente não era considerada uma virtude.]

But you're still fucking peasants, as far as I can see

Mas você continua sendo um merda de um camponês, até onde consigo ver

[Mas você é só uma peça no sistema que está recebendo pouco]

A working class hero is something to be

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]


A working class hero is something to be

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]

There's room at the top, they are telling you still

Há espaço no topo, ele estão te dizendo ainda

[Os reforçadores são alcançáveis]

But first you must learn how to smile as you kill

Mas primeiro você deve aprender a sorrir enquanto mata

[Mas você deve obedecer sem pensar nas consequências sociais dos seus atos]

If you want to be like the folks on the hill

Se você quiser ser como o pessoal da colina

[Se você quiser ser uma pessoal com distinção]

A working class hero is something to be

Um herói da classe trabalhadora é algo para ser

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]

A working class hero is something to be

Um herói da classe trabalhadora é algo para ser

[É esperado que você seja um herói da classe trabalhadora]

If you want to be a hero, well just follow me

Se quiser ser um herói, bem apenas me siga

[Você está recebendo incentivos do sistema social para cumprir interesses escusos]

If you want to be a hero, well just follow me

Se quiser ser um herói, bem apenas me siga

terça-feira, 11 de maio de 2021

Veganismo e saúde mental

Vegan Anxiety Compilation

https://www.youtube.com/watch?v=M2msQbVUA0A


Ansiedade/pânico, dor de cabeça, depressão e psicose em veganos. É um bom experimento para mostrar a importância da alimentação. Um profissional fala que é por causa da sobremetilação no cérebro ou quantidade demais de uma boa coisa.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Cultura e análise do comportamento

A relação entre análise do comportamento e cultura envolve a dimensão do quanto há de capacidade de uma cultura de manejar o comportamento. Por isso, todo conhecimento de análise do comportamento pode ser usado e todos os outros conhecimentos também. Para se criar uma cultura basta criar conceitos e a qualidade desses conceitos depende do quanto esse conceitos são capazes de fazer discriminações do mundo. Para isso, todo tipo de conhecimento e pesquisa serve. A filosofia ajuda na capacidade de discriminação conceitual do mundo de todas as áreas do conhecimento. O quanto uma cultura vale a pena vai depender das suas consequências para seus membros e para as pessoas sujeitas às consequências dessa cultura. Subentende-se que a análise do comportamento faz discriminações melhores relativas ao comportamento por decompor as dimensões físicas relacionadas ao comportamento e fazer experimentação. Mas tudo que levar a melhores discriminações também pode ajudar. A análise do comportamento pode se aliar a tudo o que for bom conhecimento ou conversar com todos os conhecimentos para contribuir e receber contribuições. As diferentes dimensões epistemológicas, lógicas e metodológicas de cada área de conhecimento podem contribuir para boas discriminações do mundo (sutis).

A adesão a uma cultura depende do quanto de poder essa fornece a seus membros, as consequências para as pessoas sujeitas às consequências dessa cultura e o que vai mudar é a quantidade de "módulos" ou pessoas acopladas a essa cultura. O quanto se adere a uma cultura também vai depender da acessibilidade dessa cultura.

Uma reflexão conceitual sobre análise do comportamento, conhecimento e dimensões da cultura

quarta-feira, 5 de maio de 2021

ABP = exploração da mentalidade manicomial

 Associação Brasileira de Psiquiatra (ABP) = exploração mercadológica da mentalidade manicomial. Inclusive usam o argumento do apelo popular.

terça-feira, 4 de maio de 2021

Luta antimanicomial é defender o errado?

Para pessoas preconceituosas a luta antimanicomial é defender loucos indiscriminadamente fazendo uma analogia com defender bandidos. Nessa linha de pensamento botar o máximo de pessoas consideradas inaptas para viver em sociedade no manicômio por sinais mínimos de loucura seria uma prevenção contra o mal que a loucura pode fazer para a sociedade. De certa forma esse é o programa biopolitico da psiquiatria biológica. O problema é que loucos sofrem mais agressão do que praticam. É só olhar os dados. E também não é tão previsível assim identificar potenciais praticantes de crimes. Muitos considerados cidadãos normais praticam crimes e só uma minoria de pacientes psiquiátricos comete crimes. Mas é senso comum que crime é sinal de loucura por  conta de raciocínio circular.

Psicoeducação da ABP = formação de clientes

Psicoeducação da ABP = formação de clientes


sexta-feira, 30 de abril de 2021

"Sem o remédio eu não seria nada"

É um consenso na área de método científico que depoimentos pessoais não são evidências confiáveis. Mesmo assim, se uma pessoa faz um depoimento de que sem o psicoativo dela ela não conseguiria viver a vida dela do modo como viveu isso é considerado evidência ou prova de que o tratamento realmente funciona e é necessário.

Esse tipo de depoimento é apenas uma narrativa contrafactual induzida pela autoridade médica. Se a pessoa tivesse conhecimento das limitações do modelo médico em saúde mental e dos psicoativos ela não seria induzida a adotar uma narrativa de salvamento. A base dessas narrativas é o conhecimento e não a vivência pessoal. Pela vivência pessoal você poderia dizer que astrologia funciona e adotar uma narrativa contrafactual do que teria acontecido se você não seguisse seu mapa astral. Para saber o que teria acontecido é necessário conhecimento para fazer predições. Uma predição bem feita não pode partir da vivência pessoal porque envolve sugestionamento.

terça-feira, 27 de abril de 2021

Non-Pharmaceutical Paradigm for "Psychosis"

Robert Whitaker: The Rising Non-Pharmaceutical Paradigm for "Psychosis"

https://www.youtube.com/watch?v=2SGxEGOrno4&t=64s


In this talk, Robert Whitaker reviews the science that calls for a radical change or evidence-based paradigm shift in psychiatric care, and describes pilot projects that tell of a new way. Starting in the 1980s, our society organized its thinking and systems of care around a “disease model” narrative that was promoted by the American Psychiatric Association and the pharmaceutical industry. That narrative has collapsed. The biology of mental disorders remains unknown; the diagnoses in the DSM have not been validated as discrete illnesses; the burden of “mental illness” in our society has risen; and there is an increasing body of evidence that tells of how psychiatric drugs, over the long-term, increase the chronicity of psychiatric disorders. The collapse of that paradigm provides an opportunity for radical change. In Norway, the health ministry has ordered that “medication—free” treatment be made available to psychiatric patients in hospital settings. A private hospital in Norway has opened that seeks to help chronic patients taper from their psychiatric drugs, or to be treated without the use of such drugs. In Israel, a number of “Soteria” houses have sprung up, which provide residential treatment to psychotic patients and minimize the use of antipsychotics in such settings. Research into Hearing Voice Networks is providing evidence of their “efficacy” for helping people recover. Open Dialogue treatment, which was developed in northern Finland and involved minimizing use of antipsychotics, is being adopted in many settings in the United States and abroad. About the presenter: Robert Whitaker has written three books on the history of psychiatry: Mad in America, Anatomy of an Epidemic, and Psychiatry Under the Influence (the latter book he co-authored with Lisa Cosgrove.) He is the president of Mad in America Foundation, which—through its webzine, radio podcasts, continuing education webinars, and town halls—promotes an exploration of these issues. He is also on the adjunct faculty at Temple Medical School, in the psychiatry department. This webinar was organized by ISPS-US, an organization that promotes psychological and social approaches to psychosis and extreme states. You can find out more about ISPS-US, and become a member or support our work with a donation, at http://www.isps-us.org​​ .


sábado, 24 de abril de 2021

"Esquizofrenia não é doença" (Behaviorismo)

https://www.behaviorismandmentalhealth.com/2010/01/21/schizophrenia-is-not-an-illness/ 

Esquizofrenia não é uma doença (Parte 1)

A APA define esquizofrenia pela presença de dois ou mais dos seguintes, cada um presente por uma porção significativa de tempo durante o período de um mês:

(1) delírios
(2) alucinações
(3) fala desorganizada
(4) comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico
(5) sintomas negativos, isto é, achatamento afetivo, alogia ou avolição

Os sinais da perturbação devem estar presentes há pelo menos seis meses e deve haver déficits significativos em uma ou mais áreas de funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado.

O conceito de “dois ou mais” constitui uma falha substancial no chamado diagnóstico. Um indivíduo que está apresentando alucinações e delírios (critérios 1 e 2) será atribuído um diagnóstico de esquizofrenia. Mas uma pessoa cujo comportamento é grosseiramente desorganizado e cujo afeto é plano (critérios 4 e 5) pode receber o mesmo diagnóstico. Superficialmente, essas apresentações são muito diferentes, e a única razão para atribuir o mesmo diagnóstico é que a APA diz isso. Esse estado de coisas é encontrado em todo o DSM. Elliot S. Valenstein, Professor Emérito de Psicologia e Neurociência da Universidade de Michigan, tem o seguinte a dizer:

“Embora aqueles que dirigiram o projeto DSM-IV afirmem que“ houve uma ênfase mais forte nos dados de pesquisa do que nas revisões anteriores ”, as considerações científicas não desempenham um papel significativo no manual. Em vez disso, a tradição psiquiátrica e as considerações sociopolíticas parecem ter desempenhado os papéis principais na formação deste documento. O Dr. Allen Frances, que dirigiu o projeto DSM-IV , afirmou que “não queríamos interromper a prática clínica eliminando diagnósticos amplamente utilizados”. Sintomas muito diferentes estão incluídos na rubrica de "esquizofrenia", principalmente porque sempre foram agrupados, e não devido a qualquer nova evidência científica de que compartilham uma etiologia comum. ” ( Blaming the Brain , 1998, p 161)

Isso contrasta marcadamente com a medicina geral. Por exemplo, existe uma doença chamada granulomatose de Wegener, que é causada pela inflamação dos vasos sanguíneos. Nos grandes vasos a inflamação causa relativamente pouco dano, mas os pequenos vasos podem ficar completamente ocluídos, levando a danos significativos nos rins, pulmões, terminações nervosas, etc. Pessoas com esta doença podem apresentar quadros clínicos muito diferentes, mas a doença de base processo é essencialmente o mesmo e o mesmo anticorpo será encontrado em sua corrente sanguínea.

É amplamente aceito entre o público em geral que algum tipo de semelhança semelhante está presente na esquizofrenia e que os psiquiatras e outros profissionais de saúde mental estão cientes dessa ligação patológica. Isso simplesmente não é o caso. A seleção de dois “sintomas” entre cinco leva a dez apresentações diferentes. Selecionar dois ou mais de cinco resulta em 25 permutações diferentes. Embora se possa reconhecer que uma medida de sobreposição e semelhança pode existir nessas várias apresentações, não há evidências de que todas essas pessoas têm a mesma patologia subjacente. Eles recebem o mesmo diagnóstico e são considerados como tendo a mesma “doença mental”, simplesmente porque a APA diz isso.

O ponto central deste blog é que o conceito de doença mental é essencialmente espúrio e que a grande maioria dos problemas apresentados no DSM são problemas da vida diária e comportamento aprendido. Os chamados diagnósticos são rotineiramente apresentados como explicações de comportamentos anormais ou incomuns, quando na verdade nada mais são do que rótulos.

Vamos examinar os “sintomas” da esquizofrenia um por um.

Delírios

Uma ilusão é uma crença falsa. Agora, a única maneira de discernir a crença de uma pessoa é por meio de sua fala, escrita ou outra indicação aberta. Todos esses indicadores são comportamentos. Fala é comportamento, e nossos padrões de fala estão sujeitos às mesmas influências comportamentais que qualquer outro comportamento. Portanto, quando as pessoas expressam ideias sem sentido (ou, mais precisamente, quando falam coisas sem sentido), precisamos perguntar por quê . No sistema DSM, não perguntamos por quê. O discurso delirante é simplesmente um “sintoma” da “doença” chamada esquizofrenia, e nada permanece, exceto a prescrição de tranquilizantes maiores (neurolépticos/antipsicóticos). Na verdade, é amplamente acreditado, e promulgado aos alunos, que nada pode ser feito para melhorar a fala delirante.

A realidade é um pouco diferente. Por décadas, inúmeros pesquisadores demonstraram que a fala delirante pode ser reduzida e eliminada por meio de intervenções comportamentais apropriadamente planejadas.  Ayllon e Haughton(Modificação do comportamento verbal sintomático de pacientes mentais em Behavior Research and Therapy, 1964, 2, 87-97), por exemplo, alcançou uma redução de 60% na fala delirante de um paciente de hospital, treinando a equipe para ignorar esses tipos de comentários sobre um período de 6 meses. A pessoa em questão se referia rotineiramente a si mesma como “a Rainha” e questionava a equipe sobre por que ela não estava recebendo um tratamento adequado a essa posição exaltada. Isso vinha acontecendo há quatorze anos. A equipe foi treinada para simplesmente não responder, desviar o olhar, parecer entediada, desviar sua atenção para outro lugar, etc., sempre que ela fizesse esse tipo de declaração delirante, mas para responder normalmente a um discurso não delirante.

O ponto essencial é que a fala delirante é um comportamento e segue os mesmos princípios gerais de qualquer outro comportamento. Em particular, a fala que atrai atenção e aprovação positivas tem mais probabilidade de aumentar em frequência, enquanto a fala que não atrai atenção ou desaprovação tende a ser eliminada. Isso vale tanto para as conversas cotidianas quanto para o discurso delirante de clientes de saúde mental.

No mesmo artigo mencionado acima, Ayllon e Haughton descrevem dois clientes de hospital psiquiátrico, um com diagnóstico de esquizofrenia e o outro, depressão. Ambas eram mulheres e passavam muito tempo reclamando de sua saúde, embora nenhum problema físico tivesse sido detectado. Isso vinha acontecendo há anos. Aqui, novamente, a equipe do hospital foi treinada para ignorar as queixas somáticas e responder positiva e atentamente à fala normal. A incidência de fala delirante diminuiu rapidamente e, por volta dos 18 meses, foi reduzida a praticamente zero. Essa pesquisa foi feita há 45 anos! Exemplos mais recentes podem ser encontrados em Wilder et al (Journal of Applied Behavior Analysis, 2001, V 34, No 1, 65-68) e Mace e Lalli (Journal of Applied Behavior Analysis, 1991, V 24, No 3, 553-562)

O que é particularmente notável aqui é que a equipe de saúde mental, involuntariamente, mas rotineiramente, reforça a fala delirante. No sistema DSM, esse tipo de comportamento é considerado um sintoma, e a equipe tende a “aguçar os ouvidos”, por assim dizer, quando os clientes emitem esse tipo de discurso. O membro da equipe pode até fazer anotações. Os clientes de saúde mental são tão hábeis quanto qualquer outra pessoa na leitura de sinais de atenção e aprovação, e a equipe torna-se os treinadores involuntários do comportamento delirante. Esse tipo de interação é uma consequência direta do sistema DSM, sob o qual a esquizofrenia é conceituada como uma doença incurável, cujo sintoma é a presença de delírios. Se, em vez disso, focamos a fala delirante como um comportamento disfuncional que é aprendido, então a resposta apropriada se torna clara: ignore a fala delirante e encoraje a fala normal. Observe que isso não é o mesmo que tentar dissuadir o indivíduo de seus delírios - tentar persuadir ele que ele está enganado. Esses tipos de tentativas geralmente são malsucedidas, porque fornecem atenção e, portanto, reforço.

Na cultura ocidental, os três grandes desafios do início da idade adulta são: emancipação dos pais; lançar uma carreira; e encontrar um parceiro de vida. Correndo o risco de afirmar o óbvio, alguns indivíduos são mais bem-sucedidos nesses empreendimentos do que outros. A maioria dos jovens, no entanto, consegue superar esses tempos difíceis e chegar à idade adulta com uma medida razoável de sucesso nessas três áreas.

Alguns indivíduos infelizes, no entanto, falham miseravelmente em um ou mais desses desafios, e um pequeno número de pessoas falha em todos os três. Sempre que falhamos - sempre que não conseguimos cumprir um objetivo - seja o assunto grande ou pequeno - sempre temos duas opções. Podemos reconhecer a falha e tomar medidas corretivas ou podemos reorganizar nosso pensamento para que a falha seja renomeada como outra coisa. Essa verdade fundamental é bem expressa no velho ditado: Um mau carpinteiro culpa suas ferramentas. Se eu decidir, por exemplo, fazer uma caixinha de janela e o projeto for um desastre, posso reconhecer que preciso melhorar minhas habilidades de carpintaria, talvez até assistir a algumas aulas, ou posso reclamar que as ferramentas não eram boas ou a madeira estava com defeito, ou que minha esposa é uma chata por me pedir para fazer o projeto em primeiro lugar, etc. Em outras palavras, posso mudar meu comportamento (neste caso, minhas habilidades de carpintaria) ou posso mudar meu pensamento. Em geral, o último é geralmente mais fácil do que o anterior.

No caso da janela, o resultado é relativamente trivial. No caso de grandes falhas, entretanto, o resultado é muito significativo e a distorção cognitiva pode ser considerável.

Considere o exemplo de um jovem que sai de casa após se formar no ensino médio e encontra um emprego em outra cidade. Ele está cheio de esperança e um senso de independência, mas depois de alguns meses, ele é demitido. Ele está tão desanimado que não procura outro emprego e, um mês ou dois depois, é despejado de seu apartamento. Finalmente, em desespero, ele liga para “casa” e seus pais lhe enviam a passagem do ônibus e o buscam na estação de ônibus. Para garantir, digamos também que sua namorada o largou

Agora, se ele é um jovem excepcional, ele pode dizer algo assim:

“Obrigado mãe e pai por me resgatar. Eu realmente não tinha disciplina, resistência ou habilidades interpessoais necessárias para ter sucesso no mundo adulto. Se estiver tudo bem para você, gostaria de ficar aqui com você por mais um ano e trabalhar em minhas deficiências de habilidade. Vou conseguir um emprego e pagar o aluguel, e vou me juntar ao Toastmasters para me ajudar a desenvolver alguma confiança em minhas relações com outras pessoas, e eu agradeceria muito qualquer feedback ou orientação que você pudesse me dar. ”

Infelizmente, um cenário mais provável é que ele fique de mau humor em seu quarto, negligencia sua higiene pessoal e se convence de que estaria bem se as pessoas não o tivessem querido. Em um contexto de fracasso significativo, esses tipos de pensamentos paranóicos se alimentam de si mesmos e, em casos extremos, atingem um nível que seria descrito como delirante. Geralmente ocorre uma boa medida da tensão familiar. Às vezes, isso degenera em hostilidade aberta, o que alimenta e confirma ainda mais a paranóia do jovem.

Nesse estágio, ele (ou ela) descobre que a fala delirante tem uma recompensa significativa. Isso reduz as expectativas. Não se espera mais que ele encontre um emprego, consiga uma casa para si mesmo ou encontre um parceiro para toda a vida. Ele é encaminhado ao sistema de saúde mental, onde recebe um diagnóstico e uma receita de um calmante forte (neuroléptico/antipsicótico). Ele também pode receber o status de deficiência com benefícios financeiros e médicos. Nesse estágio, as chances de emancipação e independência funcional são mínimas. (O tranqüilizante principal, é claro, atenua o comportamento problemático. Mas as melhorias reais no funcionamento são raras, e os efeitos colaterais das drogas podem ser verdadeiramente devastadores.) Se os pais perguntarem por que seu filho é tão paranóico, retraído e desmotivado, eles receberão a resposta: “porque ele tem esquizofrenia”. Isso parece uma explicação,mas se os pais pressionassem e perguntassem: "como você sabe que ele tem esquizofrenia?" a única resposta possível é: “porque ele é tão paranóico, retraído e desmotivado”. O “diagnóstico” de esquizofrenia nada mais é do que um rótulo que descreve os próprios comportamentos que pretende explicar. E um rótulo destrutivo, na medida em que sufoca e suprime a exploração genuína da (s) verdadeira (s) causa (s) do problema e a remediação genuína dos déficits de habilidade originais.

É preciso enfatizar que não estou sugerindo que nosso indivíduo hipotético esteja deliberada e conscientemente fingindo sua "loucura". É simplesmente o caso em que o comportamento que é reforçado tende a aumentar em frequência, enquanto o comportamento que não é reforçado ou que atrai consequências negativas se torna menos frequente. No caso em questão, o comportamento de sair por conta própria, encontrar um emprego e um parceiro, etc., tudo terminou desastrosamente. Mas o comportamento de ficar emburrado em seu quarto expressando pensamentos raivosos e paranóicos foi recompensado com atenção, preocupação solícita, refeições caseiras e uma medida extraordinária de poder e controle sobre os pais. O resultado não é surpreendente. Um ponto essencial aqui é que a fala delirante e a fala normal estão em um continuum. As pessoas expressam idéias levemente delirantes o tempo todo.Ouça qualquer programa de rádio. Ouça os políticos protestando contra seus oponentes. Ouça os fanáticos religiosos. Ouça os estereótipos raciais. Ouça as pessoas que insistem que a Terra tem apenas 6.000 anos. Ouça os jogadores de golfe depois de terem dado uma tacada ruim. Ouça as pessoas que são preteridas para promoção, etc., etc., etc. Os processos que promovem esse tipo de discurso levemente delirante podem levar a delírios graves se as condições estiverem maduras. Os processos que promovem esse tipo de discurso levemente delirante podem levar a delírios graves se as condições estiverem maduras.

É digno de nota que o problema real do nosso jovem - ou seja, uma marcada falta de habilidades gerais de enfrentamento - nunca é resolvido. As habilidades de que estamos falando aqui incluem:

- autoavaliação crítica
- concluir as tarefas
- não procrastinar
- tomar boas decisões dietéticas
- administrar o dinheiro; orçamento
- interagir apropriadamente com supervisores e outras figuras de autoridade
- interagir com pares; resistir à pressão negativa dos pares
- administrar uma conta corrente
- ir para a cama em uma hora razoável
- "conversar" com potenciais parceiros sexuais / afetivos
- namoro
- higiene pessoal
- comprar e manter um carro
- limpeza da casa e administração geral do espaço pessoal
- escolha de amigos
- cozinhar
- boa gestão do tempo
- etc., etc., etc.

Nossa cultura geralmente é antipática aos indivíduos que estão com problemas por causa de déficits de habilidades básicas . Temos programas úteis para déficits de habilidades vocacionais , mas não para as habilidades mais fundamentais, como as listadas no parágrafo anterior. Indivíduos com esses tipos de déficits são geralmente sujeitos a censura e rotulação negativa (por exemplo, preguiçoso, sujo, desleixado, pródigo, impetuoso, estúpido, desajeitado, etc.)

A questão aqui é que os três grandes desafios: emancipação dos pais, lançamento de uma carreira e encontrar um parceiro para a vida - são apenas isso: grandes desafios. Eles não são fáceis. Mas esse fato raramente é reconhecido. A expectativa cultural é que os jovens sejam capazes de fazer tudo isso sem dificuldade. E o fato é que a maioria de nós consegue sobreviver ao longo desses anos com pelo menos um pouco de competência. Outros, entretanto, não, e alguns deste último grupo fracassam desastrosamente e se tornam clientes de saúde mental para o resto da vida. A esse respeito, é digno de nota que a maioria das pessoas que recebem um “diagnóstico” de esquizofrenia são “diagnosticadas” no final da adolescência e no início da idade adulta - exatamente quando as demandas de habilidades básicas são maiores.

É claro que a escola biopsiquiátrica argumentaria que esses indivíduos já estavam “doentes” antes de iniciarem seus esforços de emancipação - que eles tinham uma doença cerebral que afetou sua capacidade de funcionar com eficácia. Esta posição pode estar correta. Mas a definição de esquizofrenia da APA inclui o critério de que "o distúrbio não é devido a ... uma condição médica geral". Portanto, o comportamento delirante causado por um mau funcionamento do cérebro não é (por definição) esquizofrenia. Se de fato pudesse ser estabelecido que existem indivíduos com cérebros comprometidos e que esse dano neurológico era realmente a causa dos problemas de vida, então a doença precisa ser reconhecida como tal, dado um nome apropriado (por exemplo, neuropatia de Smith ou qualquer outro), diagnosticada neurologicamente, e tratado de forma adequada. Enquanto isso, presumir um déficit neurológico com base em um comportamento incomum ou anormal é intrinsecamente inseguro. Quando consideramos o comportamento das pessoas, sempre existem vários caminhos para o mesmo lugar. Considere onze pessoas em um time de futebol jogando em uma tarde de sábado. Todos estão engajados na mesma atividade (jogar futebol), mas a sequência de eventos que os levou até aqui será extremamente diversa. Um jogador, por exemplo, pode ser motivado em grande parte pelo desejo de agradar seu pai, enquanto outro pode estar lá principalmente para irritar seu pai. Um terceiro pode estar simplesmente tentando perder peso. Um quarto está se exibindo para sua namorada. Um quinto pode estar tentando dissipar sentimentos de ansiedade e tensão, etc., etc., etc.

Da mesma forma, está claro que os genes e a fisiologia têm um impacto nas ações das pessoas, e é possível que a fala delirante de uma pessoa seja o resultado direto de um mau funcionamento do cérebro. Outra pessoa, entretanto, pode estar emitindo um comportamento muito semelhante sem nenhum problema neurológico; a fala delirante, no último caso, sendo o resultado do tipo de história psicossocial marcada pelo fracasso descrita anteriormente. O cérebro é um aparelho de busca de padrões. Ele procura regularidades e padrões nos dados que recebe e armazena esses padrões para uso posterior. Quando não consegue discernir um padrão (por qualquer motivo), ele cria um. No caso de nosso hipotético jovem mencionado acima, o padrão correto era sua significativa falta de habilidades em uma ampla gama de áreas. Isso é uma coisa difícil de aceitar,então seu cérebro inventou a noção de que outras pessoas estavam atrás dele - estavam sabotando seus esforços. Do seu ponto de vista, esta é uma explicação perfeitamente válida para seus fracassos. Claro, não é o verdadeiro motivo, e outras pessoas o veem como paranoico e delirante, e se ele for encaminhado ao sistema de saúde mental, ele recebe o diagnóstico de esquizofrenia.

As áreas problemáticas que a APA rotula como esquizofrenia constituem um tópico extremamente complexo e, inevitavelmente, esta postagem no blog se tornou muito extensa. Tenho mais a dizer sobre esse assunto, mas pensei em postar isso e continuar com mais reflexões sobre esquizofrenia no próximo post. Enquanto isso, seus comentários - como sempre - são bem-vindos.

https://www.behaviorismandmentalhealth.com/2010/02/21/schizophrenia-is-not-an-illness-part-2/

Esquizofrenia não é uma doença (Parte 2)

Delírios, continuação.

Em minha última postagem, apontei que a esquizofrenia, conforme definida pelo DSM, é uma coleção confusa de problemas humanos sem nenhuma evidência de uma etiologia comum ou mesmo qualquer justificativa válida para incluí-los sob um título comum. Discuti delírios e afirmei que distorções cognitivas desse tipo são uma resposta normal ao fracasso. Quando a experiência do fracasso é profunda e generalizada, o discurso delirante tende a ser proporcionalmente extremo. Delírios não são sintomáticos de uma doença subjacente, mas sim uma reação humana normal ao estresse severo ou fracasso profundo, particularmente no final da adolescência / fase inicial da vida adulta. Esta é a época da vida em que nossas habilidades gerais de enfrentamento são submetidas a seus primeiros testes sérios e, quando as pessoas experimentam um fracasso profundo neste momento, há o risco de que derivem para a fala delirante. O início da fala delirante é tipicamente mais tardio nas mulheres do que nos homens e provavelmente corresponde ao processo de dar à luz e cuidar de crianças pequenas. O potencial para fortes sentimentos de fracasso também é alto nesta fase da vida.

Embora a fala delirante surja com mais frequência no final da adolescência e no início da idade adulta, é óbvio que sentimentos de fracasso profundo podem ocorrer em qualquer idade e podem precipitar a fala delirante. No post anterior, listei algumas das habilidades que podem faltar em indivíduos que falham dessa maneira e a questão que surge naturalmente é por que algumas pessoas desenvolvem essas habilidades sem esforço aparente e outras não. As respostas, é claro, são tão variadas e diversas quanto a própria vida humana. Como pais, tentamos ensinar nossos filhos como lidar com a vida e suas várias vicissitudes, mas esse processo contínuo de ensino nem sempre ocorre com facilidade. A morte e outras formas de tragédia atingem todas as famílias em algum momento, e essas experiências podem atrapalhar o ensino / treinamento diário normal das crianças. Mesmo em tempos normais,os pais às vezes são excessivamente protetores e, em particular, tentam proteger seus filhos em crescimento da experiência do fracasso. Mas é apenas lidando com as pequenas falhas do dia-a-dia da infância que aprendemos a lidar com as principais falhas mais tarde. A autoavaliação crítica realista é um componente importante do sucesso em quase todas as esferas da vida - na verdade, no próprio negócio da vida, mas só é adquirida ajudando e encorajando a criança a refletir construtivamente sobre os eventos adversos. O pai excessivamente protetor que protege seu filho desse tipo de situação, sem querer, nega a ele a oportunidade de aprender com seus erros específicos e como lidar com os erros em geral.

A escola bio-psiquiátrica, é claro, afirma que o comportamento rotulado de “esquizofrenia” é causado por uma doença cerebral e repudia veementemente qualquer tentativa de vincular esses comportamentos às experiências familiares iniciais. Em minha opinião, a noção de que o comportamento “esquizofrênico” não está enraizado na experiência de aprendizagem da infância simplesmente vai contra o bom senso e uma abundância de evidências ( Dozier et al ), ( Mickelson et al ). A maioria de nós, como pais, faz o possível para criar nossos filhos para serem adultos fortes, saudáveis ​​e cheios de recursos. Mas é ingênuo imaginar que esse desejo de fazer a coisa certa sempre se traduz em real treinamento bem-sucedido. Existem muitos obstáculos a serem superados. Às vezes, simplesmente não sabemos qual é o curso de ação correto. Outras vezes, estamos muito ocupados com o trabalho ou muito absortos em problemas urgentes para reconhecer a necessidade da criança. E, tragicamente, é claro, há um número significativo de casos em que a criança está sendo violentamente abusada em casa, intimidada na escola ou vitimizada de alguma outra forma. A pobreza também cobra seu preço, pois os pais preocupados com as dificuldades financeiras geralmente não conseguem dedicar tanto tempo e energia à criação dos filhos quanto gostariam.

Em suma, muitas são as forças que militam contra a aquisição, pela criança, das competências de que necessita para enfrentar a vida adulta e, em particular, para enfrentar a experiência do fracasso. Dizer aos pais a falsidade paliativa de que a fala delirante de seus filhos é resultado de uma doença cerebral e nada tem a ver com suas experiências de infância é nada menos que um insulto.

A fala delirante surge diretamente da experiência do fracasso - da tentativa equivocada do indivíduo de desviar a culpa por esse fracasso para os outros. E ele faz isso porque não adquiriu a habilidade de aceitar e processar a experiência do fracasso de uma maneira mais racional e produtiva. Esse tipo de discurso é então mantido pela atenção e vários outros benefícios que atrai. Por exemplo, na maioria dos países desenvolvidos, pode formar a base para uma renda por deficiência. Em relação a este último, é importante notar que as pessoas com fala delirante em países subdesenvolvidos se recuperam muito mais rapidamente do que no mundo desenvolvido.

A melhor maneira de ajudar uma pessoa que costuma falar delirantemente é

  1. Ignore o discurso delirante.
  2. Preste atenção ao discurso sensato.
  3. Incentive outras instâncias de força e bom senso.
  4. Identifique déficits de habilidade. (A lista na postagem anterior seria um bom ponto de partida.)
  5. Ensine / treine as habilidades necessárias.
  6. Seja paciente
  7. Ajude a pessoa a encontrar algum grau de sucesso, inicialmente talvez em pequenas questões, mas à medida que as habilidades se desenvolvem, em áreas mais substantivas.
  8. Lembre-se de que os déficits de habilidades em questão são aqueles que a maioria de nós dá por garantidos (por exemplo, interações sociais), mas são extraordinariamente desgastantes para os indivíduos envolvidos.
  9. Lembre-se de que a fala delirante e a fala “comum” estão em um continuum. Freqüentemente, há uma medida de coerência na fala delirante e uma medida de absurdo na fala “comum”.

O cérebro é uma máquina que busca padrões. Ele busca significado e regularidade na vasta gama de dados que os sentidos lhe apresentam. Quando um jovem experimenta um fracasso profundo dentro de um ethos social no qual o fracasso é rotineiramente condenado e censurado, ele tem duas opções. Ele pode reconhecer seus déficits de habilidade ou pode buscar uma explicação alternativa para o fracasso. O cérebro simplesmente precisa dar sentido ao que aconteceu / está acontecendo e é um pequeno passo para pensamentos como "Eles estão atrás de mim" ou "Eu tenho um status especial que eles não entendem", etc.

https://www.behaviorismandmentalhealth.com/2010/03/20/schizophrenia-is-not-an-illness-part-3/

Esquizofrenia não é uma doença (Parte 3)

Alucinações

Na Esquizofrenia Parte 1, observamos que a APA lista as alucinações como um dos “sintomas” primários da esquizofrenia. A APA define uma alucinação da seguinte forma:

“Uma percepção sensorial que tem o senso de realidade convincente de uma percepção verdadeira, mas que ocorre sem estimulação externa do órgão sensorial relevante.” (DSM-IV-TR, página 823)

Em outras palavras: ver, ouvir, cheirar, provar ou sentir algo que não está realmente lá. Normalmente, o indivíduo que foi “diagnosticado” com esquizofrenia relata que ouve vozes que o acusam de algo errado ou o exortam a alguma ação, e às vezes o ameaçam com punição ou retribuição.

Uma série de pontos precisa ser feita.

Em primeiro lugar, foi estabelecido há muitos anos que as pessoas que relatam alucinações auditivas estão de fato falando sozinhas . Equipamentos de monitoramento sensível podem captar as vibrações mínimas das cordas vocais e, quando esses sinais são amplificados, é possível ouvir de fato o que o indivíduo está dizendo para si mesmo.

Em segundo lugar, além do tipo de equipamento de monitoramento mencionado acima, a única maneira de saber se alguém está alucinando é se ele lhe disser ou se der alguma indicação aberta, por exemplo, inclinando a cabeça para o lado como se estivesse ouvindo uma voz do outro lado da sala, etc. Agora, o fato é que quase todo mundo fala consigo mesmo. A maioria de nós, no entanto, mantém a privacidade e até mesmo demonstra um pequeno embaraço quando “pego” se engajando nessa atividade. A diferença entre pessoas “comuns” e “alucinadores” é que os últimos revelam o processo publicamente por uma variedade de métodos.

A grande maioria das pessoas percebe que sua conversa interna é apenas isso: falar consigo mesmas dentro de suas cabeças. E embora possamos gostar dessa atividade, damos mais importância e prestamos mais atenção aos estímulos externos, ou seja, o mundo real. E porque o mundo real parece mais importante e relevante para nós do que nossas fantasias de conversa interna, presumimos que é assim que deve ser para todos. O fato, entretanto, é que prestar atenção é o que os cientistas comportamentais chamam de operante. Prestamos atenção a certas coisas na vida porque o ato de prestar atenção a elas é recompensado e, rotineiramente, ignoramos outros materiais porque não há recompensa em cuidar deles. Por exemplo, se você estiver dirigindo no trânsito da cidade, vale a pena prestar atenção aos semáforos, outros veículos e pedestres. Isto é, não vale a pena prestar atenção ao lixo soprado pelo vento girando e girando nas sarjetas. Na verdade, se você estiver prestando mais atenção ao último do que ao anterior, provavelmente incorrerá em algumas consequências muito negativas. No entanto, se você estiver sentado em um banco comendo seu almoço, poderá observar o lixo soprado pelo vento o quanto quiser. Considerações semelhantes se aplicam a quase todos os aspectos da vida. Se você está em uma reunião no trabalho e o chefe está falando, geralmente faz sentido prestar atenção ao que está sendo dito e colocar a fantasia em suspenso, etc., etc.

Mas o que precisa ser lembrado nessas considerações é que atribuímos mais prioridade à realidade externa do que à fantasia interna apenas porque, historicamente, essa perspectiva nos trouxe sucesso. Prestamos atenção ao chefe porque, em nossa experiência, isso traz recompensas. A recompensa pode ser simplesmente um sorriso de agradecimento, mas por causa de nosso treinamento e experiência, vemos essas pequenas recompensas como importantes e cumulativas. Eles são como selos verdes: economize o suficiente e você ganha um prêmio.

Para uma pessoa que experimentou pouco além de fracasso, sofrimento e tristeza, entretanto, a situação é marcadamente diferente. Suas experiências lhe dizem que realmente não importa o que você faz ou a que presta atenção, tudo acaba mal de qualquer maneira. Nesse tipo de contexto, um retiro para o mundo da fantasia interna torna-se muito compreensível e, em casos extremos, quase inevitável. A priorização de estímulos internos sobre externos não é em si um processo patológico, mas sim uma consequência natural e compreensível de falhas repetidas e significativas. Portanto, os jovens que saem pelo mundo sem o tipo de habilidades básicas mencionadas em meu artigo sobre esquizofrenia, Parte 1, correm o risco de experimentar um fracasso profundo nos três grandes desafios:

- emancipação dos pais

- encontrar um parceiro

- lançar uma carreira

Para esses indivíduos, prestar atenção aos estímulos internos é muito mais gratificante do que continuar a investir atenção e interesse na realidade externa. Em minha experiência, essas são as dinâmicas essenciais na maioria dos casos em que foi atribuído um diagnóstico de esquizofrenia.

Agora, é claro, é possível que ocorram alucinações devido ao comprometimento neurológico. Essa deficiência pode ser temporária (por exemplo, induzida por morfina) ou permanente. Mas nunca é seguro presumir uma deficiência neurológica com base em um problema de comportamento. A explicação comportamental delineada acima é mais parcimoniosa e muito mais provável de ser correta.