A relação entre comportamento operante e drogas neurolépticas, ou antipsicóticas, tem sido amplamente estudada. De uma maneira geral, o efeito dessas drogas tem sido o de suprimir, ou diminuir, comportamentos mantidos por reforço positivo. Duas hipóteses principais foram levantadas para explicar essa relação. A primeira é a de que neurolépticos, na sua maioria, drogas antagonistas (efeito na direção contrária) do sistema dopaminérgico, afetam o sistema motor, no sentido de diminuir, ou dificultar, qualquer atividade motora. Na segunda hipótese (chamada de Hipótese da Anedonia (ausência de prazer)), neurolépticos estariam impedindo a aquisição e manutenção do comportamento por estímulos reforçadores, via interferência direta nos circuitos cerebrais ligados ao reforço (Wise, 1982). Alguns dados nos levam a favorecer a segunda hipótese.
O primeiro dado é que antagonistas dopaminérgicos em dose baixa retardam a aquisição de um comportamento operante. Ou seja, animais que receberam doses baixas de neurolépticos atingem a mesma taxa de respostas que animais que não receberam a droga; mas há uma diferença no tempo de aquisição do operante: enquanto os animais em condição controle atingiram um desempenho assintótico na segunda sessão, animais que receberam neurolépticos só atingiram a assíntota na quinta sessão.
Outro dado interessante ó o chamado efeito semelhante à extinção. Animais bem treinados para emitir um determinado operante em um procedimento de ICSS (auto-estimulação intracraniana), quando recebem uma dose de um neuroléptico, por exemplo, pimozida, apresentam um padrão de respostas semelhante a animais colocados sob extinção, ou seja, inicialmente a taxa de respostas se mantém, passando a cair com o decorrer do tempo.
Conclusão
De uma maneira geral, a partir dos dados apresentados, podemos concluir que é
razoável pensar na existência de um mecanismo dopaminérgico anatomicamente específico que parece estar subjacente ao processo de reforço do comportamento.
A segunda implicação é quanto ao uso de neurolépticos que, interferindo diretamente nos mecanismos fisiológicos do reforço, poderiam estar dificultando a manutenção e aquisição de comportamentos, fato que deve ser levado em conta em um contexto clínico.
Conclusão
De uma maneira geral, a partir dos dados apresentados, podemos concluir que é
razoável pensar na existência de um mecanismo dopaminérgico anatomicamente específico que parece estar subjacente ao processo de reforço do comportamento.
A segunda implicação é quanto ao uso de neurolépticos que, interferindo diretamente nos mecanismos fisiológicos do reforço, poderiam estar dificultando a manutenção e aquisição de comportamentos, fato que deve ser levado em conta em um contexto clínico.
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