Em termos de engenharia social o uso de neurolépticos visa suprimir ou punir repertório que uma parte da sociedade considera inadequado ou não legítimo. Também é uma forma de legitimar à força o repertório de quem está exigindo prescrição ou prescrevendo.
Contextualizando melhor, a sociedade busca se reproduzir e se legitimar perseguindo as pessoas que mostram limitações e inadequações na sociedade ou que relativizam ou desnaturalizam sua cultura arraigada. Ou a família busca impor sua legitimidade e suprimir e punir repertório incompatível com a família. Contextualizando também o paciente, se seu repertório é diferente da maioria há maior chances de ser considerado inadequado por mera comparação de quantidade. O que não necessariamente seria inadequado em outros grupos da sociedade que são origem desse repertório cultural legítimo.
O que basicamente é violência simbólica ou cultural. Conseguir convencer que a família está equivocada ao impor medicalização seria ameaçar o modo de vida deles e a indústria psiquiátrica. Parece que um modo se vida só pode se legitimar através do dinheiro.
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