Os rótulos de normal e louco definem quem tem que se ajustar a quem. Quando se questiona a validade dos rótulos de normal e louco pode-se descrever de maneira mais clara e concreta os comportamentos envolvidos nas interações entre psiquiatrizados e não psiquiatrizados.
A pessoa rotulada como normal pode pensar que é um absurdo ajudar na psicoterapia pois isso seria exigir que ela fizesse o absurdo de se ajustar ao louco. Mas é basicamente isso que se exige do psiquiatrizado: se ajustar aos comportamentos não saudáveis da pessoa rotulada como normal.
Apenas na psiquiatria biológica se rotula um organismo globalmente como saudável ou não saudável. A realidade tem mais nuances: ambas as pessoas na interação podem ter comportamentos benéficos ou prejudiciais, ou saudáveis e não saudáveis.
É preciso superar o etnocentrismo, que supõe que as próprias concepções de mundo são superiores, impecáveis e naturais, das pessoas rotuladas como normais. Isso é bastante difícil pois essas pessoas se sentem apoiadas pela sociedade e psiquiatras.
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