Danos neurológicos causados pelos neurolépticos não podem ser considerados pelas restrições que as parcerias com a indústria farmacêutica impõem.
Se o remédio for aprovado, a percepção social de melhora cognitiva fará a pessoa diagnosticada ser tratada de forma diferente pela sociedade (com mais fé nas capacidades da pessoa), ou ela terá mais expectativas e obrigações de cumprir tarefas e responsabilidades. Portanto, o efeito não seria apenas cerebral.
Observação adicional: Apesar do dano neurológico (resultante seja dos neurolépticos ou da esquizofrenia) consistir em eventos adversos para os resultados ocupacionais, não é estritamente necessário para o sucesso ocupacional ter funções cognitivas intactas. É possível utilizar a função dos comportamentos operantes para modificar e estabelecer repertório pré-requisito para sucesso ocupacional, uma vez estabelecidos os comportamentos operantes isso é o mais determinante para o sucesso ocupacional, já que os comportamentos terão efeito direto no contexto de exigência ambiental. Alterar o cérebro para estabelecer comportamentos ocupacionais é uma forma indireta e por isso menos eficiente de reabilitação.
[Adicionado posteriormente em 7 de fevereiro: Duas concepções de inteligência diferentes subjazem as duas perspectivas. Uma considera a inteligência resultado automático de estruturas cerebrais intactas ou saudáveis. Outra considera que inteligência é um adjetivo para comportamentos operantes sofisticados e de qualidade. O ponto é que é possível ter estruturas cerebrais intactas e não ter desenvolvidos comportamentos operantes sofisticados e de qualidade. Também é possível não ter estruturas cerebrais intactas e ter desenvolvido comportamentos operantes sofisticados e de qualidade. Nesse caso, o dano na função cerebral/cognitiva terá menos relevância na inteligência e na capacidade ocupacional pois os comportamentos operantes aprendidos já estão estabelecidos e se há pré-requisitos para desenvolvê-los mais ainda a estrutura cerebral danificada terá pouca relevância salvo em casos de dano extremado. Além disso, é possível que seja mais importante a capacidade de apresentar comportamentos novos (uma das definições de inteligência) resultante de processos comportamentais do que ter estruturas cerebrais intactas e não ser capaz de apresentar comportamentos novos resultante do lado inverso dos processos comportamentais relacionados a adjetivação de inteligência.].
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