Convivendo com o círculo social da saúde mental encontrei algumas associações entre o estigma contra o behaviorismo e experiências negativas com a psiquiatria. Essas duas áreas são vistas como sendo semelhantes ou associadas por terem base epistemológica de ciência natural. A expressão estímulo-resposta que é uma simplificação grosseira da área do behaviorismo é entendida como parte constituinte da neuropsiquiatria. Aparentemente Foucault se referiu a isso nos capítulos 11 e 12 do livro O poder psiquiátrico (ir atrás). Mas isso se refere apenas à base em ciência natural.
Encontrei associações negativas entre estigma do behaviorismo e psiquiatria em relação à eletroconvulsoterapia. A eletroconvulsoterapia é percebida como uso do choque punidor. O behaviorismo estuda choque mas não recomenda choque. A proposta da eletroconvulsoterapia é modificar o cérebro e se é usada como choque punidor é apenas de forma que seu funcionamento não reconhecido como comportamental pelos psiquiatras.
Outra associação é a coerção psiquiátrica e a determinação do comportamento. Reconhecer a determinação do comportamento é percebido como uma forma de coerção. Coerção é apenas uma das formas que o comportamento é regulado/influenciado. Também não é recomendada pelo behaviorismo. E se for aceita em alguns casos é com muitas ressalvas e alternativas anteriormente propostas. A coerção não é uma proposta inventada, é algo que acontece no mundo natural e social que é reconhecido e estudado para encontrar alternativas mais benignas.
Outra associação é com a proposta controversa nos Estados Unidos de usar choque em crianças autistas. Essa prática acontece em uma clínica controversa dos Estados Unidos e não é proposta generalizada da área.
Por isso, acredito que seria interessante mostrar historicamente qual a associação (se houver a relação direta) entre o estigma do behaviorismo e as práticas psiquiátricas entendidas ou experimentadas como opressão.
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