Para a etnografia a irracionalidade não existe. Sempre há alguma forma de organização ordenando a experiência ou a expressão cultural. Acredito que seja um princípio metodológico.
Na lógica da racionalidade se opondo à irracionalidade, pode-se afirmar que para a área de saúde mental qualquer coisa que não seja um ajuste custoso à organização familiar ou social vai ser tachado de irracionalidade (pois é negação de uma organização de expressão cultural) e portanto doença mental. Nesse sentido, a saúde mental pode manter hierarquias de poder ao rotular de racional a organização familiar e de irracional quem não se submete à racionalidade familiar.
Mas como a irracionalidade é apenas a negação de uma forma de organização de uma expressão cultural e a irracionalidade não existe para a etnografia, pode-se afirmar que a violência simbólica da área de saúde mental é desnecessária pois seria possível compreender a organização daquilo que é rotulado como irracional e colocar as duas formas de organização de expressões culturais em diálogo e negociação.
Por outro lado, a antropólogo ou sociólogo não abre mão da racionalidade da própria cultura. Mas ter algum senso crítico da racionalidade social e ter a atitude etnográfica em relação ao diferente é bastante desejável.
Por outro lado, a antropólogo ou sociólogo não abre mão da racionalidade da própria cultura. Mas ter algum senso crítico da racionalidade social e ter a atitude etnográfica em relação ao diferente é bastante desejável.
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