Cultura - Laraia
Rafael Becker*
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 20. ed. Rio de Janeiro: ZAHAR, 2006. Cap 4 (final).
Inicia-se
 com a contribuição de Kroeber para o conceito de cultura. O homem, 
inserido em um ambiente ecológico, por adaptação gera cultura. A cultura
 é um processo cumulativo que centraliza, pois, o elemento da 
aprendizagem determinando o comportamento do homem. Há grande 
controvérsia entre o que é cultural e o que é instintivo. Vamos refletir
um
 pouco sobre isso iniciando o que o livro comenta sobre o assunto. Ele 
diz que instinto de conservação, instinto materno, instinto filial e 
instinto sexual ‘’exprimem um erro semântico, pois não se referem a 
comportamentos determinados biologicamente, mas sim a padrões culturais.
 Pois se prevalecesse o primeiro caso, toda a humanidade deveria agir 
igualmente diante das mesmas situações, e isto não é verdadeiro (p. 
50)’’.
Apresenta alguns casos culturais para comprovar a colocação: os camicases
 –contra o instinto de conservação-, o infanticídio –contra o instinto 
materno-, o abandono dos pais velhos pelos esquimós –contra o instinto 
filial-, o fato de jovens que cresceram em contextos puritanos 
desconhecerem o que fazer em relação ao outro sexo. ‘’Concluindo, tudo 
que o homem faz, aprendeu com os seus semelhantes e não decorre de 
imposições originadas fora da cultura (p. 51)’’.
Agora
 partimos da premissa de que instinto é o dado, o comportamento a partir
 de impulsos biológicos. A cultura é o construído, mediante o uso da 
capacidade racional do homem. É complicado, pois, distinguir cultura de 
instinto pragmaticamente, pois: a) um, no conceito comum, anula o outro;
 b) o instinto, não se pode a ele chegar, pois um ser humano necessita 
de cuidados, ao menos ao nascer, posto que sozinho não sobrevive, o que 
implica em uma incidência cultural desde o princípio; c) a cultura é 
influenciada pela composição biológica do homem; d) não se costuma 
abstrair que o instinto não necessita chegar à consciência para existir,
 ou seja, vincula-se necessariamente o instinto a uma ação impulsiva 
quando este pode ser apenas o impulso para uma ação. Logo: a) instinto e
 cultura assumem uma relação multidialética; b) essa relação 
assemelha-se à questão da cultura e linguagem.http://investidura.com.br/biblioteca-juridica/resumos/antropologia-juridica/81-cultura.html?fbclid=IwAR1_LZOcdHelQcdW_ryEgZwQtF9xd3uLW5wqqtKtSNoD9-YT6IgSATBHywo
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