A sociedade também pratica ou sustenta outras formas de contracon-
trole, nem todas elas justificáveis como medidas protetoras. Nas
instituições, onde a pressão pública reduziu enormemente o uso de
restrição física para controlar o retardado ou o psicótico, restrição
química é ainda praticada extensivamente. Drogas têm substituído a
camisa de força como uma maneira de controlar pacientes que não
colaboram.
Pacientes institucionalizados que mostram distúrbio visível
— talvez justificado — com relação à alimentação, a programas
terapêuticos ou à dignidade de suas interações com a equipe prova-
velmente receberão drogas "para acalmá-los". E uma vez que uma
droga se demonstre bem-sucedida em tornar o paciente cooperativo
é improvável que alguém faça mais tarde um teste para determinar
se a dose é muito alta ou se a droga ainda é, de todo, necessária.
Drogas psiquiátricas são, elas mesmas, uma técnica de contracon-
trole particularmente útil para terapeutas que são incapazes de ou
que não estão dispostos a identificar as causas ambientais da con-
duta que supostamente devem tratar.
Não-cientes de que técnicas comportamentais estão
disponíveis, médicos desesperados recorrem à restrição química
como uma última medida de contracontrole.
Coerção e suas implicações - Sidman
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