Companhias farmacêuticas destinam imensos orçamentos para o desenvolvimento e teste clínico de drogas antidepressivas. Alguns psiquiatras tornaram-se pouco mais que passadores de pílulas, prescrevendo drogas para ajudar a atenuar sentimentos de ansiedade que acompanham a depressão e, então, prescrevendo drogas adicionais na esperança de eliminar efeitos indesejáveis e mesmo perigosos dos agentes ansiolíticos.
Drogas que agem somente para reduzir estados fisiológicos de ansiedade podem fazer os severamente deprimidos relatarem que eles se sentem melhor, mas o remédio não necessariamente restaura atividade construtiva. Uma droga que acalma o sistema nervoso autônomo, embora deixando o paciente comportamentalmente deprimido, pode produzir um comentário como: "Oh sim, o remédio ajuda. Eu ainda estou deprimido, mas agora não me incomoda." Não mais trêmulo, sentindo dor, chorando, o paciente, entretanto, pode ainda passar todo o dia na cadeira de balanço, evitando com sucesso choques reais ou imaginários.
Se, em vez de tentar abrandar sua angústia interna, seu terapeuta se concentrasse em tentar identificar os choques e os reforçadores que estavam mantendo sua ausência de comportamentos, alguma coisa poderia ter sido feita para colocá-la de pé e movendo-se novamente.
Coerção e suas implicações - Sidman
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